sábado, 7 de outubro de 2006

A opinião dos leitores

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O texto abaixo, que vincula apenas o seu autor, foi-nos enviado por email com a intenção de ser aqui publicado. Trata-se de uma questão que terá consequências ao nível das autarquias e, desde logo, também no caso de Vendas Novas. No Atribulações Locais, pretende-se continuar a proporcionar aos leitores a possibilidade de enviarem textos para publicação, com assuntos referentes a Vendas Novas e que considerem de alguma forma relevantes.

João Fialho
("alentejodive")



LEI DAS FINANÇAS LOCAIS

Decorreu no Centro Cultural Polivalente um “Debate sobre a Proposta de Lei das Finanças Locais”.

Considero que o tema seria de bastante interesse se na verdade houvesse um “Debate” entre todas as forças políticas envolvidas. Mas, com surpresa ou talvez não, os oradores foram:
  • Abílio Fernandes, deputado à Assembleia da Republica, membro da CDU
  • Jerónimo Lóios, Presidente da Associação de Municípios do Distrito de Évora, membro da CDU.
  • Jorge Pinto, docente universitário (desconheço a sua filiação partidária mas, não deverei errar se não for igualmente membro ou simpatizante do Partido Comunista).
  • Moderador: José Figueira, Presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, membro da CDU.
É um facto que o actual governo quer levar por diante a famigerada Lei das Finanças Locais. Para tal tem já o secretário de Estado da Administração Local, andado a reunir-se com os autarcas socialistas no sentido de os demover de intervir contra a medida proposta pelo seu Governo. O secretário de Estado já chegou ao ponto de referir que a Associação Nacional de Municípios é conservadora e imobilista. É sabido que a nova Lei, a ser aprovada, criará um conjunto de medidas altamente penalizadoras e opositoras do desenvolvimento local e a redução de transferências do Orçamento do Estado irá provocar asfixia de alguns municípios com mais dificuldade.

Um dos argumentos do actual governo é o da solidariedade nacional para com todos os portugueses e que as receitas do IMI que subiram 15% irá compensar o não aumento das verbas do Estado para autarquias em 2007. Os cortes ao nível do financiamento e outros ao nível da gestão de recursos levam a que a maioria das autarquias se vejam restringidas de realizar inúmeros projectos de desenvolvimento local e regional, com obvias consequências na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Das propostas do PCP já sabemos que pura e simplesmente advoga que as autarquias passem a receber 37% do montante de IRS, IVA e IRC. As autarquias recebem actualmente 33% dessas receitas e em 2007 implicaria um reforço de transferências de mais 295 milhões de euros. Destes 220 milhões para os municípios e 75 milhões para as freguesias.

Todos sabemos que existem autarquias que são despesistas e sabemos igualmente que existem Câmaras que, como tem de mostrar obra, são muitas das vezes levadas a fazer empreendimentos que são autênticos “Elefantes Brancos”. Sabemos também todos que o poder central gasta muito e mal. Mantêm a febre despesista do tempo guterrista e depois atira para cima das autarquias locais e das regiões autónomas as culpas pelo aumento da despesa. O Governo deveria olhar para si próprio e para os maus hábitos que tem, antes de atirar as culpas para os outros. Vamos aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos.

José Sequeira
jsilvasequeira@clix.pt

33 comentários:

bomdebola disse...

Queria saudar o autor por esta sua primeira participação no AL. Espero que repita a experiência já que é um reconhecido talento da comunicação escrita e aqui, pela parte que me toca, será sempre bem-vindo.

Da análise que faço ao último parágrafo do seu texto sou levado a concluir que pensa como eu. Ou seja: em tempo de crise, alguma coisa teria de ser feita para racionalizar e moralizar esta distribuição de dinheiros públicos. O Governo defende que não será assim tão mau e dá como provado que 184 municípios ficam na mesma, 88 vêem as suas receitas subir e apenas 36 perdem face a 2006. E nestes (os perdedores) encontram-se os concelhos “fiscalmente ricos” que têm nos impostos municipais a alternativa ao equilíbrio das suas finanças.

A reacção das autarquias é a esperada, nada tem de surpreendente. O importante é tentarmos perceber o alcance concreto desta medida no nosso município para aquilatarmos da verdadeira extensão do que isto implica. Para isso seria conveniente que fosse tornado público qual a posição que ocupamos em termos de “capitação fiscal” comparativamente com a média do país. Alguém que saiba e que não se importe que a população venha a saber que avance com este importante dado.

