sábado, 3 de junho de 2006

Quadro em tons de NEGRO

O estatuto de trabalhador por contra de outrem é nos dias que correm um equívoco constitucional sem solução à vista. Ter um emprego é uma necessidade básica para a integração do indivíduo numa sociedade padronizada, competitiva e exigente, como esta em que nos inserimos.

Sendo que o factor económico é o valor que mais conta quando procuramos uma ocupação remunerada, não deveremos dissociar do que é prioritário na escolha do posto de trabalho, que este se enquadre na nossa formação e na apetência natural que nasce com todos nós. E já agora, que nos garanta segurança, tranquilidade e progressão na carreira.

O ideal seria conseguirmos conjugar tudo isto num só pacote. A realidade mostra-nos que raramente é assim.

Vendas Novas não foge à regra. Esporadicamente lá aparece alguma oferta de emprego. Prevalecem então, a precariedade, os baixos salários, a instabilidade permanente, e os incontornáveis contratos a termo que raramente se convertem em definitivos.

Subjacente a esta instabilidade está, algumas vezes, o autoritarismo dominante de quem dirige, que induz o assalariado a uma subserviência humilhante, retirando-lhe dignidade e sonegando-lhe direitos consagrados “apenas no papel”.

A luta pela manutenção do posto de trabalho assume então contornos de sobrevivência, numa selva onde impera cada vez mais o “salve-se quem puder”. E já deu para perceber que esta batalha não se confina apenas aos jovens, ou aos contratados a termo. O pavor de perder o emprego pode perseguir-nos indefinidamente.

Teme-se a prepotência ameaçadora de um poder discricionário, que subjuga e subverte princípios e sentimentos. O primeiro mandamento de um trabalhador é tudo fazer para agradar ao seu chefe. Ainda que isso o coloque contra ele próprio, por não conseguir dizer NÃO sempre que a razão o justifique.

Neste quadro pintado em tons de negro, Vendas Novas não é excepção. Destes receios, também por cá os há! Oh se há…

28 comentários:

¦☆¦Jøhη¦☆¦ disse...

Meu caro amigo, em breve serei mais um licensiado à procura do seu primeiro emprego... estou bem ciente das dificuldades que irei ter e dos caminhos que muitas vezes se têm de percorrer de modo a alcançar o tão desejado posto de trabalho... esta é a minha área... sei bem que apesar de tudo o que nos "vendem" em disciplinas como "Gestão de Pessoal" e "Ética" e "Comportamento Organizacional"... entre outras, onde nos dizem que "o factor humano é o mais importante dentro de uma unidade económica"... claro que sim!! Depois temos as disciplinas "realmente importantes" como "Gestão Financeira", "Análise de Investimentos", etc... onde temos rácios para tudo e mais qualquer coisa (inclusive para saber se se deve dispensar parte da força de trabalho). Enfim... confesso que esta parte da gestão me entristece um pouco... não haja duvidas, os números são o que conta... as pessoas não contam nada! Não vale a pena ter ilusões quanto a esse aspecto... Aqui, costumo lembrar-me de uma Banda Desenhada que gosto muito chamada "Dilbert"... lembro-me de uma tira, onde o pessoal está numa reunião e o chefe começa assim: "Por anos temos dito aos nossos empregados que são o recurso mais importante da empresa, afinal estávamos errados, o dinheiro é o nosso recurso mais importante, os empregados estão em 9º lugar" e há um que diz: "até tenho medo de saber o que ficou em 8º...", resposta do chefe: "o papel quimico"... Pois é, parece ridiculo, brincadeira... mas sabemos que a brincar... muitas vezes se dizem coisas muito sérias. Quanto às pessoas e aos locais onde existem preocupações... isso, meu caro amigo, todos estamos no mesmo barco... jovens ou meia idade, norte ou sul...

Um abraço, João

bomdebola disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
bomdebola disse...

Meu caro amigo João, quem minimamente te conhece sabe que tu és um tipo daqueles que actualmente já não existem. Não necessitas da minha publicidade porque já tens o teu espaço próprio, suficientemente difundido na blogosfera alentejana e algarvia. És das pessoas mais humanas que eu conheço, e uma referência nesta coisa de saber descrever pensamentos. Quem ainda não te leu, não sabe o que perdeu.

Quanto ao teu comentário, está à tua altura. Soberbo. Se me permites, só discordo num ponto: já não é o papel químico que ocupa o 8.º lugar mais importante na empresa. Cedeu o seu lugar ao papel de 80 gramas. Quanto ao pessoal, mantém o honroso 9.º lugar! À beira da despromoção.

Obrigado João, um abraço.

Carla disse...

Beijos e boa semana.

Anónimo disse...

que grande pincel !!!

Anónimo disse...

que grande pincel !!!

Anónimo disse...

E que tal o 1º comentador deste post ...mais um licensiado!

Anónimo disse...

por acaso o ¦☆¦Jøhη¦☆¦ deve sair-se benm na vida depois de terminar a licensiatura...

Anónimo disse...

