sábado, 28 de outubro de 2006

O elogio da sensatez (parte II)

.Em 18-10-2006, deixei aqui um alerta para a necessidade da C.F. da Igreja de Santo António e a nossa Câmara Municipal se entenderem de vez sobre a requalificação de todo aquele espaço que circunda a dita Igreja.

Embora por confirmar, quem passou hoje pelo local, ficou com a sensação que os serviços municipais já encetaram os trabalhos de pavimentação dos passeios, no perímetro delimitador do terreno da Igreja.

Adivinha-se que esta obra uma vez concluída, acentuará pelo contraste, ainda mais, a necessidade das duas partes se sentarem à mesa das negociações, e encontrarem uma rápida solução para o diferendo que as separa. O problema existe e irá prevalecer até que haja cedências dos dois lados.

Enquanto isso, os moradores mais próximos já têm alguns motivos para sorrir. E eu, que não acredito em coincidências, apraz-me registar, pela segunda vez em menos de um mês, que tenho razões suficientes para deixar aqui um novo elogio público à sensatez dos responsáveis pelo pelouro. Afinal, o primeiro passo já foi dado.

Continuar a ler...

Poeta Jodro: "Poesia Campo em Flor"

.

Teve lugar esta tarde, no Auditório da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo em Vendas Novas, o lançamento de um Livro de Poemas do poeta "Jodro" - João Metelo Grazina. Esta obra, editada pela Gazeta de Vendas Novas, constitui o Volume II da obra poética de Jodro, a que o autor deu o título "Poesia Campo em Flor".

No resumo biográfico do autor constante nesta obra, pode ler-se:
João Metelo Grazina nasceu em Alter do Chão em 23/3/1934. Viveu em Vendas Novas dos 6 aos 8 anos de idade onde fez a 1ª e 2ª classes, regressando á terra de origem e aí continuou os estudos. Cumprido o serviço militar, empregou-se em Lisboa como funcionário público e depois bancário, fixando-se definitivamente em Vendas Novas reformando-se nessa profissão. (...) Colabora também na "Gazeta de Vendas Novas" graciosamente, com trabalho e poesia.

O seu pseudónimo poético é uma prova de amor pelos pais, já falecidos, que se chamavam Joana e Pedro, aos quais foi buscar a primeira sílaba do nome da mãe e a última do pai que formaram Jodro. Desde criança que vive seduzido pela poesia, tendo lido os grandes poetas portugueses, sendo Camões e Bocage os seus grandes ídolos."

António Maria Viegas de Carvalho, no prefácio desta obra, referencia o poeta como de "índole humanista", ao afirmar:
João Metelo Grazina - o Poeta Jodro - depois da publicação do seu primeiro livro - A Poesia como sei e gosto - põe ao serviço da comunidade um novo livro, onde reforça a sua índole humanista, social e de amor pelos outros, numa afirmação que cada poeta faz, a seu modo, da visão do mundo interior, das suas experiências pessoais, das suas alegrias e angústias.

Artur Aleixo Pais, na sua Nota Introdutória, defende que João Metelo Grazina é uma figura já sobejamente conhecida, pela qualidade da sua poesia, em Vendas Novas, no concelho ... e não só. (...) é um autodidacta com grande sensibilidade pelas coisas da Natureza, que capta em "instantâneos" da vida de todos os dias. É também, sem qualquer dúvida, um humanista, focando temas como a mulher, a mãe, a criança e a sua inocência, o amor, o carinho, a afectividade, que tantas vezes faltam a toda a humanidade.

Roberto Joaquim Candeias, por seu lado, deixa-nos uma nota muito pessoal a propósito de "O Homem ... O Poeta":
... observo com agrado, a maneira de estar na vida deste Ser Humano sensível às coisas que o rodeiam e que ele põe com bastante evidência na sua poesia. A sua sensibilidade e inteligência muito acima da média, está patente no seu primeiro volume (...) e agora, neste segundo volume, reforça a sua maneira de fazer poesia humanista e social, que enriquece a nossa cultura.


TAMBÉM A ALMA É NATUREZA

Na vida as pessoas aparecem
Por magia da natureza
A concebê-las com sábia destreza
Das mãos divinas sublimes obras florescem

E as põe pela Terra a andar
E de raciocínio as privilegia
Para assim as superiorizar
A tudo o que omnipotente cria

E também a fala lhes concede
Para com ela poderem exprimir
O que na vida presente sucede
Passado e futuro a discutir

E corações dentro o peito entalha
Vocacionando-os para o amor
Mas por vezes o ódio neles se emalha
Adulterando-lhes o doce sabor

A alma que em todos arde decidida
A estimular ir sempre mais além
Em luta pela complexa vida
É a natureza que a forma também

João M. Grazina (Jodro)
(não incluído na obra agora editada)

Continuar a ler...

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

.






Ao que parece, as nossas cegonhas já iniciaram o regresso a Vendas Novas.
Hoje pela manhã, em alguns dos ninhos que têm estado vazios, já lá estavam os seus (novos) habitantes. Veremos se é mesmo para ficar ...

Continuar a ler...

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Rotundas Perigosas ou Condutores Distraídos?

.
Como é do conhecimento geral dos Vendasnovenses as rotundas da cidade deixam muito a desejar. Quem por lá circula diariamente decerto já se arrepiou com as “razias” que são feitas aos condutores que nelas circulam, umas vezes como espectadores outras como intervenientes. Desta vez calhou-me a pior parte, a de interveniente.

Vou apenas falar da rotunda perto da Santa Casa da Misericórdia, as outras nem vale a pena falar porque padecem do mesmo defeito e algumas conseguem ainda estar bem piores e mais perigosas. Não me parece a mim, que sou apenas um cidadão que não percebe minimamente de construção de rotundas, que a dita cuja seja uma obra de referência. Esteticamente até está agradável com aquele repuxo no centro e com aquele “passeio” que a circunda, o pavimento (a parte alcatroada) já tem alguma ondulação fruto do muito tráfego pesado e não só, que por ali passa todos os dias. Quem entra em Vendas Novas é natural que desfrute desta obra claramente direccionada ao turismo, para em seguida sofrer um arrepio na espinha porque passou a rasar um outro condutor que queria ir na direcção da Santa Casa. Desta vez calhou-me a mim querer ir naquela direcção e o arrepio que deveria ter sido na espinha foi na porta traseira do meu automóvel. Eu até já achava estranho tanta testa franzida, tanto arrepio e tantas razias sem levar uma “pantufada”. Depois é a velha máxima: “casa arrombada trancas á porta”, decidi hoje que muito dificilmente irei sair naquele sentido novamente. Existe uma alternativa por detrás do Lidl para o acesso á Santa Casa, local onde me desloco diariamente, sendo assim e assim sendo: Problema Resolvido, pelo menos para mim e pelo menos naquela rotunda.