Anónimo disse...

Só uma atitude de grande generosidade e simpatia da sua parte, o poderão levar a classificar o autor deste post como “um reconhecido talento da comunicação escrita”; felizmente e em boa altura, o personagem em causa decidiu suspender, eu gostaria que tivesse decidido ter acabado, definitivamente, com a sua participação na Gazeta onde, sabe-se lá, quais os verdadeiros e recônditos objectivos com que o fazia.

Digo isto porque, para além da falta de qualquer espécie de interesse de muitos dos artigos publicados, o que até se pode considerar como “o menos mau”, os gravíssimos atentados à Gramática Portuguesa e à Língua de Camões patentes em muitos dos seus artigos, ainda hoje me fazem corar de vergonha, e não era nada comigo…

Agora na sua nova função política e, particularmente, de participante na Assembleia Municipal, espero ver reveladas qualidades que no campo literário e de pseudo jornalista andaram sempre, ou quase sempre, arredias.

Anónimo disse...

E se o anonimo das 10.22 se identificasse não seria mais correcto?
José Sequeira

Anónimo disse...

Um artigo de "opinião" que termina referindo que " Vamos aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos".

È opinião ???

Anónimo disse...

Noto o Bomdebola muito participativo neste blog retomou a autoconfiança ao ponto de elogiar este "opinador" que tresanda a manifesta necessidade de protagonismo

MouTal disse...

Senhor José Sequeira
Confesso que fiquei um bocado baralhado com este seu post.
Começa por criticar a Autarquia pela iniciativa e pela filiação partidária dos oradores, mas depois não diz mais nada, nem sequer se debruça sobre as conclusões a que chegaram.
Não pretendendo tomar as dores de outrem, nem sair em defesa de ninguém,entendo o debate apenas e só, como mais uma actividade politico-partidária da maioria autárquica e que só respeita à CDU, pelo que daí nenhum mal vem ao mundo.
Depois , tece o seu juizo sobre o que entende sobre a Lei das finanças locais, essa "famigerada" lei que nos vai fazer retroceder não sei quantos anos, etc...etc...etc...discurso que diáriamente ouço ao líder do PSD, e aqui volto a frisar, que como manifestação da linha política Social Democrata, tem todo o direito bem como toda a legitimidade democrática do fazer.
Com esta conversa toda, só queria dizer que, para fazer passar as nossas razões, não há necessidade de primeiramente dizer mal de alguém, há é que com clareza apresentêmos as nossas razões e deixar , neste caso, o leitor, fazer o seu juizo.
Gostaria que o Sr. voltasse ao tema, para que mais não seja, eu ficar a saber mais um pouco sobre a "famigerada" lei.
Os meus cuprimentos.
Mourato Talhinhas.

Anónimo disse...

Também eu gostava de saber mais sobre a "famigerada" lei das Finanças Locais da era guterrista.

O que eu sei é que esta lei chateia muito, por exemplo, o presidente da região autónoma da Madeira. A lei é para todos!

Também penso que qualquer partido tem o direito de se reunir e debater a recente lei. As outras forças políticas que façam o mesmo.
m.o.c.

Anónimo disse...

Algumas opiniões sobre a nova lei das finanças locais:

Dra. Manuela F. Leite "Tudo o que sejam regras relacionadas com o endividamento estou globalmente de acordo. É um ponto sério, grave, que ainda por cima as regras definidas no tempo do Governo de Durão Barroso levaram a que houvesse fuga para outros instrumentos financeiros como o "leasing ou o factoring", no entanto, tenho fortíssimas dúvidas sobre alguns aspectos da lei, os efeitos retroactivos...

A Assembleia Municipal de Castelo Branco, órgão presidido pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, aprovou uma moção contra o Governo a que este pertence. A Assembleia municipal deliberou "insistir na necessidade de serem respeitados os princípios constitucionais", "protestar contra o alargamento do mecanismo da consignação de receitas" e
"condenar as tentativas de pôr autarquias contra autarquias...

Alberto João Jardim (O Governo madeirense contraiu empréstimo de 150 milhões à revelia do M. das Finanças)...afirmou, ontem, durante uma inauguração, sobre o Executivo de José Sócrates: "Isto é gente louca que governa o país"...

