segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

A BEM DA TRANSPARÊNCIA

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No passado dia 03/11/06, publiquei aqui um conjunto de opiniões num post como o título "Imprensa local em Vendas Novas: que realidade?". Não dei muita importância, digamos assim, quando algum tempo depois pessoas amigas me fizeram chegar a impressão de que esse meu texto teria "caído mal" em alguém directamente ligado ao jornal "Gazeta de Vendas Novas". E se não dei a devida importância foi porque, a ser verdade, alguém haveria de falar comigo sobre esse facto, até porque temos o prazer de contar com o próprio Director do jornal como colaborador. O qual já concerteza me teria contactado se esses indícios de facto existissem. Como tal não aconteceu, parti do princípio que nada se passara no contexto que me foi referido. Que é, aliás, aquilo em que ainda hoje quero acreditar.

Apesar disso, o assunto começou a preocupar-me quando hoje mesmo, outra pessoa amiga sem ligação a este blogue nem ao próprio jornal, me perguntou deliberadamente "mas afinal, o que é que andaste de tão preocupante a escrever sobre a Gazeta?". Decidi então, a bem da transparência que sempre privilegiei e para que não restem dúvidas sobre a minha intenção quando escrevi aquele post, começar desta forma o ano de 2007. Comecemos por resumir o que então escrevi em abono da Gazeta e dos seus responsáveis:

  • Os jornais, especialmente os de carácter local, assumem um importante papel em termos de informação de proximidade e são, além do mais, uma fonte de primordial importância e de transmissão de informação credível, que muito contribuem para um melhor (auto-re)conhecimento das comunidades que servem;
  • O director actual da Gazeta de Vendas Novas, e desde há cerca de 11 anos, é o Sr. Artur Aleixo Pais, a quem aproveito igualmente para enviar as minhas cordiais e amigas saudações e felicitar pelo seu continuado esforço em prol da manutenção deste periódico, juntamente com toda a sua actual equipa;
  • Do que me é dado observar, e esta é apenas e tão só uma opinião pessoal, a “Gazeta de Vendas Novas” sofre de certas limitações que acabam por limitar o seu desenvolvimento, sem que isso se deva a falta de empenho dos seus responsáveis;
  • Quanto á linha editorial seguida pela “Gazeta de Vendas Novas”, noto uma evidente preocupação em mantê-lo um jornal isento e relativamente neutro;
  • Sem querer de forma alguma por em causa o caminho seguido ou melindrar quem tem essa responsabilidade, era só o que faltava e nem isso está nas minhas preocupações ...
  • ... manifestar um grande sentido de respeito e reconhecimento por quem se dispõe a administrar e/ou gerir um jornal local, como é o caso da Gazeta de Vendas Novas;
  • Por todos os motivos, mas especialmente por desempenharem um relevante papel para a auto-estima dos vendasnovenses, além de se constituírem como possível pólo de união da comunidade. Neste sentimento acho por bem incluir todos aqueles que, de alguma forma, contribuem para a elaboração e manutenção do jornal;
  • A isto acresce a evidência de que o nosso jornal local não navega em terrenos férteis em facilidades, tantas são as críticas manifestamente injustas que lhes são dirigidas;
  • Vale-lhe a vontade e a perseverança de quem lhe dá vida, ainda por cima de forma totalmente gratuita;
  • Por tudo isso, tal deveria conduzir a que os jornais existentes (hoje, apenas um) fossem acarinhados por todos os vendasnovenses. Sob pena de corrermos o risco de um dia destes deixarmos de ter imprensa escrita no concelho.

Estas e outras opiniões que então expressei e que podem ser consultadas no próprio texto original disponível neste blogue (mês: Novembro/06; dia: 03), preocuparam-se, antes de tudo o mais, em realçar a importância da nossa imprensa local e do relevante papel desempenhado por quem lhe dá vida. Qualquer outra leitura é, em minha opinião, manifestamente abusiva e despropositada em relação ao que escrevi e pretendi transmitir.

Sobre isto, mesmo correndo o risco de parecer parco em humildade, lanço o desafio, seja a quem for que o queira aceitar, de me demonstrarem quando ou onde, publicamente, alguém sem ligações à "Gazeta de Vendas Novas", como é o meu caso, se preocupou em defender assim a nossa imprensa local e em realçar o importante papel daqueles que lhe dão vida. Digam-me, se fazem favor!

Que este seja um óptimo ano para todos.