Mas agora reparo que o carro até me faz falta, preciso dele para trabalhar. O estrago não foi grande, ainda bem, mas a porta empanou e como o tempo está chuvoso e eu não tenho garagem, no mínimo alem da porta empanada amanha de manha tinha condições para um aquário. Mas como é costume do bom Português afirmar que “até teve sorte”, o carro ficou na oficina e o arranjo ficou logo pago pelo condutor que reconheceu a sua culpa, e até já arranjei “boleia” para ir trabalhar amanha. Estão a ver, até tive sorte! Apesar do incomodo.

Mas há quem não tenha essa sorte e é nessas pessoas que utilizam aquela rotunda que devemos pensar, o meu problema está resolvido e a rotunda “rifada” mas não deixo de manifestar o meu desagrado em relação a este problema. Outros poderão vir a ter maiores incómodos e ao contrário do meu caso, ficarem sem transporte para irem trabalhar, o que já é um grande transtorno. A rotunda não prima pela perfeição, está muito longe disso, no entanto está sinalizada e a culpa nunca é da rotunda mas sim de quem bate nos outros que lá andam dentro.

E agora? É a rotunda que está perigosa ou são os condutores que vão distraídos? (vá lá saber-se com o quê ou porquê!)

Continuar a ler...

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Bifanas de Vendas Novas: uma instituição regional?

.

Porque há tanta procura pelas Bifanas de Vendas Novas ? A resposta é simples: porque são bués boas! Bem, dirá o leitor, mas essa característica por si só não garante que um produto se consiga impor no mercado, pois não? Tem toda a razão, o que não falta são exemplos de bons produtos, com evidente qualidade, e que não tiveram êxito. E de boas ideias de negócios que se iniciaram com elevadas expectativas para, passado pouco tempo, terem de fechar portas. O que diferencia, então, o caso das nossas bifanas? Vamos lá tentar perceber.


Quando vim trabalhar para Vendas Novas (há mais de 20 anos), vivi alguns meses em casa do Sr. Costa e da Dª Joaquina, ali ao lado do Café Boavista - o mais antigo neste negócio, o qual pertencia ao Senhor Cardante (pessoa que muito estimava) e à sua esposa. E foi nessa altura que descobri este verdadeiro pitéu e me tornei consumidor reincidente ao longo de todos estes anos. Passou muito tempo em que apenas existia esse ponto de venda, o qual praticava horários alargados (abria logo a meio da madrugada e só fechava já noite dentro) e mantinha uma clientela assídua e bastante numerosa, especialmente aos fins-de-semana. Trata-se, a meu ver, de um daqueles casos em que o conhecimento e a visibilidade são passados de boca-em-boca ao longo dos anos, sem qualquer outro tipo de publicidade que não seja a reconhecida qualidade do
produto vendido. Julgo que todas estas particularidades se mantém hoje em dia.

Há uns anos, começaram a aparecer outros cafés similares, todos eles localizados na mesma zona da cidade. Primeiro a Chaminé , depois o Silva e o Cidade Nova e acredito que com o passar do tempo irão abrir mais alguns. O que aconteceu então, no sector das Bifanas de Vendas Novas, com o surgimento desta nova concorrência? Pois o que se passou foi um facto relativamente curioso em termos económicos: o aumento da oferta provocou, numa primeira fase, um acentuado aumento da procura. A qual, aparentemente, se tem mantido desde então em quantidades estacionárias. Onde antes víamos um só estabelecimento cheio de clientes, vemos hoje (em especial aos fins-de-semana) dois ou três nas mesmas condições. Também curioso foi o facto de estas alterações terem coincidido no tempo, pelo menos em parte, com a abertura da Auto-estrada (A6) que se temia viesse retirar trânsito a Vendas Novas, com eventuais consequências negativas em termos de procura pelas bifanas. A verdade, viu-se depois, é que tal não aconteceu da forma como se previa.

Para este aumento da procura, a meu ver muito terá contribuído um facto que aos nossos olhos pode parecer irrelevante mas que, neste sector, acabou por ter a sua importância. Falo do surgimento de um novo produto, que se revelou economicamente complementar às bifanas, e que lhe veio acrescentar o que hoje se designa por uma mais-valia: as sopas. E foi o surgimento deste novo produto - sopa + bifana, ao qual acresceu a bifana-no-prato, que até aí não constavam da oferta neste sector, que acabou por trazer um novo alento ao negócio e contribuiu em muito para o seu actual estádio de desenvolvimento. À sua escala, parece-me ser um bom exemplo de como uma pequena e aparentemente insignificante irrelevante alteração na estrutura da oferta, pode provocar um substancial acréscimo na sua própria procura. Muitas vezes, o que falta é imaginação (o tal olho-para-o-negócio ) que existiu neste caso.

Este sub-sector das Bifanas de Vendas Novas, que acaba por ser um nicho de negócio muito específico no sector da restauração, já contribui a vários níveis para a nossa economia local, por exemplo em termos de emprego e de valor acrescentado. E pelo que me apercebo, ainda apresenta muito boas condições para criar apetência nos empresários locais. De modo que, julgo eu, não tardará muito até à instalação de novos concorrentes. Só não percebo porque ainda tal não aconteceu.

Uma outra possível inovação nesta área, poderia ser levada a cabo através da transposição ou do aproveitamento deste negócio para o Franchising. Seria uma iniciativa algo inovadora em termos locais, que implicaria um determinado conjunto de procedimentos junto de entidades oficiais e uma disponibilidade financeira para arrancar com esse negócio, o que naturalmente não estará ao alcance de alguns eventuais interessados. Mas que é possível levar à prática e talvez merecesse uma análise aprofundada, pelo menos ao nível de um "Plano de negócios previsional". Nestas coisas, deveremos ter sempre em atenção que os grandes negócios começam normalmente por ser pequenos e que as marcas (aquelas que o conseguem) levam tempo a impor-se. E que, além do mais, o almejado sucesso vem sempre depois do trabalho, de muito trabalho (excepto no dicionário, como já dizia o Tio Olavo do Edson Athayde).

Agora que teve a paciência de chegar ao fim desta leitura, o amigo leitor merece um prémio, razão pela qual lhe aconselho o seguinte, vá ainda hoje com a família até à Boavista, e peçam: "uma sopa e uma bifana". Hoje pago eu .... se não se importam ....

Continuar a ler...

sábado, 21 de outubro de 2006

A ribeira vai cheia

Paris tem o Sena, Londres o Tamisa, Nova Iorque o Hudson. Vendas Novas podia ter a Ribeira de Canha, mas como construíram a cidade um pouco mais abaixo, não tem rio nem ribeira.
Mas tem a Estrada Nacional 4 que todos os dias nos inunda de carros.
Eu como sou um invejoso resolvi ter uma ribeira.
A minha ribeira nasce no depósito da água e desagua na Av. 25 de Abril mesmo em frente do meu portão. Tem apenas trinta metros de comprimento e só leva água quando chove, mas não deixa de ser uma linda ribeira!

