O Comboio de Antigamente
O comboio de antigamente
Era a lenha e a carvão
Tinha um apitar estridente
Que avisava toda a gente
Quando chegava à estação
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Onde entrava ruidoso
Fazendo grande fumarada
A lembrar monstro fabuloso
Que tudo tragava furioso
Tal fera pré-histórica depravada
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E logo que a partida acontecia
Apitava avisando que ia partir
Sem reparar na tristeza ou alegria
Que pelos rostos se repartia
Insensível ao chorar ou ao rir
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Uns faziam adeus das janelas
Outros do cais onde ficavam a acenar
E o gigante abria ávido as goelas
E carvão ou lenha passavam por elas
Dando-lhes brutal força p'rá carga levar
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E a sua grande chaminé da combustão
Expelia faíscas, cinzas e negro fumo,
Lembrando activo e temível vulcão
E ribombava como atroador trovão
Tomando lento o destinado rumo
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No seu ventre bancos de tosca madeira
Ao conforto indiferente
Para os que viajavam em terceira
Melhor para os de segunda e primeira
Era o comboio de antigamente
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João M. Grazina (Jodro)
Neste poema descrevo fielmente como vi
e senti os comboios do passado, foram da
minha juventude e não só, é uma informação
genuína que deixo aos novos.
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"Jodro"
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