domingo, 20 de maio de 2007

O Comboio de Antigamente

O comboio de antigamente
Era a lenha e a carvão
Tinha um apitar estridente
Que avisava toda a gente
Quando chegava à estação
««»»
Onde entrava ruidoso
Fazendo grande fumarada
A lembrar monstro fabuloso
Que tudo tragava furioso
Tal fera pré-histórica depravada
««»»
E logo que a partida acontecia
Apitava avisando que ia partir
Sem reparar na tristeza ou alegria
Que pelos rostos se repartia
Insensível ao chorar ou ao rir
««»»
Uns faziam adeus das janelas
Outros do cais onde ficavam a acenar
E o gigante abria ávido as goelas
E carvão ou lenha passavam por elas
Dando-lhes brutal força p'rá carga levar
««»»
E a sua grande chaminé da combustão
Expelia faíscas, cinzas e negro fumo,
Lembrando activo e temível vulcão
E ribombava como atroador trovão
Tomando lento o destinado rumo
««»»
No seu ventre bancos de tosca madeira
Ao conforto indiferente
Para os que viajavam em terceira
Melhor para os de segunda e primeira
Era o comboio de antigamente
««»»
João M. Grazina (Jodro)

Neste poema descrevo fielmente como vi
e senti os comboios do passado, foram da
minha juventude e não só, é uma informação
genuína que deixo aos novos.
««»»
"Jodro"

...ainda não há comentários!