Como este Outono vai chuvoso, a minha ribeira já está ao rubro! É um espectáculo ver as areias a deslizarem para a avenida, os peões a saltitarem à volta para não enlamearem os pés, e ainda terem que saltitar um pouco mais para fugirem à aproximação dos carros… não vão levar um banho de água barrenta! A sorte deles ainda vai sendo os carros estacionados que os protegem, o que como é óbvio, me estraga a mim o espectáculo.
Mas a minha ribeira no Verão também é um regalo, principalmente pelas nuvens de pó que levantam os carros que circulam pelo seu leito, que vai seco, porque os meus vizinhos se esquecem de o regar.
Um dia, por causa do pó ainda fui à Câmara pedir que alcatroassem o leito da minha ribeira, mas o Sr. Presidente, o anterior, disse-me logo que isso era uma obra de engenharia muito difícil! Acredito que sim, e uma Câmara desta envergadura deve ter bastantes dificuldades em arranjar um engenheiro hidráulico. Acatei os argumentos e tirei daí o sentido.
Mas temo que a minha ribeira esteja condenada a desaparecer. Mais ano menos ano, vai à vida.
Já ali mora há vinte anos, e qualquer dia a Câmara Municipal vai-ma roubar.
E digo isto, porque quando eles descobrirem que só atravessando a minha ribeira é que têm acesso ao depósito da água, e quando os buracos estiverem tão grandes que as viaturas deles não possam circular, aí sim, talvez desencantem dalgum lado um qualquer engenheiro que transformará a minha ribeira num caminho alcatroado, ou calcetado, e eu perdê-la-ei irremediavelmente...
Enquanto isso, vou desfrutando do prazer de ter uma ribeira só para mim.
Até esqueço o pó que me invade a casa e o quintal, e faço vista grossa às areias e às lamas que invadem a avenida.
Faço aqui um apelo para que nenhum engenheiro aceite algum dia tarefa tão difícil para ele, e que me faça a mim perder este bem tão precioso, que é a minha ribeira!


Mourato Talhinhas
MouTal

Continuar a ler...

Continuar a ler...

Vendas Novas integra Associação de Colectividades Corticeiras Europeias.
(ler a notícia)

Continuar a ler...

.


... sem comentários ...

Continuar a ler...

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

.
Mais de 150 artistas participam na
12.ª Exposição Internacional de Artes Plásticas


A 12ª edição da Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas Novas tem inauguração marcada para o próximo dia 21 de Outubro, pelas 15 horas, no Centro Sócio Cultural.

Este ano a Exposição estará patente em dois núcleos, no Centro Sócio-Cultural e Escola Prática de Artilharia, onde estarão expostos os trabalhos de pintura, escultura, Instalação, tapeçaria, cerâmica e azulejaria. No total participam 163 artistas oriundos de países como Alemanha, Angola, Argélia, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Espanha, França, Sérvia, Moçambique, Polónia, Portugal, Roménia, Timor e Venezuela. Portugal será, como é compreensível, o país mais representativo, com obras do Prof. Bartolomeu dos Santos, José Santa Bárbara, Manuela Pinheiro, João Duarte, Soares Branco, entre muitos outros dignos representantes das artes plásticas no nosso país, a figurarem nos espaços da exposição.

No dia 29 de Outubro o pintor Ernesto Neves fará, pelas 15h00, uma visita guiada à exposição e haverá um programa lúdico/pedagógico destinado aos jardins-de-infância e escolas dos variados níveis de ensino.

A mostra poderá ser visitada até dia 19 de Novembro, de terça-feira a domingo, das 13h00 às 17h00.

Nota breve:
Agradecemos ao Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Vendas Novas, o simpático envio do texto acima e do respectivo cartaz para divulgação desta exposição. Aproveitamos para referir que o Atribulações Locais está disponível para colaborar em futuras divulgações deste tipo de eventos, designadamente os que tenham carácter cultural e desportivo, qualquer que seja a entidade organizadora, desde que os mesmos se refiram ao concelho de Vendas Novas.



Continuar a ler...

Continuar a ler...

.
.
Sábado, dia 28 de Outubro, às 15.00 horas.
Auditório da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vendas Novas
Lançamento do 2º volume de poemas de "Jodro" (João M. Grazina)
.
.

Continuar a ler...

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A poesia de "Jodro" no Atribulações Locais

.
VISITADO PELO OUTONO
.
O Outono veio fazer-me companhia
Sentou-se à mesa a meu lado
Onde escrevo na poesia embrenhado
Verdades misturadas de fantasia
.
Embebidas de melancolia
Nosso sentir em pleno irmanado
E depois de lealmente nos termos olhado
Falámos da nossa sentimental poesia
.
Penetrada da mesma tristeza
São os caprichos da natureza
Que assim nos decidiu esculpir
.
E tristes nos dedicámos a falar
Com as folhas das árvores a tombar
O frio a chuva lá fora a cair
.
João M. Grazina ( Jodro )

Continuar a ler...

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

E por falar em obras...

.
Afinal, como é? Não há mesmo ninguém a quem o vulgar cidadão possa pedir responsabilidades pela ausência, ou degradação, do pavimento que circunda a Igreja de Santo António?


Quando chove com maior intensidade é uma completa desgraça para peões e automobilistas. Os dois acessos são péssimos e os buracos parecem piscinas irregulares e traiçoeiras. Isto acontece bem no centro da nossa cidade num local extremamente frequentado.

Convenhamos que se o terreno é privado, e a intenção dos que gerem os destinos da paróquia é restringir a passagem a particulares, há que criar alternativas de acesso e estacionamento automóvel para os muitos fiéis, moradores e comércio local. Se pelo contrário, há intenção de manter a circulação livre, a paróquia e a autarquia que se acertem de vez, e mãos à obra. Nós já merecemos este "luxo".

Continuar a ler...

domingo, 15 de outubro de 2006

Comunidade chinesa em Vendas Novas: fenómeno ou globalização?

Nota prévia

Este é um texto longo. Acho que o tema o merece.

Nesta época conturbada e em rápida mutação em que vivemos, já nos habituámos a ver como sendo absolutamente normal a existência de comunidades chinesas em praticamente todos os concelhos do país, mesmo onde não seria suposto tal acontecer.

Esse fenómeno tem várias abordagens possíveis e apresenta determinados contornos, parte dos quais não irei abordar aqui no Atribulações Locais. Razão pela qual o texto seguinte tem apenas a intenção de ajudar a pensar sobre o impacto social e económico da existência desta comunidade em Vendas Novas, bem como sobre o papel a desempenhar pela autarquia. Nada mais.


Emigração portuguesa

Portugal tem sido, desde há muito, um país de emigração. Em tempos mais recentes, os destinos privilegiados foram países europeus, de que sobressaem a França, Alemanha e Suiça, especialmente nas décadas de 60 e 70 do século passado. Na sua grande maioria, esta emigração tinha por detrás razões eminentemente económicas, em face das difíceis condições de vida que então se verificava no país. Só a partir de 1974 se começou a notar um decréscimo significativo da emigração o que se deveu, por um lado, à alteração da conjuntura política em Portugal e, por outro, ao facto de os países de destino terem começado a implementar certas medidas restritivas para limitar o impacto desse fenómeno nas suas comunidades. Segundo dados conhecidos, é actualmente superior a quatro milhões o número de portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro, sendo que aproximadamente metade estão no continente americano e uma terça parte na Europa.