(retirado do jornal "Público" 10 Out 2006).

Será que esta lei vai favorecer as regiões mais pobres? pergunto eu. Na verdade, a Madeira deixou de ser uma região pobre e atingiu já um PIB bastante alto com os apoios recebidos. Estou recordado que, em tempos, se falou na ajuda das Câmaras ricas às Câmaras pobres... isso era ser bonzinho!
Tem que ser com uma lei! e doa a quem doer!

bomdebola disse...

Há quem se preocupe, há quem se interrogue, as respostas é que tardam.

Afinal, o que irá acontecer na realidade com as receitas do nosso município no próximo ano? Pessoalmente não acredito que baixem mas isto é apenas uma suposição baseada em convicções. Seria assim importante conhecermos os elementos estatísticos que servem de cálculo à aplicação desta lei, designadamente a capitação fiscal e o seu posicionamento face à média nacional.

Anónimo disse...

O Orçamento da C.M.V.N. é, como todos os orçamentos composto por Receitas e Despesas.
Na parte das Receitas o Estado transfere para os Municipios determinadas verbas.
No Distrito de Évora coube a V.N. 4,4% da verba total dos 14 municipios do Distrito.
Esses 4,4% compoem-se de Receitas Correntes e Receitas de Capital.
As Receitas Correntes englobam:
-Fundo Base Municipal - 648.161,00;
-Fundo Geral Municipal-1.052.885,00;
-Fundo Coesão Municipal- 401.781,00
Total Receitas Correntes-2.102.827,00.
Nas Receitas de Capital:
FBM - 432.107,00;FGM - 701.923,00 e FCM- 267.854,00.
Total Receitas Capital- 3.504.711,00.
Para além destas verbas as Receitas Correntes são compostas pelos Impostos Directos; Indirectos;Taxas;Multas;Transferencias Correntes;Venda de Bens e Serviços Correntes etc, e que no total para o ano corrente é de 6.588.515,00.
Para as Receitas de Capital temos a Venda de Bens de Investimento, Transferencias de Capital e que perfaz o valor de 9.472.216,00.
Resumindo o Orçamento de Receitas da C.M.V.N. para o ano de 2006 é de 16.060.731,00.
É evidente que existe a contrapartida nas Despesas desde as despesas com o Pessoal, Aquisição de Bens e Serviços, tudo isto nas Despesas Correntes e nas Despesas de Capital a respectiva Aquisição de Bens de Capital, transferencias de Capital, passivos financeiros.
Espero que de alguma modo e de uma maneira sintética possa ter contribuido para esclarecer alguma duvida sobre as verbas que fazem parte do Orçamento da C.M.V.N.

Como é sabido a proposta da nova Lei das FInanças continua e dividir governo e autarquias.
No centro da discordia está o emagrecimento das receitas municipais e, acima de tudo, o férreo controlo sobre o seu endividamento.
José Sequeira

Anónimo disse...

Ó "anónimo m.o.c." das 02:18 o qual escreveu "qualquer partido tem o direito de se reunir e debater a recente lei. As outras forças políticas que façam o mesmo".
Mas atenção que aquela reunião a debater a nova Lei das Finanças Locais não foi convocada pelo PCP foi convocada no seio da autarquia como se via no prospecto.
É engraçado como tanta gente confunde a autarquia com o PCP em Vendas Novas; já é tempo de
acabar essa confusão.

bomdebola disse...

Agradeço o esforço do Dr. José Sequeira mas continuo sem perceber o que se perspectiva para o nosso município no próximo ano com o enquadramento da nova Lei.

Começo a acreditar que não há interesse na divulgação destes pormenores. Outra hipótese, mais remota, seria o desconhecimento. Mas se há contestação esta não deveria assentar em meras suposições ou recados das cúpulas partidárias. Digo eu, quando penso.

Anónimo disse...

“O Orçamento da C.M.V.N. é, como todos os orçamentos composto por Receitas e Despesas”, diz o articulista.

Segue-se uma “memória descritiva” das receitas, pelos principais itens, em que a confusão e os erros têm lugar, ao melhor estilo do nosso “escriba”, mas omitindo toda e qualquer ideia ou parecer, que era aquilo que, no mínimo, se lhe pedia, quanto às implicações altamente gravosas da “famigerada” Lei Autárquica que aí vem…

De Despesas, as tais que compõem todos os orçamentos, não sendo o da CMVN excepção, nada nos diz; do rendimento “per capita”, importante nesta lei, também nada nos diz.

