A Geração (des)enrascada!
Nota Prévia:
A abordagem superficial feita há dias por um dos nossos comentadores às qualidades e defeitos da actual geração jovem serviu de motivo de inspiração deste meu novo post.
Na linha do que já vem sendo hábito, este é um tema bem mais interrogativo do que afirmativo, o que equivale a dizer que as minhas certezas, à partida, são bem menores que as dúvidas. Para as dissipar conto mais uma vez com a vossa participação.
O que valem afinal os nossos jovens de hoje? Certamente que bem mais do que se vai ouvindo e lendo por aí.
Em matéria de valores morais e sociais e de consciencialização do que é certo e do que é errado, mau seria se a evolução se não fizesse sentir. O acesso aos canais de informação é cada vez mais diversificado e difundido. Temos uma juventude bem informada, consciente dos problemas globais e seguramente mais solidária. Os jovens de hoje são dinâmicos, polivalentes, prezam a liberdade, cultivam a auto-estima e detestam a subserviência. Foram preparados para viver em sociedade, enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades. Estão cientes de que a competitividade entre eles cresceu paralelamente com a globalização da economia. É positivo e o País agradece mas nem todos vão saber lidar com isso.
É neste cenário, aparentemente favorável, que despontaram novos e temíveis fantasmas. O desemprego é o grande papão do momento. Com ele tudo o que é preocupante se desenvolve à sua volta: a marginalidade, o pessimismo e a descrença no futuro. Depois, há ainda o subemprego e a precariedade das relações laborais. Os cada vez mais difundidos “recibos verdes” estão definitivamente institucionalizados no nosso mercado de trabalho.
Neste contexto, o deserto de oportunidades concedidas aos jovens é assustador. Ora, acompanhem-me lá nesta pesquisa: Quantos indivíduos com menos de 30 anos ocupam um lugar chave numa empresa de Vendas Novas? Quantos licenciados nesta faixa etária exercem a sua profissão nesta cidade? E quantos auferem um rendimento mensal superior a 1.000 euros? O resultado fica abaixo das expectativas tendo em conta que vivemos numa localidade referência do emprego alentejano.
As dificuldades não acabam aqui. O recurso ao crédito para a habitação ou para fomentar a criação de novas empresas está cada vez mais condicionado pela subida da taxa de juro, o preço dos combustíveis é incompatível com as necessidades primárias de evasão e divertimento, a economia não arranca, os salários não sobem e a inflação não pára. Urge esvaziar o estigma desta carga negativa que cada vez mais asfixia a nossa sociedade em geral e os jovens em particular. Difícil é saber como.
Mas nem tudo é mau. As nossas jovens, que cresceram à frente do computador, que sacam músicas da net e que usam e abusam do Messenger, estão cada vez mais agradáveis à vista e ao tacto. Definitivamente, são lindas de morrer! Há quem defenda que eles também, mas sobre essa matéria tenho alguma dificuldade de avaliação.
A abordagem superficial feita há dias por um dos nossos comentadores às qualidades e defeitos da actual geração jovem serviu de motivo de inspiração deste meu novo post.
Na linha do que já vem sendo hábito, este é um tema bem mais interrogativo do que afirmativo, o que equivale a dizer que as minhas certezas, à partida, são bem menores que as dúvidas. Para as dissipar conto mais uma vez com a vossa participação.
O que valem afinal os nossos jovens de hoje? Certamente que bem mais do que se vai ouvindo e lendo por aí.
Em matéria de valores morais e sociais e de consciencialização do que é certo e do que é errado, mau seria se a evolução se não fizesse sentir. O acesso aos canais de informação é cada vez mais diversificado e difundido. Temos uma juventude bem informada, consciente dos problemas globais e seguramente mais solidária. Os jovens de hoje são dinâmicos, polivalentes, prezam a liberdade, cultivam a auto-estima e detestam a subserviência. Foram preparados para viver em sociedade, enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades. Estão cientes de que a competitividade entre eles cresceu paralelamente com a globalização da economia. É positivo e o País agradece mas nem todos vão saber lidar com isso.