Portugal como país de acolhimento

Nos últimos vinte anos, Portugal tornou-se também num destino para muitos imigrantes. Segundo defendem estudiosos nestas matérias, a manter-se o actual fluxo de imigração, é previsível que a curto prazo se atinja o número de meio milhão de imigrantes. Entre os países que mais contribuem para este fenómeno, contam-se os PALOP, o Brasil, do Leste europeu (com destaque para a Moldova, a Ucrânia, Rússia e a Roménia), da Península Indostânica (sobretudo a Índia e o Paquistão) e da China. Nos últimos anos, têm assumido particular destaque fluxos migratórios da Europa de Leste, do Brasil e da China.


Em relação à comunidade chinesa em Portugal

No que respeita à comunidade chinesa, estamos perante um fluxo migratório cuja motivação principal é de base essencialmente económica, em face das muito difíceis condições de vida (subsistem ainda situações de extrema pobreza em algumas províncias) que afectam várias regiões da República Popular da China. Os destinos preferidos dos chineses que procuram um melhor nível de vida parecem ser os EUA, o Canadá e o Reino Unido. Embora Portugal esteja entre os países de passagem, também é certo que tem aumentado de forma significativa o número de chineses a residir no nosso país. O último número oficial a que tive acesso (dados do ano 2003), referia cerca de 8400 chineses a viver em Portugal. Em termos geográficos, distribuíam-se essencialmente pelos distritos de Lisboa (2400), Porto (620), Faro (400) e Setúbal (280). O distrito de Évora contava apenas com 30 indivíduos, o que dá para perceber como os números poderão estar desactualizados. Actualmente, há quem estipule em cerca de 20 mil os chineses a viver em Portugal. E a tendência, pelos vistos, é para aumentar. Ao contrário de outras comunidades de imigrantes, por exemplo os de alguns países do leste europeu, os chineses residentes no nosso país apresentam, em média, qualificações académicas relativamente baixas.


Comunidade chinesa em Vendas Novas

Tanto quanto se pode observar, os chineses que vivem em Vendas Novas dedicam-se a negócios relacionados com restauração e lojas de produtos chineses. A sensação que dá é que se trata de uma comunidade muito trabalhadora e que também se caracteriza, pelo menos localmente, por alguma pacatez e uma certa simplicidade, ao mesmo tempo que denotam evidentes dificuldades em termos de uma verdadeira integração na comunidade local.

Os espaços comerciais em que desenvolvem as suas actividades situam-se ao longo da principal via que atravessa a cidade, o que parece fazer transparecer que a vertente imobiliária não terá sido desprezada. De facto, e de acordo com o que se sabe, a propriedade daqueles espaços estará em mãos de conterrâneos chineses. Nos casos em que os espaços comerciais são arrendados, os montantes em causa são usualmente bastante elevados.


Impactos ao nível social ...

Será que a existência desta comunidade tem algum tipo de impacto na comunidade local? Pois concerteza que sim. Desde logo porque Vendas Novas é, no essencial, uma terra de acolhimento. Que sempre aceitou quem a escolheu para viver e trabalhar. Nada indica que neste caso deva ser diferente. Trata-se, portanto, de um impacto positivo ao nível da “auto-estima local” e que nesse plano se enriquece, tal como já aconteceu com a chegada de outras comunidades ao longo dos tempos.

Por outro lado, porque com o passar do tempo e a previsível (?) (embora lenta) integração destas pessoas na comunidade local, Vendas Novas poderá ver acentuada uma das suas principais características: uma heterogeneidade relativamente pronunciada. Por outro lado ainda, porque há sempre ganhos ou vantagens sociais na troca de experiências culturais, especialmente quando tratadas ao nível local.


... e ao nível económico

E do ponto de vista da economia local, este fenómeno trará vantagens ou antes pelo contrário? Que dizem sobre isto os consumidores que recorrem aos restaurantes e lojas chinesas? E que dizem os proprietários de negócios similares já aqui instalados? E os responsáveis autárquicos, têm ou deverão ter algum papel a desempenhar nesta questão? E que diz o amigo leitor ou leitora, já pensou sobre isto? Vejamos o que em minha opinião se pode dizer sobre estes aspectos.

Comecemos por defender que, muito naturalmente, há um determinado tipo de consequência para a economia local, decorrente da existência de uma comunidade que era estranha a Vendas Novas e que passou a exercer aqui actividades económicas. Tal como qualquer outra comunidade que, nas mesmas condições, se venha instalar na localidade. Logo, o caso em análise até poderia não ter nada de particularmente preocupante do ponto de vista da economia local. Digo eu, numa primeira abordagem. Mas, vendo bem, será que não tem mesmo? Vejamos.


O importante papel regulador e preventivo dos órgãos autárquicos

Em primeiro lugar, é importante começar por reconhecer que nós devemos saber o que queremos para Vendas Novas. Ou, pelo menos, deveríamos saber. E é aqui que começa o importante papel que, também nestas questões, pode e deve ser desempenhado pela autarquia – o de criar condições para que se analise e se decida sobre que caminho se pretende para Vendas Novas, no que respeita também às políticas locais para recepção e integração de comunidades de imigrantes. As quais entroncam em políticas mais gerais de segurança e de desenvolvimento económico. Este parece-me ser um trabalho ainda não terminado em Vendas Novas, e digo isto sem querer fazer prevalecer qualquer espírito crítico.

Digo-o antes porque, desde logo, é importante percebermos que, se queremos continuar a beneficiar localmente de um clima de paz social e de segurança no dia-a-dia, torna-se vantajoso prever e antecipar a tendência local de evolução das várias comunidades de emigrantes. O que passa por algum planeamento nesta área e por levar à prática um trabalho de proximidade. Pois uma coisa é termos a viver e trabalhar em Vendas Novas uma ou duas famílias, por exemplo chinesas mas que poderiam ser de qualquer outra nacionalidade, e outra coisa é ter dez, vinte, trinta ou mais famílias.

E também não é, de forma alguma, indiferente existir apenas um restaurante chinês, como actualmente acontece, ou existirem 3, 4 ou mais. Tal como os impactos ao nível económico eram diferentes quando tínhamos apenas 2 famílias e 2 lojas de produtos chineses, em relação à situação actual em que temos 5 ou 6, irão abrir brevemente mais duas e, quem sabe? poderão no futuro instalar-se ainda mais algumas. No fundo, devemos olhar para estes fenómenos, tentar perceber o que realmente se passa e planear as melhores estratégias de abordagem da questão. Tudo está a acontecer mesmo à nossa frente, é só uma questão de nos interessarmos. O que os responsáveis não devem fazer é fazer de conta que não acontece. Quero acreditar que não é esse o caso em Vendas Novas.


