quarta-feira, 15 de novembro de 2006

A política e os políticos, em todo o seu esplendor

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Este é um livro sobre "Política" e sobre "Políticos", cuja leitura aconselho vivamente. Não só aos nossos políticos locais como a todos os candidatos a políticos e aos que, mesmo não gostando da política, querem perceber melhor o que é, como funciona entre nós e como afecta as nossas vidas.

Lendo-o, o leitor ficará mais desperto para o que verdadeiramente pode estar por detrás das vicissitudes do exercício do poder. É um livro que nos ajuda a perceber um determinado tipo de dirigentes políticos nacionais dos últimos tempos. E que, bem vistas as coisas, em boa parte também se aplica ao nosso caso doméstico na era da democracia. É também por essa razão que aqui coloco este post.

Trata-se de um ensaio recentemente editado entre nós, da autoria de Edouard Balladur, ex-primeiro ministro francês, que nele faz uma análise e uma reflexão extremamente lúcidas sobre os métodos do poder. Permitam-me que vos tente aguçar o apetite por esta leitura, deixando aqui algumas passagens do livro:

  • "O político completo é aquele que domina melhor os impulsos do seu temperamento e que os combina com o seu carácter, de que se habituou a desconfiar por se conhecer a si próprio."
  • "Democracia ou ditadura, o objectivo é o mesmo: a conquista e a conservação do poder, sejam quais forem os meios e enquanto for possível."
  • "... a verdade é que os combates da política e os princípios da moral estiveram sempre em conflito."
  • "Perante a escolha entre seriedade e demagogia, esta será sempre escolhida mais vezes."
  • "Convirá também não se deixar ir em ilusões: é raro um programa ajudar a ganhar uma eleição e também é raro vê-lo totalmente aplicado. Serve para atrair as pessoas e para mobilizar energias num determinado momento."
  • "Os jornalistas são o pesadelo do político, que os receia a tal ponto que gosta de os bajular quando não pode dominá-los."
  • "As sondagens não são apenas uma tradução passiva do que pensa a opinião pública. Contribuem para a criar e para a orientar."
  • "O político tende a imaginar-se e a pensar-se diferente, superior ao comum dos mortais. Que o político cuide de não sobrestimar a sua importância (...) que cuide de não desprezar de forma demasiado visível aqueles que julga dominar."
  • "Não se faz com que o povo sonhe dizendo-lhe apenas a verdade; a sua adesão é da ordem dos sentimentos e não da razão."
  • "Do ponto de vista do político, a conquista e o exercício do poder justificam tudo: a dissimulação, o culto das aparências, a falta de convicções, (...) o oportunismo quartel. Enfim, o desprezo pelo povo (...) ."
  • "O egoísmo e o orgulho são indispensáveis ao político. Mas a inteligência também."
  • "O político tem de fazer tudo para dispor dos favores do maior número possível de influências, sem se preocupar muito com a coerência ..."
  • "A amizade (...) quase não existe em política. A competição pelo poder não se coaduna com ela."
  • "À volta do político há sempre pessoas com perfis diferenciados: os convictos, os sinceros, (...) os disciplinados, (...) os oportunistas, os aduladores, (...) os servidores, (...). As fidelidades são frágeis e aleatórias e os acólitos mais capazes nem sempre são os mais dignos de confiança."
  • "Nenhum político escapa a isto: o poder suja as mãos. O exercício do poder não pode ser conforme aos princípios da moral comum."

Aprendi bastante com a leitura desta obra. Serviu também para me relembrar algumas das razões pelas quais a política não me cativa. Espero que para si, amigo leitor, seja também uma boa leitura.

45 comentários:

MouTal disse...

Lá terei de ir comprar o meu "menino Jesus" antes do Natal.

Tem caído tanta água este princípio de noite que...a ribeira vai cheia...
Um abraço.

ALG disse...

Desse Autor li a excelente obra "O Príncipe" que aliás aconselho a que se interessa por questões politícas!
Um abraço.

Anónimo disse...