Meu caro João
O meu amigo tem de ter cuidado com a ortografia, olhe que "licenciado" é assim que se escreve, e não com "s".
Esta malta está atenta e não perdoa nada.
Milu.

bomdebola disse...

Caro João

Como vês, insectos por aqui não faltam. E nós que julgávamos que estavam confinados unicamente às praias… O pior mesmo são aqueles não identificados, muito pequeninos…

bomdebola disse...

Felizmente que no meio desta praga de insectos, muito pequeninos, ainda aparecem os “cidadãos livres”. Para todos eles a minha homenagem e os meus agradecimentos.

Anónimo disse...

olha BOMDEBOLA :

Até concordo com este teu o post mas lá tinhas que estragar tudo com o teu parvo comentário sobre o nosso licensiado.

bomdebola disse...

Olha “a mim não me enganas tu”

Se queres aprender alguma coisa de válido que enobreça esse teu espírito tacanho, eu conheço um local apropriado onde se cultiva a educação e a qualidade.

Sugiro que passes pelo “Meu Querido Diário” no endereço: mybelovediary2.blogspot.com.

Agora faz-me um favor:
Põe-te a milhas que para esse peditório já dei.

Anónimo disse...

Pronto!!! ... já puseram o Bomdebola com os nervos. Tenha calma não se excite, ainda lhe rebenta uma veia ou coisa do género. Aconselho-o a fazer ioga para acalmar, ou em alternativa Hip-Hop com os D'ZRT. Em poucas semanas começa a fazer saltos mortais e piruetas que é um espectáculo. E assim já ninguem o chateia e começa a trabalhar por conta própria e não precisa de fazer vénias ao patrao, se é esse o seu medo.

Carla disse...

Finalmente tive algum tempo para ler e apreciar a tua publicação referente emprego e à situação empresarial e económica que actualmente se verifica no nosso país.
Estou inteiramente de acordo com cada uma das tuas palavras, é lamentável que nos dias de hoje, muitos cargos de chefia ainda não tenham “interiorizado” o facto de serem as pessoas o motor de qualquer empresa, seja ela de que ramo for.
A falta de motivação, os salários precários, a desmotivação, alguns abusos de “poder” e as dificuldades económicas com que nos deparamos no nosso dia a dia, sem duvida contribuem para o estado económico e de fraco desenvolvimento em que o país se encontra, e se analisarmos bem a questão, ou melhor se analisarmos de uma forma mais fria, chegaremos facilmente à conclusão que um dos principais motivos é precisamente o factor humano.
Será possível uma empresa existir só com a presença do seu fundador?
Sabemos que não, uma empresa, é no fundo o trabalho de equipa de várias pessoas que devem ser respeitadas, e sobretudo valorizadas pelo trabalho que prestam, quer a favor da empresa, quer a favor daqueles que usufruem do serviço ou produto por ela comercializado.
Enquanto os nossos gestores não valorizarem o factor humano em primeiro lugar, estas dificuldades com que nos confrontamos diariamente no mercado de trabalho irão sempre subsistir.
Não sou licenciada, estou muito longe de o ser, mas respeito ambas as condições, pois é importante que tenhamos pessoas com capacidades, formação técnica para o bom desempenho de qualquer empresa.
A empresa é a união de esforços de um conjunto de pessoas que trabalham em “EQUIPA” em função do memo objectivo profissional e consequentemente de realização pessoal, pelo que TODOS, independentemente da sua formação académica DEVEM SER RESPEITADOS E VALORIZADOS de acordo com as tarefas que executam. Actualmente não se está a valorizar o factor humano, só o factor económico, ora mais uma vez as PESSOAS são peças importantes, pois elas são as que mais podem influenciar o factor económico com o seu desempenho profissional.
Dai reitero a minha posição AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR!, independentemente da formação académica, da posição social, são ELAS (as pessoas) que movimentam a empresa, a economia e consequentemente o sucesso, individual, em equipa e do país como um todo e do qual fazem parte.
Obviamente que errar erramos todos, sábio daquele que é humilde o suficiente para assumir que tem sempre algo de novo a aprender, os que se julgam conhecer donos da verdade e que não comete erros, são peças perfeitamente dispensáveis porque já não podem dar um contributo válido ao país, e a todos aqueles que com ele convivem diariamente.
Errar é humano, mas estar disposto a aprender e a transmitir e partilhar conhecimentos é uma mais valia que nos enriquece.
Tenho apenas o 9º ano, não me envergonho de o dizer, tal como não me envergonharia se fosse alguém licenciada, porque considero que o mais importante é o ser e não o ter, não tenho por hábito julgar as pessoas pelo que tem, mas sim pelo que são, pois é ai que se encontra a diferença e a verdadeira riqueza de carácter e de personalidade.
Pelo que me foi dado a conhecer pelos comentários anteriores este foi um post conflituoso.
Respeito as opiniões contrárias ás minhas, até porque posso aprender algo com elas, mas não entro em “conflitos” apenas pelo prazer de fazer “vingar” a minha opinião, há outras formas “mais inteligentes” do que as conflituosas para se “marcar” posições, e há que ter maturidade suficiente para se saber estar e manifestar respeitando as opiniões dos demais.
Beijos

bomdebola disse...