Voltando à questão dos impactos ao nível da economia local

Mas afinal, dirá o leitor, todo este palavreado e ainda não disse se as lojas de produtos chineses vieram ou não concorrer com outras já anteriormente instaladas!? E se elas concorrem ou não entre si!? Bem, o leitor tem toda a razão. Vejamos, há aqui duas questões. A primeira é que só podemos defender que concorrem entre si, na medida em que a procura dos seus produtos é relativamente pouco elástica. Ou seja, a determinada altura, torna-se quase um jogo de soma nula: o que uns vendem passará a ser igual ao que os restantes deixam de vender. Se bem que, no princípio, já foi um daqueles casos em que, manifestamente e dadas as circunstâncias em concreto, a nova oferta criou a sua própria procura. Com o tempo, ver-se-á que continuarão a abrir e a fechar lojas de produtos chineses no concelho ainda que, em minha opinião, seja muito duvidosa a sua eficiência económica do ponto de vista do negócio a que se dedicam. O que, mais uma vez, até poderia merecer uma análise detalhada, mas devo dizer que não cabe no âmbito deste texto.

Em segundo lugar, só em parte se pode defender que concorrem directamente com as de outros empresários já instalados. Concorrem, mas não como se poderia pensar. Isto tem a ver com o facto de se tratar de um nicho de negócio muito específico e com as características da respectiva procura local por este tipo de produtos. A meu ver, estas lojas concorrem mais com os chamados “mercados mensais” do que com a oferta já existente a qual, aliás, se viu desde o início forçada a reestruturar os seus negócios, cessando actividade ou passando a oferecer produtos algo diferenciados. A concorrência directa existiu, portanto, numa primeira fase, com resultados muito negativos para os empresários que aqui se encontravam instalados (Lojas de Trezentos, Galinha Gorda, etc.).

Numa perspectiva estritamente económica, e tratando-se de uma economia aberta como a nossa e que queremos preservar, estamos perante situações que não têm nada de transcendente. As quais, além disso, eram relativamente previsíveis pois começaram por acontecer noutros locais do país, de há anos a esta parte. Apesar de tudo, arriscaria a dizer que os maiores impactos ao nível da economia local já se verificaram de início. No entanto, há uma “nuance” a ter em conta. É que estamos perante um espaço económico relativamente reduzido e que apresenta em média um poder de compra não muito elevado, apenas um pouco superior à média regional. Pelo que não poderemos estar sossegados, digamos assim, com a evidente tendência de aumento do número de lojas de produtos chineses em Vendas Novas. E com as respectivas consequências do aumento dessa oferta no que concerne à economia local.

Na verdade, esta tendência levará por certo ao aparecimento de outros impactos significativos na nossa pequena economia doméstica, designadamente no que se refere ao chamado Comércio Tradicional. Se até agora a concorrência destas lojas se fez, com os resultados que se viram, apenas em relação às então existentes Lojas de Trezentos e similares nada garante que, de futuro, essa concorrência não venha a alargar-se a outro género de comércio, como sejam as lojas de vestuário e calçado. Consequências existirão sempre, mais ou menos graves, depende do ponto de vista de cada observador. Ainda nesta perspectiva, seria muito interessante tentar perceber porque razões estão a abrir tantas lojas idênticas em Vendas Novas “ao lado umas das outras”. Embora não esteja na posse de informação que me permita ter certezas, creio que as razões não estarão directamente relacionadas com a economia local, mas sim com outros factores de carácter externo (deixo para os leitores esse exercício).


E que tem tudo isto a ver com a tal globalização?

Lembro-me de ter lido, há seguramente mais de 20 anos, um curioso livro de Alain Peyrefitte, que tinha sido diplomata francês na China. O livro chamava-se “Quando a China despertar” e a ideia que retenho é a de que se tratava de uma reflexão a propósito do que ele considerava ser um enorme potencial daquele país, ao mesmo tempo que se debruçava sobre os impactos significativos das suas relações futuras com o mundo ocidental. Na altura, não lhe dei a devida importância. Fiz mal, pois muito do que então li tem vindo a acontecer desde há alguns anos. E as suas consequências já se fazem notar mesmo aqui, em Vendas Novas.

O que tem isto a ver com a globalização? Tem tudo a ver. A globalização é um fenómeno que afecta, umas vezes de forma positiva outras nem tanto, diversas vertentes da nossa sociedade. E pode ser analisado sob inúmeras perspectivas diferentes. Uma delas é, desde logo, a vertente social, na medida em que a globalização intensifica as relações sociais à escala mundial de tal maneira que faz depender muito do que sucede ao nível local de acontecimentos que se verificam a enormes distâncias entre si. Até porque a própria globalização tem ajudado a alterar o conceito de distância. É exactamente este o caso em apreciação, por se relacionar directamente com a imigração chinesa em Vendas Novas.

Já na vertente económica, também se poderá defender que esse mesmo fenómeno da globalização está a influenciar a nossa economia local, uma vez que observamos localmente consequências do que se passa num país tão distante como a China. E não é só em função das actividades aqui exercidas pela comunidade chinesa. Esse, aliás, eventualmente até não será o problema maior no plano económico, pelo menos por agora. Que o digam os responsáveis de algumas das fábricas aqui instaladas perante as dificuldades que lhes são colocadas, quando concorrem internacionalmente com empresas sedeadas na China ou em alguns outros países asiáticos. Mas essa é uma outra questão.


Concluindo ...

Em resumo, quanto às lojas de produtos chineses, as quais se caracterizam, de momento, por vender produtos de baixo custo de produção a preços reduzidos, há que diferenciar o tipo de impactos que têm, ou não, na comunidade vendasnovense. Assim, em relação ao que verdadeiramente importa, são quase nulas as consequências ao nível da criação de emprego na população local, por motivos óbvios, o mesmo acontecendo em termos de criação de valor acrescentado (não acredito que este seja economicamente relevante, mas não estou a incluir a área da restauração), tal como no que respeita ao aumento da concorrência efectiva aos empresários já instalados, por se tratar de um nicho de mercado muito específico e porque, numa primeira fase, se viram obrigados a mudar de ramo. Um outro tipo de impacto e, até ver, eventualmente o mais significativo em termos futuros, dá-se ao nível do mercado imobiliário/arrendamento, mas aí com particularidades que fogem um pouco ao âmbito deste texto.

Não incluo propositadamente a área da restauração, pois a mesma merecerá uma análise algo diferenciada. No essencial, os restaurantes chineses concorrem directamente com os restantes estabelecimentos do género aqui existentes, com as necessárias consequências decorrentes desses facto. Em última análise, julgo que se trata apenas de “mais um” restaurante em Vendas Novas. Este tipo de concorrência acaba por ser algo diferente daquela que se verificou em relação às lojas de produtos chineses e teve um impacto significativamente menor.