Todos sabemos qual é a área da sua formação académica – estudou à noite no ISE, como trabalhador estudante, o que só o dignifica, em período revolucionário onde o PREC ditava as suas leis, algumas das quais, deve dizer-se, lhe deram muito jeito, como os “trabalhos de grupo” em substituição dos “testes individuais” de avaliação e, sobretudo, as “passagens administrativas” em substituição dos “fascizantes” exames anuais de avaliação de conhecimentos, exames que dificultavam a obtenção, “a granel”, do apetecido “canudo” -mas, mau grado o que acabei de dizer, os conhecimentos que adquiriu, terão sido bastantes para nos dizer algo de elucidativo e, acima de tudo, esclarecedor quanto à sua opinião pessoal, como técnico credenciado que é e das responsabilidades políticas que tem, das perniciosas implicações da anunciada lei.

Limitar-se a transcrever números, com alguns lapsos à mistura, é muito pouco, para não dizer quase nada, para quem tem responsabilidades na Assembleia Autárquica, na oposição creio, e espera, assim penso, trabalhar e mostrar serviço para derrubar a CDU nas próximas eleições autárquicas.

Arrisque, e opine! É cedo para começar a fazer “jogo duplo”!
Como representante que é na Assembleia Municipal, pago para o efeito -valerá a pena em período de austeridade? -, e eleito nas listas do PSD como independente ainda que “à boleia” como alguém escreveu, tem responsabilidades para com os munícipes muito para além do pouquíssimo que até agora nos mostrou.

Anónimo disse...

Porque continuam estes "anónimos" a modos que a pensar fazerem bem desta forma que só pretende achincalhar personalidades alheias?
Ao caso não conseguem alcançar sobre este género de actuações só ficam mal a eles e aos quais pretendem defender?
Tornam os alvos nas suas vítimas e fazem-se de carrascos; quem fica mais mal é mais quem ataca não nunca as suas vítimas; eu ao ler estes ataques nos blogues fico frustrado haver pessoas até são de certeza dosmeus pensamentos politicos a dizerem essim asneiras destas; não vêem quem perde com isto somos nós?
Para alcançarem um sucesso nessas criticas nãopode ser assim é com dignidade não com baixezas, já lá vai o tempo.

Anónimo disse...

Anónimos a criticar “anónimos” que criticam, ou comentam, “posts” de outros bloguistas anónimos ou não, é, verdadeiramente, o máximo!

Ao velho ditado de “ o roto a dizer para o nu”, da era “pré blogosfera”, contrapõem agora os “críticos” de circunstância que, tentando atirar pedras aos outros lhes caem, por via do efeito bumerangue, exactamente, no centro da “pinha”…

Assim não vale!

Levantar o dedo acusador quando não se passa de um “acusado” de uma mesma causa é, no mínimo, patético para não adjectivar de forma mais incisiva e que lhe poderia cair mal ainda que, talvez, o merecesse!

Anónimo disse...

Este anonimo deve achar-se inteligente; pois eu sempre digo, estou mais que farto de ver meus que são camaradas meus a fazerem estes ataques era no profeta agora neste atribulações mas eu conheço-os e são os mesmos.
Agora quando disse a um deles isso na cara mandaram-me calar; quem perde é esta-se a ver quem é; vocemessê se for assim inteligente como quer parecere vai ver a coisa; ao contrário é problema só seu; não digo mais nada.

Anónimo disse...

Inteligente sou o "quanto basta" mas, confesso, não entendi nada do que escreveu!

Um "cruzadismo" de frases e meias palavras que não dá mesmo para entender!

Desculpe Vossa Senhoria se porventura o ofendi,tá?!

Anónimo simpático

Anónimo disse...

Olha olha o BOMDEBOLA a virar o "bico ao prego"


Então o comentador passou de Bestial a Besta ???

Anónimo disse...