Começo por dizer que também li o referido livro e que também o aconselho, mas não pelas mesmas razões que o alentejodive.
Aconselho vivamente a leitura deste livro para se compreender a necessidade de se estar na política, de se contrariar os «políticos» como o senhor que escreve este livro.
A política é a mais nobre das artes, o instrumento fundamental para a resolução dos principais problemas da humanidade, para a construção de um mundo melhor.
A política, apesar daquilo que nos querem fazer crer, pode e deve ser fruto de uma opção ética, de negação do injusto e do cruel, de imperativa necessidade de transformação do real. E não um palco de cinismo, de falsidade e mentira, de indivíduos sem carácter que se descrevem da forma como as transcrições do livro demonstram.
Para os políticos do sistema é claro que o objectivo é a conquista e conservação do poder.
Para os políticos que pretendem revolucionar o sistema o objectivo de conquista e conservação não é um fim, mas um meio para construir um mundo mais justo.
Para os políticos do sistema os combates da política e os princípios da moral estiveram sempre em conflito.
Para um revolucionário política e ética são inseparáveis.
Se o político do sistema reconhece a demagogia como instrumento político, o revolucinário combate-a com todas as suas forças, a honestidade é um elemento central da sua acção.
Se o político do sistema não tem amigos na política, o revolucionário é lá que encontra os seus maiores amigos, companheiros de lutas intermináveis, de combates durissímos, homens e mulheres que conhecem o significado profundo da camaradagem.
Se o político do sistema não tem problemas em mentir, em falsificar, em despresar o povo.
O revolucionário sabe que só a verdade é revolucionária e que ele também é povo e como tal nunca se despreza aquilo que se é.
Para um revolucionário a coerência é uma característica intrinseca da sua acção, da sua forma de estar na vida, é aquilo a que muitos chamam de «cassete», é aquilo que a nós nos mantem a coluna vertical direita.
Assim, compreendo que a visão da política de quem está ou esteve do lado do sistema, de quem pelo poder se vendeu, de quem não se incomodou de praticar políticas contrárias aos interesses dos povos, seja a visão de Edouard Balladur.
Mas permitam-me ter uma visão completamente diferente, uma visão de quem conhece uma outra realidade, de quem conhece milhares de homens e mulheres que abnegadamente dão o seu melhor na construção colectiva de um mundo melhor.
Não estou a falar de pessoas isentas de erros, de insuficiências ou contradições, falo de gente combativa, bem intecionada, que não está à venda, que tem princípios e que os afirma no quotidiano.

Ao contrário do Alentejodive digo: este post serviu para me relembrar as razões pelas quais a política me cativa - quanto mais não fosse para dar combate aos Balladurs desta vida.

E já agora permita-me dizer o seguite: a meu ver a política cativa-o e muito, o seu trabalho neste blog revela muito bem o seu gosto pela política e por fazer política.
Podem não lhe cativar os partidos políticos, mas política faz muita.
Assim, tomava a liberdade de sugerir que não se colocasse à parte, num plano supra político (que só no plano da retórica existe), mas que afirmasse a sua condição de político como qualquer ser humano a partir do momento em que vive em sociedade.
Em última análise até o alienado é um agente político na medida em que contribui para a manutenção do sistema, obstaculizando a sua transformação.
Quanto mais o homem que intervem quase diariamente, analisando questões, dando opiniões, propondo soluções.
O amigo (permita-me que o trate assim) é diariamente cativado pela política e pela intervenção política - sim, porque política não se faz apenas nas instituições, mas muito e sobretudo fora delas.

Anónimo disse...

O último comentário deixa ver um coisa muito pouco habitual na blogosfera.

Uma opinião diferente da opinião expressada pelo autor do post e um entender divergente da postura de outrém. Pois, nada de novo.(?)

É a forma como se apresenta essas diferenças.

Cpmtos.

MouTal disse...

Gostei muito dos comentários do nosso amigo (permita-me que o trate assim) Eduardo Ribeiro.
Claro que não vou aqui argumentar, a favor ou contra o que este amigo escreve, primeiro porque ele escreve no que acredita, procura um mundo e um modelo melhor que o actual, em que haja mais justiça, solidariedade, honestidade, e harmonia entre os homens e mulheres. Onde não haja guerras, fome e miséria, pobres e ricos e todos se sintam felizes e realizados.
Segundo porque respeito as opções de cada um.
É louvavel o seu desejo, e só desejo que nunca lhe falte o ânimo para construir uma sociedade melhor. Repare que escrevi "melhor" e não "a que idealiza".