Por outro lado, em toda esta questão não será de mais realçar o importante papel que pode e, em minha opinião, deve ser desempenhado pela autarquia, designadamente ao nível da regulação e da prevenção em articulação com as entidades nacionais existentes nestas áreas. Sem deixar de ter em conta que estamos numa sociedade e num mercado abertos, mas também em que todas as questões relacionadas com imigração, seja qual for o país de origem, passam por ter ou poder vir a ter, implicações ao nível da segurança, da paz social no interior da comunidade e da verificação de salutares condições de concorrência económica.

Por último, deixo aqui uma questão que pode parecer marginal a este assunto, mas que serve para comparação: os chamados “Mercados mensais”. Os quais, adianto já, a meu ver acarretam, pelo menos por enquanto, impactos ao nível da economia local da mesma ou de maior dimensão que o fenómeno das lojas de produtos chineses em Vendas Novas. Mas essa é igualmente uma outra questão que tenho a intenção de abordar no futuro, aqui no Atribulações Locais.

Diria mesmo o seguinte: em termos económicos, pior que os “Mercados mensais”, só mesmo o efeito combinado resultante da conjugação desses eventos com o incremento de lojas de produtos chineses em Vendas Novas. Seria, também por isso, muito interessante perceber o que desejamos para Vendas Novas, neste particular. E cada vez me convenço mais que sabemos menos do que seria desejável. O que é pena.

Continuar a ler...

.
Reparei agora que ultrapassámos hoje as dez mil visitas. Não é muito, para sete meses de existência. Apesar disso, atendendo a que se trata de um blogue local, julgo que se pode considerar um início aceitável. Lá mais para o fim do ano, tentaremos fazer uma análise do caminho percorrido pelo Atribulações Locais. Entretanto, aproveitem para ler os textos já publicados .....


... e os caros leitores, aceitem as saudações amigas do pessoal aqui do blogue.

Continuar a ler...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Missão no Líbano


Estão em fase avançada de preparação os militares da Companhia de Engenharia, que no próximo mes de Novembro partirão para o Líbano.
Este é o contributo que o estado português disponibilizou, a pedido da ONU, para a reconstrução do Líbano.
É uma missão de paz e de reconstrução de infraestruturas da rede viária que enobrece Portugal, o Exército e os militares destacados para tão importante e humanitária missão.
Ao nosso conterrâneo Capitão Artur Espada Caracho, oficial de Pessoal e Logística, bem como aos restantes militares da nossa Companhia de Engenharia, deseja o "Atribulações Locais" os maiores êxitos.
Mourato Talhinhas

Continuar a ler...

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Preocupem-se, se fazem favor!

.

Continuo a não gostar, quando olho para esta torre da igreja, aqui mesmo no centro da cidade de Vendas Novas.

A questão é que ao longo dos anos me habituei a disfrutar do Ninho de Cegonha que ali estava até alguém ter decidido derrubá-lo no passado mês de Agosto. O ninho foi derrubado e, pelos vistos, tudo se passa como se nada se tivesse passado. Mas não foi isso que se passou. Nem mesmo se, por algum acaso, decidirmos colectivamente fazer de conta que nada se passa, faremos que o problema desapareça. Não vai desaparecer.

Eu sei perfeitamente que se trata de uma micro-causa. Sei bem que há em Vendas Novas imensos problemas bem mais importantes e decisivos para o nosso futuro colectivo. Sei perfeitamente que seria mais bem aceite se, pura e simplesmente, desistíssemos de nos importar. Mas ainda assim, o tal problema de fundo não desaparecia.

Um ninho de cegonha é, pelas leis da República e por direito colectivo, um património da comunidade. Isso implica que os cidadãos e cidadãs desta terra se importem, se preocupem. A população é parte integrante deste processo, por respeitar a uma singela parte do património colectivo. Parte integrante, no sentido de que tem uma palavra a dizer, de que deve ser considerado. Ou, no mínimo, de que deve ser informado.

O que se passou agora com este ninho de cegonha foi exactamente o mesmo do caso dos enormes eucaliptos cortados num bairro da cidade, aqui há uns meses, apenas porque alguém achou que estavam ali a mais. Ao que parece, ninguém, ou quase, se preocupou. Agora, ao que também parece, novamente ninguém ou quase, se preocupou.

E foi também o mesmo dos vários ninhos de cegonha que, na área urbana de Vendas Novas, foram silenciosamente derrubados ao longo dos últimos anos. Também, ao que parece, sem que ninguém se importasse. Afinal, há leis ou não há leis que proíbem determinantemente estas coisas de acontecerem? E se há, devem ser respeitadas e fazerem-se respeitar, ou têm apenas mero carácter indicativo? É que se for isso, então estou enganado.

Hoje parece ser com uma causa insignificante, amanhã será com outra questão qualquer, um dia destes acordamos e descobrimos que já não nos importamos com nada. Que é tudo um faz-de-conta. Não estará na altura de nos preocuparmos?

Preocupem-se, se fazem favor!

Continuar a ler...

terça-feira, 10 de outubro de 2006

.

Continuar a ler...

.
A partir de hoje e durante uma fase que espero seja transitória, os leitores que utilizem o browser Mozilla Firefox poderão encontrar problemas ao nível da visualização deste blogue. Para todos os restantes, em princípio não haverá problemas. Este facto está relacionado com pequenas alterações que estou a tentar implementar neste espaço. Agradeço a todos a melhor compreensão. Por outro lado, agradeço também que me digam (para o email indicado na barra lateral à direita) se tiverem algum problema na visualização do Atribulações Locais, seja qual for o browser que utilizam (por exemplo, descordenação nos tipos de letras, caracteres ilegíveis, cores alteradas, fotos ou outras peças fora do sítio usual, ... ..., esse tipo de coisas).
.
Entretanto, aproveitem para nos ajudar a conhecer melhor o perfil dos nossos leitores, indicando que temas gostariam de ver aqui tratados no futuro. Para isso, deverão utilizar o espaço próprio na barra lateral. O sistema só permite um "voto" por cada visitante, mas podem ser indicados um ou vários temas em simultâneo. Está também disponível uma opção em aberto (a última na lista), em que os leitores podem indicar outros temas da sua preferência. Em qualquer altura, pode consultar-se o andamento das escolhas já efectuadas, clicando em "View Results".
.
Obrigado pela vossa ajuda. Saudações amigas para todos os nossos leitores.

Continuar a ler...

domingo, 8 de outubro de 2006

A opinião dos leitores

.

O amigo e leitor Mário Nuno Madeira fez o favor de enviar o texto abaixo para divulgação do 5º Encontro de Aeromodelismo, que se realizou no passado fim-de-semana em Vendas Novas. Pelo que me apercebi, trata-se de uma manifestação anual que já atingiu um nível de organização e de visibilidade externa muito considerável. Oxalá os vendasnovenses saibam acarinhar e apoiar quem se dedica a este tipo de actividades.
João Fialho
("alentejodive")




5º Encontro de Aeromodelismo em Vendas Novas

No dia 1 de Outubro do corrente ano, no Aeródromo da Escola Prática de Artilharia, realizou-se o 5º Encontro de Aeromodelismo. Neste evento inscreveram-se 91 aeromodelistas oriundos de vários pontos do país e do estrangeiro, tendo voado cerca de sessenta. O público apareceu em força.

