quinta-feira, 5 de abril de 2007

VENTO...HIBERNA !

Ó vento, porque fustigas
Sem dó as árvores indefesas!
Porque é que cruel as castigas
Tua sede de ódio nelas mitigas
Com tuas torpes e vis bravezas!
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Porque lhes arrancas as roupas
Verdes, com que lindas se vestem!
Bem sei porque não as poupas
É porque tuas fúrias loucas
São ciúmes que em ti vertem!
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Porque lhes arrancas os membros
Porque lhes arrancas a vida!
É que esses furiosos momentos
São os teus loucos tormentos
Por não teres vida definida!
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Porque ajudas o fero fogo
A devorá-las sadicamente!
Ao incitá-lo a teu rogo
A massacrá-las sôfrego
P'ra te saciares , vulgo demente!
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Acalma, sê só brisa moderada!
Beija as árvores de mansinho!
Afaga com leveza sua ramada
Rumorejando só e mais nada
Esquecendo teu ódio mesquinho!
«««»»»
Sopra como quando andas
No mar alto atrás do veleiro!
Em rajadas certas, brandas,
Inchas suas velas enfunando-as
Trazendo feliz o marinheiro!
«««»»»
Mas se só maldade assumes
Recolhe à tua negra caverna!
Abriga-te na tua manta de ciúmes
Espumando raiva e azedumes
Adormece, p'ra sempre hiberna!
oooOooo
João M. Grazina "Jodro"

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