Quando li (e reli) o texto do amigo Edmundo Ribeiro, vi-me transportado para um livro que faz parte da minha biblioteca e que gosto de reler de vez em quando.
Lembrou-me de uma das personagem que mais me marcou, o "Snowball" um dos habitantes da "animal farm" a quinta onde "todos os animais são camaradas", e onde o velho "Major" contou o seu sonho de construção de um mundo novo.
Das muitas personagens lembro-me bem do "Napoleão e do Squealer" do "Moses" esse grande mentiroso e principalmente do incrédulo e mal disposto "Benjamim" talvez aquele com quem mais me identifico.
Mas, e só para terminr, quero dizer-lhe que gostei do que escreveu, ainda bem que tem convicções e acredita em algo, mesmo que lhe chamem utópico, não se deixe desanimar, siga em frente.

MouTal disse...

Ó Edmundo Ribeiro, desculpe lá ter-lhe trocado o nome, não foi por mal.
Releve esta minha distração.

João Fialho disse...

Viva, amigo Lisboa Gonçalves.
Não li esse livro de que falas: "O Príncipe". No entanto, depois de ter lido este último, devo dizer-te que fico curioso sobre essa obra, atendendo ao que dizes sobre ela. Falaremos sobre isso ...

João Fialho disse...

Viva, amigo Moutal.
Satisfaz-me saber que o ajudei a resolver a questão da sua "Prenda de Natal". Lá por isso não seja.

Achei curiosa a analogia com a tal "quinta dos animais" onde são todos iguais, embora uns mais iguais que os outros. Outros tempos ...

João Fialho disse...

Satisfaz-me imenso sempre que aqui no "Atribulações Locais" são colocadas opiniões. E são-no muitas vezes, o que é óptimo.

Mas devo dizer que, sinceramente, ainda gosto mais quando são opiniões divergentes em relação às questões por mim colocadas. Quanto aos restantes colaboradores, de facto não sei, mas no meu caso considero que são as opiniões contrárias ou diferentes que constituem os maiores desafios. Porque nos obrigam a pensar, a colocar em causa o que defendemos, a utilizar o contraditório.

É desse exercício que resultam ideias mais fortes, ou não, conforme os casos. Mas sempre com a enorme vantagem de, colocados perante diferentes formas de ler o mesmo fenómeno, termos a possibilidade de nos confrontarmos com a nossa própria estrutura de pensamento. Será que equacionámos bem a questão? Será que estamos a ver bem? Ou estaremos errados no
nosso julgamento? Trata-se de um processo que, se bem trabalhado, nos pode enriquecer ao valorizar o que defendemos. Ou, pelo contrário, fazendo-nos ver que, afinal, não tínhamos conseguido alcançado o ponto de vista mais correcto sobre o que estava em causa. No fundo, só é preciso termos um espírito aberto para estas questões. Ou, pelo menos, tentarmos.

Ora, tudo isto serve para valorizar o comentário aqui deixado pelo nosso leitor "Edmundo Ribeiro".

João Fialho disse...

Ao nosso leitor "edmundo ribeiro".

Sobre a política e os políticos, cada um terá a sua opinião. A qual tem muito a ver com os nossos ideiais, como ficou bem explanado nos seus comentários. No meu texto, não pretendi abordar esses conceitos. Ficará, por certo, para outra altura.

Encontro no que escreveu várias abordagens a diferentes temas, encadeados entre si, e que merecem tratamentos diferenciados. Hoje, falarei apenas sobre alguns. Vejamos o caso dos "revolucionários". A meu ver, não há um só tipo de "revolucionário". Por exemplo, na nossa juventude, penso que todos passamos por uma "fase revolucionária", em maior ou maior grau. Temos, portanto, alguma experiência do que é ser revolucionário.

Em política, julgo que também haverá diferentes maneiras de olhar para os revolucionários. O próprio Sr. Balladur dá-nos neste livro a sua visão do que é ser revolucionário: "Simultaneamente optimista, orgulhoso e voluntarista, para ele o futuro deverá ser radicalmente diferente do passado (...) acredita que tudo está ao seu alcance, que deve mudar a sociedade e, portanto, a natureza do Homem. Se a sociedade lhe resistir, terá de recorrer à força, sem qualquer escrúpulo. Para todos os revolucionários o que conta, para tornar o mundo melhor, é a sua vontade e unicamente a sua vontade."