Nadir, estou sem palavras! Um grande beijinho para ti.

Anónimo disse...

Não tem emenda este bomdebola ...tão poucochinho , tão convencidinho com ele própio e muito muito nervoso . Porque será ?

Anónimo disse...

Precariedade no emprego em Vendas Novas? Que é lá isso??? Se um ou outro trabalhador tiver que ser despedido para o patrão conseguir trocar o seu carro topo de gama pelo modelo mais recente, e ainda lhe sobrar dinheiro para continuar a sustentar as mulheres, ex-mulheres, amantes e respectivas casas, o trabalhador q se lixe!
É esta a mentalidade portuguesa dos nossos empresários de meia-tigela! Claro que Vendas Novas não é excepção. Todos conhecemos exemplos!

Anónimo disse...

Há tantas formas de condicionar direitos e meter medo aos trabalhadores. Se vamos por aí, teríamos de incluir hábitos enraizados desde há muito que nos lixam todos os dias.

Anónimo disse...

Desemprego em Vendas Novas, não acredito.Faça-se sócio do (PCP/CDU), e terá emprego (trabalho) garantido sem concursos.

Anónimo disse...

Qualidade de vida é: vencimento ilíquido de 390 euros, horário de 40 horas semanais, contrato a termo, e um monte de invejosos à perna, lol, lol, lol...
A vida é bela !!!

Anónimo disse...

a profissão que eu gostava era ... , com um vencimento mensal de 2600 euros, horário de 30 horas por semana e sempre, sempre insatisfeito ! Maldito Governo.

Anónimo disse...

Vivemos numa sociedade manietada por grupos de interesses, que não haja dúvidas nisso...
Para mim é um bom barómetro para a qualidade do governo que temos se essas classes se começam a mexer: já foram os funcionários públicos, os polícias, os juízes, agora os professores (!!!) para além daqueles que não se mostram muito como os proprietários das farmácias e os advogados...
Se eles estão revoltados é porque algo está a mudar... mas muito, muito devagar !

"só"

Anónimo disse...

Presidente da Republica em Reguengos de Monsaraz
No segundo dia do Roteiro para a Inclusão, o Presidente da República continuou a percorrer os distritos do interior alentejano com exemplos de êxito de programas de combate à exclusão.
O Presidente Cavaco Silva começou por visitar a Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva e ouvir um balanço do Programa de Combate à Pobreza em curso em Reguengos de Monsaraz.
Depois, no salão nobre da Câmara Municipal local, reuniu-se com os autarcas do Distrito de Évora.
fotografia e texto no site ofical da Presidência da Republica
Tomei conhecimento que nesta reunião , a Câmara Municipal de Vendas Novas se fez representar pelo Vereador Afonso Alvito por impossibilidade de agenda do Presidente da Câmara que tinha uma reunião "há muito tempo marcada em Lisboa".
Numa reunião com o mais alto representante do País -cujo convite não foi certamente feito na véspera- a CMVN faz-se representar por um vereador a meio-tempo e sem funções e atribuições na área da acção social tema da reunião.
Como há muito tempo que em politica "o que parece é ", poderá questionar-se ,nas mesmas circunstâncias , sendo outro o Presidente da Republica -que não o Prof. Cavaco Silva- numa reunião desta importância não teria o actual Presidente da Câmara de Vendas Novas feito um esforço de "acerto de agenda" para estar presente , quando é a este que está atribuida a representação da Câmara e relação com orgãos institucionais . `
Será ao fim e ao cabo o Concelho que perde com "descuidos " desta natureza porque , repete-se , como "em politica o que parece é", com facilidade se corre o risco de considerar que os interesses politico-partidários da actual maioria politica local estão á frente dos interesses do Concelho , pela efectiva suspeita de preconceitos por parte desta no relacionamento institucional , o que aliás , fora deste particular , não será em minha opinião , novidade.


# posted by vereador Luis Braga @ 13:03

Anónimo disse...

Esta foi + uma tomada de posição do vereador Luis Braga.
Que tem feito um excelente trabalho.... já não se pode dizer o mesmo daquele em quem se "Acredita" ou se preferirem acreditava.

Anónimo disse...

Será que o homem já perdeu novamente o mandato????

Anónimo disse...

Há algum tempo li neste blog, um artigo sobre a futura creche da Santa Casa da Misericórdia, que no fim dizia "O Provedor".
Perante isto, o que lá vinha descrito é credivel.Lembro-me que o valor da obra estava orçado em 600.000Euros.
Esta semana ao estar em casa dum familiar, vi o boletim da Santa Casa da Misericórdia, onde vêm notícias da Instituição. Até aqui tudo normal.
Qual não é o meu espanto, quando vejo um artigo semelhante ao que tinha lido no blog, onde o preço da obra da creche diminuiu.
Afinal a Santa Casa já deve ter tido um bom donativo, pois no boletim está escrito 530.000Euros, como o valor da obra.
E esta, hem?!

Anónimo disse...

Corre por aí que a Câmara já não exige um lugar de estacionamento automóvel por cada criança que frequente a Creche! Assim, sempre fica mais barato.