Durante o dia voaram vários aeromodelos, desde os mais nostálgicos (como as Pipers) aos jactos. Várias lojas da especialidade, empresas e instituições apoiaram esta actividade, a qual foi considerada por muitos dos presentes como a maior manifestação de aeromodelismo do país.






Continuar a ler...

sábado, 7 de outubro de 2006

A opinião dos leitores

.

O texto abaixo, que vincula apenas o seu autor, foi-nos enviado por email com a intenção de ser aqui publicado. Trata-se de uma questão que terá consequências ao nível das autarquias e, desde logo, também no caso de Vendas Novas. No Atribulações Locais, pretende-se continuar a proporcionar aos leitores a possibilidade de enviarem textos para publicação, com assuntos referentes a Vendas Novas e que considerem de alguma forma relevantes.

João Fialho
("alentejodive")



LEI DAS FINANÇAS LOCAIS

Decorreu no Centro Cultural Polivalente um “Debate sobre a Proposta de Lei das Finanças Locais”.

Considero que o tema seria de bastante interesse se na verdade houvesse um “Debate” entre todas as forças políticas envolvidas. Mas, com surpresa ou talvez não, os oradores foram:
  • Abílio Fernandes, deputado à Assembleia da Republica, membro da CDU
  • Jerónimo Lóios, Presidente da Associação de Municípios do Distrito de Évora, membro da CDU.
  • Jorge Pinto, docente universitário (desconheço a sua filiação partidária mas, não deverei errar se não for igualmente membro ou simpatizante do Partido Comunista).
  • Moderador: José Figueira, Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, membro da CDU.
É um facto que o actual governo quer levar por diante a famigerada Lei das Finanças Locais. Para tal tem já o secretário de Estado da Administração Local, andado a reunir-se com os autarcas socialistas no sentido de os demover de intervir contra a medida proposta pelo seu Governo. O secretário de Estado já chegou ao ponto de referir que a Associação Nacional de Municípios é conservadora e imobilista. É sabido que a nova Lei, a ser aprovada, criará um conjunto de medidas altamente penalizadoras e opositoras do desenvolvimento local e a redução de transferências do Orçamento do Estado irá provocar asfixia de alguns municípios com mais dificuldade.

Um dos argumentos do actual governo é o da solidariedade nacional para com todos os portugueses e que as receitas do IMI que subiram 15% irá compensar o não aumento das verbas do Estado para autarquias em 2007. Os cortes ao nível do financiamento e outros ao nível da gestão de recursos levam a que a maioria das autarquias se vejam restringidas de realizar inúmeros projectos de desenvolvimento local e regional, com obvias consequências na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Das propostas do PCP já sabemos que pura e simplesmente advoga que as autarquias passem a receber 37% do montante de IRS, IVA e IRC. As autarquias recebem actualmente 33% dessas receitas e em 2007 implicaria um reforço de transferências de mais 295 milhões de euros. Destes 220 milhões para os municípios e 75 milhões para as freguesias.

Todos sabemos que existem autarquias que são despesistas e sabemos igualmente que existem Câmaras que, como tem de mostrar obra, são muitas das vezes levadas a fazer empreendimentos que são autênticos “Elefantes Brancos”. Sabemos também todos que o poder central gasta muito e mal. Mantêm a febre despesista do tempo guterrista e depois atira para cima das autarquias locais e das regiões autónomas as culpas pelo aumento da despesa. O Governo deveria olhar para si próprio e para os maus hábitos que tem, antes de atirar as culpas para os outros. Vamos aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos.

José Sequeira
jsilvasequeira@clix.pt

Continuar a ler...

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

.
TROVA D'AMOR À CRIANÇA
.
Criança, componho para ti
Uma trova d'amor, d'afeição,
Vou cantar-ta com sofreguidão
Delirantemente, em frenesi
.
Canto, que ao olhar-te me enterneci,
Na tua candura em profusão
Na inocência que brota do teu coração
Nos olhos mais puros que jamais conheci
.
Trova que idealizo com ardor
A tocar-me a alma profundamente
Que te canto como um meigo trovador
.
E ao olhares-me tão docemente
Rogo teu carinho por divino favor
Só alcançando-o ficarei contente
.
Jodro

Continuar a ler...

Pormenores no Jardim Público

.

Sem querer de forma alguma ultrapassar competências alheias, peço o favor a quem for responsável por estas coisas que, se houver essa possibilidade e se não for pedir demais, mande efectuar uma verificação aos vários bebedouros existentes no nosso Jardim Público. Alguns estão continuamente, e desde há algum tempo, a desperdiçar água. E aquele que está mais perto da "Ilha" apresenta vestígios de oxidação, o que também poderá aconselhar alguma manutenção.

Uma outra questão, que aproveito apenas por estar também relacionada com esses bebedouros, tem a ver com o facto de alguns terem sido alvo de vandalismo, tendo o mesmo acontecido numa das paredes das instalações de WC no mesmo Jardim Público e em alguns outros locais desse espaço. Tudo isto já aconteceu há muito tempo. Sobre esse assunto, permitam-me que aconselhe ter presente a estratégia (baseada na "
Teoria da janela partida", de James Wilson e George Kelling) utilizada com evidentes resultados práticos pelo então "mayor" de Nova Yorque - Rudolf Giuliany no combate aos pequenos delitos. Há exemplos de políticas postas em prática que vale a pena conhecer.

Continuar a ler...