... continua ...

João Fialho disse...

.. continuação ...

O que eu próprio penso sobre o que é ser revolucionário em política, não anda muito longe desta descrição. Mas, afinal, o que falta ao revolucionário em política? Equilibrio! Acredito tratar-se de alguém que está num processo ou num percurso que tem como finalidade encontrar o seu próprio equilíbrio. Acontece qe o revolucionário está (ainda) a meio do percurso. Só isso.

Defende os seus ideiais de uma forma exacerbada, mas que ele considera a melhor, a única. Apenas um pequeno áparte para referir que, ainda assim, prefiro de longe um revolucionário a um pessimista acomodado. Ou a um acomodado por interesse próprio, o que muitas vezes é ainda pior ...

No seu comentário, pretende estabelecer um determinado tipo de comparação entre o que é, para si, ser revolucionário e o que é ser um político do sistema. O seu ponto de vista fica, aliás, bem vincado.

Mas deixe-me colocar-lhe um desafio: então e o que acontece quando as personagens se chocam? Ou seja, quando o revolucionario se transforma ele próprio no político do sistema? (tem acontecido muito, como sabe.). Ficamos com um dilema, não é? E ficamos também, a julgar por alguns casos conhecidos, com
problemas por vezes maiores do que os que existiam à partida. Problemas não para o (ex)revolucionário, está bom de ver, mas sim para aqueles em nome de quem ele dizia bater-se.

Espero que continue a encontrar razões para aqui voltar. E para deixar as suas impressões.

João Fialho disse...

Só mais uma palavra, porque não quero parecer-lhe desrespeitoso em relação às suas sugestões e considerações finais (aliás, muito inteligentes, deixe-me que lhe diga. E digo-o sinceramente):

- Registo a sua opinião sobre a minha forma de estar "na política", como diz; mas, como compreenderá, prefiro reservar-me e preservar-me quanto a essas matérias e não personalizar na caixa de comentários o que não quiz fazer no post original.

- Tal como registo a sua sugestão, assaz pertinente, mas que depois se baseia apenas numa condição genérica e universal em relação a todo o "ser humano que vive em sociedade"; não era bem isto que queria dizer, pois não?

-Por fim, registo e agradeço o facto de se mostrar documentado em relação à minha forma de actuação aqui no blogue. Demonstra que o amigo (permita-me também que o trate assim, a título de reciprocidade) demonstra, dizia eu, que o amigo está atento ao que aqui se publica. O que é bom. Precisamos sempre de leitores de qualidade. E que saibam, como você fez e muito bem, argumentar porque tem opiniões diferentes.

Saúde ....

ALG disse...

Para quem como eu gosta da Ciência Política, o que não tem nada a ver com o modo como ela é exercida e posta em prática ( mas isso são outras questões!), a leitura do Príncipe, e sendo o seu autor considerado um dos fundadores da referida Ciência, acabou por ser obrigatória.
Apesar de escrita em 1515 comtém uma série de princípios e reflexões extremamente pertinentes.

Caro AlentejoDive:
Aqui tens o link para leitura on-line:

http://www.culturabrasil.pro.br/oprincipe.htm

Vou enviar-te um e-book da obra (só em inglês, desculpa) e se alguém também quiser é só contactar por email)!

Abraço.

ALG disse...

Observação:

O autor a que me refiro, Maquiavel, não tem nada a ver com o autor do livro referido no post que não tive o prazer de ler ainda, poer isso desculpem lá o "desvio do tema".

João Fialho disse...

Amigo Lisboa.
Eu tinha percebido, pelos vistos mal, que te referias a um livro do Sr. Balladur e não ao "O Príncipe" de Maquiavel.

De qualquer forma, aceito a oferta.
Obigado.

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Óptimo forum de discussão. Com tempo voltarei. Continuem.

Anónimo disse...

É um facto ser este um excelente fórum de discussão relacionado com Vendas Novas.
Agora eu acho que as pessoas cá da terra não querem um fórum de discussão. Se quisessem aderiam ás discussões e participavam mais activamente.
Agora assim, não é isso que se passa.
Fica cada um no seu cantinho à espera que os outros digam qualquer coisa e depois criticam.
Somos assim o que se há-de agora fazer?

Anónimo disse...