Agradeço a informação do anónimo (10 Out)23:08.
Eu tinha lido o Site Oficial da CMVN que se refere aos participantes, no debate sobre a Proposta da Lei das Finanças Locais, apenas pelos seus cargos políticos, salvo Abílio Fernandes que está como Deputado do PCP na Assembleia da República.
Ao ler o texto do sr José Sequeira todos os participantes são da CDU, excepto Jorge Pinto, diz ele: "não deverei errar se não for igualmente membro ou simpatizante do Partido Comunista". Daí a minha confusão. Mas, penso eu, a CDU tem maioritariamente PeCêsS, ou não?

Bem, o que importa, é que os partidos políticos, coligações e movimentos de cidadãos participem e dêem a sua opinião, livre e espontânea, sobre esta nova Lei, com o devido respeito pela opinião dos seus adversários!
m.o.c.

Anónimo disse...

Estou confuso.

Gostava de saber mais sobre esta nova e "famigerada" Lei das Finanças Locais, mas de forma correcta sem se cair em disputas partidárias.

Haverá por aqui algum cidadão honesto que seja capaz de me (nos) elucidar?

Os munícipes distraídos agradecem!

Anónimo disse...

Sejamos claros, objectivos, precisos e concisos!

No essencial, o controlo do défice passa por duas variáveis:

- Aumento das Receitas, e Redução das Despesas;

Aumentar as receitas pode passar por mais aumentos de impostos o que, manifestamente, não convém, nem é recomendável por razões da tal competitividade de que tanto se vem falando; (a venda de património pode ajudar, mas todos sabemos o apego que os portugueses têm à “coisa” sua)

Redução das despesas é necessário, e recomenda-se aos diferentes níveis:

- Governo Central, extensível a todos os Ministérios ainda de forma diferenciada, atendendo às carências mais prementes de cada um dos ministérios e aos objectivos estratégicos delineados para o país;

- Autarquias Locais, tendo presente a receita fiscal “por cabeça” e o estado de desenvolvimento face à média nacional, esta é, aliás, a estratégia preconizada pelo Governo (é menos uma rotunda? Que se lixe!);

- Regiões Autónomas pelas razões apontadas anteriormente, capitação fiscal e desenvolvimento vs média nacional, introduzindo, eventualmente, um factor de ponderação a favor dos insulares, Madeira e Açores, para fazer face às despesas acrescidos resultantes dessa sua insularidade, por um lado, e ao benefício acrescido, que os há, ao nível do alargamento da costa marítima e da dua localização geoestratégica, por outro.

Isto é o FUNDO da questão!

Quando o dinheiro é pouco, e cada um de nós sabe muito bem disso, só temos uma de duas hipóteses para custear as despesas da família: ou poupamos, ou tentamos ganhar mais.

Quanto à FORMA de ultrapassar o problema, e como diz o povo “cada cabeça sua sentença”, se quisermos ser racionais e, até, um pouco Patrióticos, coisa que não envergonha ninguém e não é um exclusivo do futebol, concluiremos não há muita volta a dar ao assunto, e que as principais linhas de orientação preconizadas pelo governo, de quem até se pode não gostar, são justas e apontam no caminho certo! (*)

(*) As camisolas dos partidos políticos (a minha é branca, símbolo do Serviço Cívico), tal como as dos clubes quando se juntam a apoiar a selecção, devem ficar, temporariamente, em casa.

jal disse...

A proposta de Lei das Finanças Locais (acompanhada de outras duas: Sector Empresarial Local e Taxas) constitui um documento muito interessante pois permite verificar o que pretende o Governo e o Partido Socialista para o Poder Local.

À parte da guerra de números (note-se que os números fornecidos pela ANMP são os números de uma importante consultora, utilizada em muitas matérias pelo próprio Governo) existe um dado que é inegável, o princípio constitucional da autonomia do Poder Local, reconhecido e reforçado por inúmeros TRatados e Convenções Internacionais, está posto em causa.
O Governo pretende, a pretexto da estabilidade orçamental, condicionar totalmente a actividade de órgãos eleitos pelas populações, pretende tornar as autarquias em meros serviços burocráticos, sem qualquer capacidade realizadora.

A proposta do Governo a concretizar-se, traduzir-se-á num corte do montante global de financiamento dos municípios na ordem dos muitos milhões de euros. Entre os mais de 200 municípios que perdem com a aplicação integral da lei, encontram-se 150 municípios do interior do país - já hoje muito dependentes das transferências.
A diminuição do limite máximo da derrama sobre o IRC, a limitação da capacidade de endividamento dos municípios, a «fiscalidade municipal», a criação/reforço de tutela - preventiva e sanções administrativas, intervenção directa do Governo na gestão, consagração da possibilidade de transferência avulsa de novas competências, etc., etc.