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

ERA UMA VEZ UM CHINÊS



Era uma vez um chinês que, indiferente ao esplendor da dinastia Ming ou dos clamores da Revolução Cultural, começou a pensar em mudar para o outro lado do mundo, mais propriamente para poente.
Acontece, porém, que tinha esposa e filhos – coisa sempre de ponderar quando se pensa em tomar uma decisão tão arriscada como esta.
Por isso mesmo resolveu aconselhar-se com outros cidadãos cujos familiares haviam corrido a mesma aventura e iam enviando boas notícias da sua nova vida. Num momento de maior lucidez contactou mesmo alguns familiares que viviam em Macau e, naturalmente, tinham informações mais fidedignas sobre o país para onde pensava, em princípio emigrar.
Feitas as contas – das quais faziam uma boa dose de confiança nas informações recebidas e no apoio dos seus compatriotas – acabou por deixar a terra do Sol Nascente e rumar em direcção ao Sol Poente.
É claro que não vamos aqui pormenorizar as dificuldades deste desconhecido e aventureiro chinês. Para o caso que interessa bastará dizer que, depois de andar de um lado para o outro, de Herodes para Pilatos ou seja de terra em terra, lá acabou por encontrar o sítio ideal para se estabelecer. E, de tantas por onde andou, foi aqui mesmo, na praça central de Vendas Novas, a da República, que encontrou disponível o sítio exacto para montar a sua “loja dos trezentos”, templo de bugigangas e baratezas, que os locais apreciam muito.
O sítio era de tal forma ideal que até tinha sido aí que funcionara, durante anos, a “histórica” Pastelaria Império, recanto de encontros e desencontros, de saudades e de recordações. De tal forma que ainda hoje ali se juntam na frente do actual centro bugigangal, quais sem abrigo, os velhos frequentadores do outro templo. Isto para já não ter que destacar que a dita pastelaria era a produtora do único “doce local” a que, inspirados na Escola Prática de Artilharia, situada mesmo defronte, deram o nome de “granadas”.
Indiferentes a estas “glórias” os donos da mítica Pastelaria Império resolveram vender este último reduto da convivência e da identidade pasteleira vendasnovense ao nosso amigo chinês. Xin Fu, assim se chama ele, estava feliz. Comprou o edifício todo, desde a frente até ao forno, comprou mercadorias, gastou todos os seus haveres no projecto, sonhava prosperar.
Eis senão quando a Câmara mandou fechar tudo. Que não, que tinha que se preservar a história e a vivência da praça e a identidade das “granadas” – que alguns passantes teimavam em procurar na esperança de levarem uma especialidade da terra – que mais isto, que mais aquilo.
É claro que Fu ficou fulo! Vendo-se na desgraça, implorou que ao menos o deixassem montar uma banca pública, em plena praça, para escoar a sua mercadoria e alimentar a família.
A Câmara autorizou (provisoriamente, é claro). Mas logo outros comerciantes instalados com artigos do mesmo ramo, e mais ou menos na Praça, invocam (e com razão) o lado inestético da coisa, o ambiente feirante que denegria a cidade – só para não dizerem que temiam a concorrência. O protesto atingiu tais dimensões que até mesmo aqueles que comerciavam as mesmas bugigangas e que, para além disso, ainda por cima abusam da ocupação do passeio – que é coisa pública e como tal é de todos – com a exposição exterior das ditas, foram os mais recalcitrantes.
Estava eu nisto, a ver como tudo terminava, quando acordei. Afinal, tudo não tinha passado de um sonho. As lojas dos trezentos continuam a substituir os velhos cafés e as antigas tertúlias que ali pontificavam. A Câmara não mandou fechar coisa nenhuma e o passeio continua atafulhado. Os “sem abrigo” continuam à sombra da laranjeira em frente do templo bugigangal.

Maio de 2004
Leonel da Cunha

Nota – Esta crónica, da autoria do Sr. Leonel Cunha, foi publicada na Gazeta de Vendas Novas em Maio de 2004. Pela sua actualidade, (dada a proliferação de lojas chinesas na cidade e no país) e ainda pelo seu valor literário, pedi permissão para aqui a transcrever, e agradecer ao autor.

Continuar a ler...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Vídeos da canção "Deixa-me sentir", de Pedro Madeira

.JESC 2006 - Portugal

Video promocional de Portugal, com a canção do Pedro Madeira: "Deixa-me sentir".

Pedro Madeira

Video da canção "Deixa-me sentir"

Os amigos leitores também podem ver
aqui o vídeo da canção vencedora do Festival da Canção Júnior 2006:
"Deixa-me sentir", interpretada pelo Pedro Madeira, de Vendas Novas.

(Informação disponibilizada pelo nosso colaborador "Bomdebola")

Continuar a ler...

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Núcleo Sportinguista de Vendas Novas: afectividade e paixão clubística

.....


O Sporting Clube de Portugal (SCP) tem cerca de 240 núcleos em todo o país. O Núcleo Sportinguista de Vendas Novas (NSVN) é, reconhecidamente, um dos que apresenta maior dinamismo a nível nacional. Para isso, muito contribui a excelente relação existente entre o SCP e este seu representante local. É, aliás, curioso verificar que se situam no Alentejo alguns dos mais dinâmicos núcleos do Sporting.

Este tipo de associações têm a vantagem de se constituírem como elos de união entre, por um lado, o próprio clube que está na sua génese (neste caso, o Sporting) e, por outro lado, os adeptos e simpatizantes que vêem assim criadas melhores condições para a aproximação ao seu clube de eleição.


Este núcleo existe desde há cerca de 6 anos em Vendas Novas, tendo sido seu primeiro Presidente da Direcção o Sr. Fernando Matias Candeias. A primeira (e anterior) sede, situada na zona da Boavista, tinha sido inaugurada em 15/9/2001, exactamente um ano após o nascimento do núcleo. Na altura, o NSVN já contava com cerca de 700 sócios. Actualmente esse número está quase a atingir os mil sócios.

As actuais instalações, igualmente situadas em Vendas Novas, existem desde há cerca de um ano junto ao Largo dos Bombeiros Voluntários, estão abertas todos os dias entre as 12.30h e as 23.00h/24.00h e oferecem muito boas condições aos que as frequentam. Foi prioridade estabelecida da actual direcção criar condições para que se formasse um ambiente saudável e todos ali se sentissem confortáveis. Esse facto motivou que, segundo o que me foi dito, ali se desloquem grupos familiares, especialmente ao fim-de-semana.

Além dos eventos de carácter recreativo que têm lugar na actual sede, o NSVN organiza também excursões para assistir aos jogos no Estádio José de Alvalade. Para tal, muito contribui o facto de já ter promovido a venda de largas dezenas de Gamebox (bilhetes anuais para os jogos do SCP) e de proporcionar facilidades na aquisição de bilhetes para os diversos jogos ao longo da época futebolística.













Os 13 membros dos actuais corpos sociais da associação repartem-se entre a Assembleia-geral (3), a Direcção (7) e o Conselho Fiscal (3). O actual Presidente da Direcção é o amigo João Paulo Varanda, a quem se deve muito do dinamismo que o núcleo respira. Na breve conversa que com ele mantive a propósito para esta divulgação aqui no Atribulações Locais, falou-me de vários projectos que tem em mente para o desenvolvimento do núcleo. É uma pessoa que respira dinamismo e organização o que, juntamente ao facto de se tratar de alguém muito ponderado nas suas atitudes, nos deixa a ideia de que é a pessoa certa para encabeçar este tipo de associativismo de base desportiva.


Entre outras coisas realçou o que, em sua opinião, constituem vantagens em adoptar um tipo de gestão racional e equilibrada, de forma a desenvolver o Núcleo de forma sustentada e a salvaguardar o futuro da própria associação que serve. Sem descurar o importante papel da afectividade e da paixão quando postos ao serviço de uma causa.



Por tudo isso, está de parabéns o Núcleo Sportinguista de Vendas Novas, não só pelo que já conseguiu alcançar, mas também por ter ao seu serviço pessoas com capacidade para manter um nível de dinamismo notável, atendendo às limitações com que se debatem estas associações de carácter local.

Continuar a ler...

domingo, 1 de outubro de 2006

.

Quiosque junto à Casa do Benfica em Vendas Novas

Continuar a ler...