Também queria esclarcer que não tenho procuração de ninguem; mas é isso que eu acho é o que se passa em Vendas Novas.

bomdebola disse...

Ora viva, boa noite a todos.

Neste meu regresso à blogosfera, depois de ultrapassados os problemas de acesso ao “Atribulações Locais”, quero deixar aqui duas saudações especiais:

A primeira ao nosso Administrador, pela ajuda e pelo empenho que colocou à minha disposição para que eu conseguisse voltar a aceder a este blogue. A segunda vai inteirinha para o Edmundo Ribeiro, que teve a coragem de apimentar esta discussão, assumindo uma posição ideológica curiosa, assaz romântica, nos tempos que correm.

Amigo Edmundo, não me leves a mal mas a tua abordagem, e muito especialmente a ênfase que colocaste na defesa do “revolucionário” pareceu-me algo despropositada. A apologia do político, tipo contestatário, sem pretensões ao poder porque não sabe o que fazer com ele, pareceu-me descontextualizada da realidade actual. Não que eu defenda o “político do sistema” na forma como aqui o retratas. Será no meio-termo, designadamente nos políticos sérios, que eu procuro encontrar as minhas referências. É nelas que eu voto.

Saúde

Manuel Filipe Quintas
“bomdebola”

Anónimo disse...

Políticos do alto "império"
Prometeis um mundo novo
Calai-vos que pode o povo
Querer um Portugal novo a sério

Que os nossos políticos aprendam com que se passou recentemente na Hungria.Se continuarem a mentir..............Qualquer dia o povo sai à rua.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar gostaria de agradecer as palavras que me foram dirigidas.
Em segundo lugar gostaria apenas de esclarecer algumas questões do meu pensamento que não terei conseguido explicar da melhor forma, clarificar alguns conceitos.

Para mim um revolucionário não se confunde com um radical, com o radicalismo político e ideológico de alguns, com o radicalismo irreverente da juventude.
O revolucionário (ao contrário de Balladur) não tem na sua vontade a medida de todas as coisas, pelo contrário, é produto de um Povo, de uma classe, é fruto do próprio sistema que visa superar.
As experiências ditas revolucionárias que não tiveram na sua base a vontade popular e uma profunda identificação com os interesses do Povo fracassaram.
Assim, o revolucionário, ao contrário do radical, é perfeitamente equilibrado, conhece a realidade e pretende transformá-la.
Quando revolucionários deixam de o ser, quando se transformam eles próprios no que diziam combater, é uma pena, mas não deixa de ser um facto natural, tão natural quanto o exemplo daqueles que num processo evolutivo inverso, se transformam em revolucionários a dado momento da sua vida.

Em relação ao comentário do Bomdebola, como se pode depreender das palavras anteriores, eu não confundo entre aquilo que é ser revolucionário e aquilo que é ser radical.
Um revolucionário não é um contestatário que não tem pretensões ao poder por não saber o que fazer com ele.
Essa é uma ideia profundamente errada.
Um revolucinário, contestando o sistema, tem um projecto alternativo, tem uma concepção de sociedade radicalmente oposta àquela que conhecemos.
Um revolucionário ambiciona o poder, não para gerir o sistema, mas para o transformar, para construir uma nova sociedade.
É exactamente o oposto daquilo que pensa que é um revolucionário.

Posso dar um exemplo, o revolucionário na sociedade esclavagista era aquele que fala e propunha a sociedade feudalista, aqueles que na sociedade feudalista propunha a sociedade capitalista.

Um revolucionário hoje, entende que a história da humanidade não acaba no capitalismo, que outra sociedade virá a seguir, imperativamente mais justa e fraterna, mais humana.
Chamem-lhe sociedades socialistas (não confundir com os PS) ou comunistas, chamem-lhes outra coisa qualquer.
A História das sociedades humanas não fica por aqui.

Espero ter contribuido para clarificar algumas das questões.
Peço desculpas por estar a ocupar desta forma este espaço, não é de todo minha intensão monopolizar esta discussão, mas julguei importante tentar esclarecer estes aspectos.

Anónimo disse...

Durão Barroso tinha esse mesmo discurso aos vinte anos quando militava no MRPP, e Zita Seabra no PCP.
Hoje são uns convictos Social Democratas.
Deixem o Edmundo amadurecer.

Anónimo disse...