Os dados não mentem:
As autarquias, com 10% da despesa total, são responsáveis por 44% da totalidade do investimento público em Portugal.

A despesa anual dos municípios representa apenas 9,9% do total da despesa pública.

O peso da dívida das autarquias no conjunto da dívida pública não ultrapassa os 5%.

As autarquias têm vindo a melhorar o equilíbrio entre as suas receitas e despesas, passando o valor do seu défice global de 591,6 (em 2002) para 290,1 milhões de euros (em 2005); a administração central, pelo contrário, em igual período, agravou as suas contas passando de 4290 par 8881 milhões de euros.

Os recursos nacionais geridos pela administração local e regional equivalem a 8,3% da receita pública total, quando a média dos países da OCDE é de 21,9%.

Estes dados não mentem e servem claramente para demonstrar que o PS e o Governo mentem quando fazem do Poder Local bode expiatório dos problemas financeiros do País.
De facto, existem autarcas corruptos e despesistas, são a esmagadora minoria, mas talvez o Secretário Geral do PS - José Socrates devesse olhar para as suas listas às eleições autárquicas com maiores cuidados, tendo em conta a ideia que faz dos seus camaradas autarcas.


Em Portugal, em 30 anos de poder local democrático, milhões de pessoas exerceram cargos autárquicos, não é admissível que um Governo, com vista à concretização dos seus objectivos, rotule toda esta gente de mal feitores.

Esta proposta de lei é um passo para o acentuar de assimetrias regionais, para a falência de municípios, para o fim da autonomia do poder local.

Já alguém pensou porque razão muitos autarcas do PS estão contra esta proposta de Lei? Serão corruptos e despesistas?

Quem irá sofrer as consequências desta Lei não são os autarcas, mas as populações e, nomeadamente, as do interior do país. O PS está a desertificar por completo vastas regiões de Portugal, acabando com serviços públicos, retirando poderes e meios ao poder local, desqualifica territórios a seu belo prazer.

Portugal já está a começar a pagar bem caro as governações dos últimos anos.

Anónimo disse...

Porque será que os anónimos não são todos como este “10 Outubro, 2006 10:56”? Cordatos, cívicos, educados, prestativos, já não falo em serem inteligentes, como é o caso, por não ser obrigatório nem estar ao alcance de todos. Quando vimos certas aberrações que por aqui passam que parecem estar apenas a cumprir uma missão que lhes foi encomendada…

Anónimo disse...

Agradeço as palavras simpáticas e elogiosas do Anónimo das 12.30h de 12-10-2006, palavras que não mereço, pelo que, e se me permite, gostaria de as remeter para os Responsáveis do Atribulações Locais, como testemunho do respeito e admiração que tenho por todos eles dado que, apesar de algumas críticas e opiniões contrárias, têm mantido sempre aberta uma “janela de oportunidade” aos muitos bloguistas A/anónimos.

A minha participação, esporádica, neste Blog, nem sempre bem conseguida qualitativamente, mas sempre feita com o máximo de elevação, tem-se pautado pela discrição e será o paradigma de que “Postar” a coberto do anonimato não é, em si mesmo, um mal; poderá até, e pela inversa, constituir um convite aos outros “Postadores”, habitualmente menos ortodoxos, a fazerem-no ao nível que este Blog merece e que, por isso mesmo, lhes exige.

Obrigado

Anónimo disse...

Para D'anónimo

Em área de lentisco, onde não floresce o azebre, inicio este texto com um 'drive'para que com "mastiche" fique de uma vez e por todas colmatada esta minha participação.
Assim iniciei por causa dos "gravissimos atentados à gramática portuguesa e à Língua de Camões" será que o primeiro nome de Camões era Língua? ou será Luís?

O nosso D'anónimo com toda a certeza que se encontra numa fase de "synkretismós" ainda não conseguiu indidualizar os elementos e daí não conseguir, igualmente,individualizar todos os elementos que por mim foram relatados neste blogue.

