quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Artistas de Vendas Novas: Aurélio Marmelo

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"Monte alentejano"
Óleo sobre tela

Ao longo deste mês de Janeiro, aqui no "Atribulações Locais", trouxemos ao vosso conhecimento uma parte da obra do artista vendasnovense Aurélio Marmelo ("OMAR"). Até ao próximo fim-de-semana, iremos publicar ainda outras três obras do mesmo artista. Nessa altura, teremos aqui deixado para vossa apreciação, um total de dezanove das suas pinturas. Todos essas obras se irão manter disponíveis neste espaço, pelo que os leitores podem sempre voltar a apreciá-las.

Decidi começar esta iniciativa com o Aurélio Marmelo. Fi-lo de propósito. Conheço o Aurélio desde há pouco mais de 20 anos. Foi das primeiras amizades, ele e a Bazé, que a minha esposa e eu fizemos aqui em Vendas Novas. Hoje, passados todos estes anos, quero dizer que eles são daqueles amigos que todos gostamos de ter como amigos. Agradeço ao Aurélio Marmelo a sua disponibilidade para esta iniciativa.

Nos próximos meses, conto trazer ao vosso conhecimento trabalhos artísticos de outros vendasnovenses que também tenho o imenso prazer de considerar como amigos. Mas lá chegaremos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Estava longe de imaginar que o Senhor Aurélio pintasse e muito menos assim tão bem. Parabéns.

Anónimo disse...

Gosto mesmo deste quadro.

Anónimo disse...

PARAR PARA PENSAR

Mal nascemos, sem darmos conta percebemos
Que o nosso tempo começou e está para durar
Devagar gatinhamos, e passo a passo caminhamos
Caindo, sorrindo, chorando, sem parar para pensar

À medida que o tempo passa, damos conta que crescemos
E à nossa volta, as novidades nos fazem meditar
Brincamos, sorrimos, dormimos e até corremos
Na ânsia de aprender, sem parar para pensar

Já na escola, outros saberes aprendemos
Mais informação põe o cérebro a funcionar
Coisas novas que em grupo desenvolvemos
Não há tempo de, parar para pensar

Anos depois surgem ventos de mudanças
E o corpo torna-se diferente, e ímpar
E fazemos as nossas próprias experiências
Muitas vezes, sem parar para pensar

E anos mais tarde tornamo-nos grandes
Surge a nostalgia e a vontade de voltar
E é nesses tempos mais ou menos distantes
Que nos lembramos de, parar para pensar

E agora, numa competição e sempre a correr
Desde o nosso breve acordar até ao deitar
Vemos em pleno a nossa vida a amadurecer
E por isso não há tempo de, parar para pensar

E corremos de manhã para o trabalho
Continuamos a corrida ao almoço e ao jantar
E a correr vamos por um sonho ou por alguém
Mas poucas vezes, paramos para pensar

Depois, vivemos a vida para os outros
Porque acreditamos e confiamos na palavra Amar
Mas, até esses que no fundo são bem poucos
Às vezes também não nos deixam, parar para pensar

Depois lutamos por pensamentos e ideais
Aqueles sobre os quais ainda ousamos sonhar
Voltamos a cair, levantamo-nos, e cada vez mais
Nos vai faltando o tempo de, parar para pensar

Em horas de revolta contra o que não está certo
Ganhamos forças e coragem para denunciar
Mas os medos da ruptura pairam bem perto
E silenciam o nosso, parar para pensar

E quando os que nos amam, nos vão deixando
Um a seguir ao outro, às vezes sem se esperar
Nesses tempos de dor choramos, meditando
Que por eles, não parámos para pensar

Os anos vão-se passando e os tempos mudando
O corpo torna-se frágil, com pouca força para andar
E empurram-nos para um qualquer canto hediondo
Onde não ouvem o nosso, parar para pensar

Mas, um dia acaba a corda do nosso relógio
Chega também o nosso tempo de findar
É nessas horas que, dizem os entendidos
Enfim, finalmente paramos para pensar !

Anónimo disse...

e quem é o autor?