Aos vinte anos quando não se é de esquerda é porque não se tem coração ; aos quarenta quando se é de esquerda é porque não se tem cabeça!

Anónimo disse...

Eh, que exagero ....

bomdebola disse...

O que é isso de ser de esquerda? Onde começa e até onde vai a esquerda? E a direita, será que começa onde a esquerda acaba? Será correcto dizer-se que o PS é um partido de esquerda na oposição e de direita no Governo? Sendo o centro um ponto de equilíbrio, haverá partidos assumidamente do centro? Governar ao centro será governar para todos? E o que é isso de governar para todos? Haverá partidos que geram consensos alargados? E programas de governo? E práticas governativas consensuais?

E em Vendas Novas, a oposição é toda de direita ou há duas oposições? Ou será que não há oposição? E a CDU, governa à esquerda? Ou não há governos de esquerda no modelo português?

E se em vez destas terminologias abstractas privilegiássemos antes a competência e a seriedade? Pensem nisso quando votarem.

Anónimo disse...

O que ainda não se disse…

Vendas Novas será o único município do distrito de Évora a receber mais do Orçamento de Estado de 2007, comparativamente com 2006.

Recolhido do “barlavento online”

“O Secretário de Estado da Administração Local, reafirmou esta quinta-feira que no próximo ano o montante a transferir para os municípios é igual ao de 2006, segundo a proposta de Orçamento de Estado (OE) entregue na Assembleia da República.
Eduardo Cabrita falava em conferência de imprensa destinada a apresentar os dados inscritos na proposta de OE, argumentando que é com os princípios e regras estabelecidos pelo Governo na proposta de lei das finanças locais, já aprovada na generalidade, que se deve "esclarecer os portugueses", face às "especulações das últimas semanas".

...

... Vendas Novas recebe um pouco mais (0,3 %).”

Anónimo disse...

O comentário anterior do Bomdebola deixa muitas pistas para reflexão sobre a nossa politica local. Sobre a maioria (CDU) estamos conversados-(já agora está uma análise interessante sobre a actuação desta no blogue "notasdomandato") - quanto a existirem duas oposições ou a mesma ser toda de direita nunca ouvi tal comentário . Será que o "bomdebola" considera que em Vendas Novas a oposição de esquerda significa o BE? (bloco de esquerda).


Finalmente uma reflexão :

SE O BLOCO DE ESQUERDA CONCORRESSE EM VENDAS NOVAS NAS AUTARQUICAS COM OS VOTOS QUE TEM NAS LEGISLATIVAS A CDU TERIA MAIORIA ABSOLUTA NAS AUTARQUICAS ??

AMUNDANÇA EM VENDAS NOVAS PASSA PELA EXISTENCIA DO BLOCO!

Anónimo disse...

Transcrito do “Notas do Mandato”:

Vem a propósito, com a devida vénia, esta referência que aqui nos deixou o último comentador. Vale a pena ler.

“…

Esta arrogância e permanente demagogia política da maioria CDU, trata de forma residual, as propostas e pedidos de esclarecimento por parte da oposição tentando secundarizar o seu papel através da falta de informação e pelo não envolvimento da mesma nas decisões.
Os pedidos de informação e esclarecimento pedidos pela oposição são sistematicamente objecto de entraves de diversa natureza.

Diz-se que quem não deve não teme mas parece que a CDU teme em prestar informações sobre a vida da autarquia. A forma hegemónica envolta num certo secretismo na gestão do dia-a-dia leva-nos a supor a existência de uma espécie de entidade suprema que sabe sempre o “que é melhor para Vendas Novas " tentando convencer os menos atentos que tudo o que faz é bem feito e que só a CDU representa a população.”

Anónimo disse...

A MUNDANÇA EM VENDAS NOVAS PASSA PELA EXISTENCIA DO BLOCO ???

por lapso, no comentário das 14.20 está um ponto de exclamação quando deve estar um ponto de interrogação.Está feita a correcção.

João Fialho disse...

Lembro aos nossos leitores o desafio que lhes foi aqui lançado, no âmbito do qual estas questões acima referidas podem ter todo o sentido.

Lembro que esse desafio é, nem mais nem menos, que a possibilidade de todos os que o desejarem dizerem o que pensam sobre Vendas Novas, a sua evolução recente, o presente e o que poderá ser o nosso futuro como comunidade.