Pois é meu caro, a vida é composta por buracos em que nós vamos tentando fazer "birdies" mas normalmente nem "pares" conseguimos fazer e o que por vezes acontece, provavelmente a si com muita frequencia, é ficar pelos "boggys".

Mas adiante,

Já no que diz respeito ao "pseudo" sempre direi que antes assim do que aqueles que sob uma suposta capa de cultura ficam calados, mudos, quedos, inertes numa concha recheada de sabe-se lá o quê sem que partilhem toda a sua sabedoria com os seus conterrâneos, será que deles têm Vergonha?- Pois eu não!

Jornalista não serei mas sou daqueles que dão a cara pelas opiniões que exprimo.
Todos conhecem os filhos que tenho, o facto de ser avô e o orgulho que sinto pela minha terra e pela minha família.

Contenha-se D'anónimo, dê a cara como eu faço quando dou a cara pela minha terra e pela minha Gente, sem que com isso politize todas as questões.

Já lá vai o tempo, recorda da época medieval? em que em voga estiveram as contigas de "escárnio e mal dizer" pois, sempre lhe digo, que de mim não receberá mais versos.

A contradição é uma coisa feia, principalmente quando essa contradita pertence ao mesmo sujeito, o que é o caso - D'anónimo - emende-se.

Para finalizar, porque a proza vai longa e propositadamente barroca, apareça, mostre os seus "bigodes" e participe de cara levantada no desenvolvimento da nossa terra que ainda tem barbeiro.

Anónimo disse...

Até que enfim aparecem anónimos como os(10:56, 12Out2006) e (11:26, 12Out2006) a opinar sobre o tema da nova Lei das Finanças Locais! Cada um defende a sua ideia, com clareza e educação.
Parabéns!
Alguns visitantes do A.L., onde me incluo, agradecem.

Anónimo disse...

O sr José Sequeira tem todo o direito em se defender, mas usa tantas palavras "caras" neste seu último comentário que se esqueceu que "proza" se escreve com "s"... e continua a não dar uma opinião pessoal, como lhe foi sugerido por alguns comentadores, sobre o tema que levantou.
m.o.c.

Anónimo disse...

O Sr. Sequeiro na sua última intervenção utiliza um parafraseado propositadamente barroco diz ele, que mal se distingue de quando tem pretensões a escrever de forma mais erudita dizemos nós; além disso ficamos sem saber o que é que os boggis e os bigodes e não sei que mais tem a ver com a lei das finanças locais à qual ele diz: NI
Deixe-se de coisas e responda às questões que lhe colocaram, estamos todos esperando.

Anónimo disse...

Já estou a ouvir o Sr. Sequeira a dizer que "proza" em barroco se escreve com Z e não com S; eu já sabia o porquê da escolha: os disparates ficam mais encobertos e até pode ser que ninguem dê por isso...

jal disse...

Será apenas uma ideia sem sentido ou há muito interesse (de anónimos e do próprio autor do texto que se deixa ir na conversa) em que não se discuta o tema em causa.
Onde querem chegar com a troca de mimos entre eles?
Que reflexos tem esse paleio todo na vida de Vendas Novas?
Podem ir tentando, mas não nos afastaram do essencial.

Anónimo disse...

Os atentados, agora à Gramática do Camões e à Língua do Luís Vaz, sucedem-se a um ritmo vertiginoso, só encontrando paralelo nos discursos do saudoso Samora…

Aceite o meu conselho e mude de vida! Basta de ser ridículo na ânsia cega de ser exacerbadamente sério e o centro de todo o protagonismo!

MouTal disse...

Meu caro "JAL"
Apreciei sobremaneira o que escreveu.
Denota muitos conhecimentos, que eu, particularmente, não tenho, nem o terão por certo a maioria dos nossos leitores.
Quando me avançam com tantos números e percentagens, confesso que fico baralhado e sinto que me estão a querer baralhar.
Já li umas coisas sobre as tecnicas de baralhar o maralhal que me deixaram ainda mais baralhado.
Na tropa até se costuma dizer "simples...simples...para militar perceber".
Mas, há sempre um mas, o meu caro só apresenta números e críticas, não apresenta uma única solução ou indica um caminho alternativo para que o país saia deste atoleiro em que sucessivos governos nos meteram.
É esse o desafio que lhe proponho.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Caro Moutal :

Não perguntes o que é que o País pode fazer por ti ; questiona antes o que podes tu fazer pelo País.