Espero que adiram a este desafio, e que se aproveite para discutir as diferentes visões sobre a cidade e o concelho. Seria bom, a meu ver, que esta oportunidade fosse aproveitada, sem receios, contribuindo de forma positiva para algo que vale a pena.

Depois de ter aqui colocado este desafio, já fui simpaticamente apelidado de "utópico" e de "ingénuo sonhador". Pode ser que sim. Fico à espera da resposta dada pelos nossos leitores. No fim, falaremos sobre isso.

Para mais informação, revejam o post aqui publicado no dia 11 de Novembro ("Desafio aos leitores").

Anónimo disse...

Bloco de Esquerda em VNovas so na RibeiraMoutal com o Louçã a bombordo e o Rosas a estibordo de um barquito e com a autorização do nosso "almirante"!..........

Anónimo disse...

Portugal já tem Espanha à vista!

Dia após dia o Pedro Madeira tem vindo a aproximar-se do concorrente espanhol. Enquanto isso, nesta votação, a intérprete sueca, grande favorita à vitória final do festival, embora em terceiro lugar, já está bem lá para trás em número de votos.

Até 2 de Dezembro votem na canção do Pedro. Proponho que o façam diariamente à mesma hora. Não vale a pena insistirem antes de decorridas 24 horas sobre a última vez. O sistema não o permite. No entanto podem sempre passar por lá e verem como vai a votação.

Vamos fazer disto uma competição saudável mas empenhada. Não passa de um jogo sem direito a prémio, mas nós (Vendas Novas/Portugal) gostamos de ganhar mesmo assim. É o nosso bairrismo a vir ao de cima. Finalmente, temos qualquer coisa a motivar-nos colectivamente.

E cá vai novamente o endereço para colocarem nos vossos favoritos:

http://www.webvoter.net/se/vote.cgi?id=69605&language=1

Anónimo disse...

Para verem os vídeos das canções presentes no festival, dia 2 de Dezembro na Roménia, vão a este endereço:

http://www.youtube.com/results?search_query=JESC+2006

Anónimo disse...

… a sueca Molly Sandén, principal favorita à vitória, está na página 2.

Anónimo disse...

E ..pronto : Vendas Novas no seu melhor cantigas , cantorias , petiscos , danças , torneios de futebol

Anónimo disse...

...e a mim nã mem ganas tu

Anónimo disse...

também a mim

Anónimo disse...

Ó Pedro não te deixes levar por bairrismos !...........

Anónimo disse...

E por falar em Barroso e Zita,não se esqueçam do Freitas que do CDS acabou no PS!......Mas há mais.

Anónimo disse...

Porque é que o governo não resolve de uma assentada as grandes questões sociais do nosso tempo, e submete a referendo a seguinte questão: "Ao abrigo do programa da troca de seringas, e de forma a aumentar o prazo de concessão das SCUTs, concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada num estabelecimento hospitalar onde é autorizada a prática da eutanásia a doentes adoptados por casais homossexuais, mediante o pagamento de uma taxa moderadora mínima de cinco euros/dia de internamento?"?

Anónimo disse...

Mas o que é isto?
Mistura-se politica com cantigas de festivais de televisão, com petiscos etc e tal.
Há que fazer uma selecção destes comentários sem qualquer interesse e que só são escritos por quem mais não sabe do que dizer bacoradas.

Anónimo disse...

Falando de política:
Qual é a média das idades dos nossos deputados?
Não será tempo de mais para alguns com por exmplo:
-A.Santos,M.Alegre,M.Amaral...
Que país é este?

Anónimo disse...

Nem de propósito a Assembleia é um grande tacho que até agora houve uma deputada do PCP que deu tampa na direcção do partido ! EH!EH!........Faz ela muito bem pois a vida está a ficar difícil e o ordenado de deputado e outras benesses já não se compadecem com o amor à camisola do partido.
Isto aplica-se a todos sem excepção!

Anónimo disse...

A deputada Odete parece que ao fim de 23 anos de serviço na Assembleia
lá teve de deixar o "tacho".
Parabéns Jerónimo!

Anónimo disse...

Já partiram para o Líbano os nossos militares para cumprirem uma missão política.Serão as Cruzadas do Seculo XXI?.......
Boa sorte e que voltem todos com saúde.