É neste cenário, aparentemente favorável, que despontaram novos e temíveis fantasmas. O desemprego é o grande papão do momento. Com ele tudo o que é preocupante se desenvolve à sua volta: a marginalidade, o pessimismo e a descrença no futuro. Depois, há ainda o subemprego e a precariedade das relações laborais. Os cada vez mais difundidos “recibos verdes” estão definitivamente institucionalizados no nosso mercado de trabalho.
Neste contexto, o deserto de oportunidades concedidas aos jovens é assustador. Ora, acompanhem-me lá nesta pesquisa: Quantos indivíduos com menos de 30 anos ocupam um lugar chave numa empresa de Vendas Novas? Quantos licenciados nesta faixa etária exercem a sua profissão nesta cidade? E quantos auferem um rendimento mensal superior a 1.000 euros? O resultado fica abaixo das expectativas tendo em conta que vivemos numa localidade referência do emprego alentejano.
As dificuldades não acabam aqui. O recurso ao crédito para a habitação ou para fomentar a criação de novas empresas está cada vez mais condicionado pela subida da taxa de juro, o preço dos combustíveis é incompatível com as necessidades primárias de evasão e divertimento, a economia não arranca, os salários não sobem e a inflação não pára. Urge esvaziar o estigma desta carga negativa que cada vez mais asfixia a nossa sociedade em geral e os jovens em particular. Difícil é saber como.
Mas nem tudo é mau. As nossas jovens, que cresceram à frente do computador, que sacam músicas da net e que usam e abusam do Messenger, estão cada vez mais agradáveis à vista e ao tacto. Definitivamente, são lindas de morrer! Há quem defenda que eles também, mas sobre essa matéria tenho alguma dificuldade de avaliação.
25 comentários:
BRAVO! BRAVO! BRAVO!
EXCELENTE POST! DE LONGE O MELHOR QUE LI NESTE BLOG!
No geral, gostei bastante deste texto, essencialmente porque nos traz assuntos para meditar sobre aquilo que somos como comunidade. Esse é também um dos objectivos de um espaço como o Atribulações Locais.
À pergunta inicial apetece-me responder: valem o mesmo que todas as gerações anteriores, mas têm a enorme vantagem de terem acesso a ferramentas que só agora passaram a
estar disponíveis. As quais têm a ver com mais conhecimento e muito maior acesso a todos os tipos de informação, acompanhado por uma extraordinária velocidade de circulação dessa mesma informação. E os níveis de informação e de conhecimento podem fazer toda a diferença.
Quando o amigo diz que "o deserto de oportunidades concedidas aos jovens é assustador" só em parte posso
concordar. Em sociedades mais desenvolvidas, tal como nos fez ver Jack Welch em recente visita ao nosso país, é muito mais elevada a percentagem de jovens licenciados que têm por objectivo criar a sua própria empresa, iniciar o seu próprio negócio.
Nesta área do empreendedorismo estamos absolutamente atrasados em relação ás sociedades mais evoluídas. Continuar á espera de ter um emprego seguro e bem pago à saída da universidade, como por cá tem sido hábito, é adiar o inevitável, ou seja, criar melhores condições para que os jovens sintam que vale a pena apostar nas suas ideias e na sua capacidade de iniciativa. Essas condições ainda não existem na totalidade, infelizmente.
De qualquer forma, talvez se justificasse mais perguntar: quantos jovens de VN com menos de 30 anos que procuram emprego, têm por objectivo por em prática a sua própria iniciativa?
Deixo a sugestão: não valeria a pena que em Vendas Novas se apostasse, por exemplo, numa Escola de Empreendedorismo?
Obrigado amigo João Fialho por este seu excelente contributo. Quanto ao anónimo das 10:17, a sua apreciação peca por um claro exagero, mas lá que me deixa muito feliz, lá isso deixa… Obrigado e continue a passar por cá.
Sr. BDB (BomDeBola), permita-me que o felicite pelo seu excelente “Post” sobre o assunto em título: Geração (des) enrascada
O registo que utilizou agrada-me particularmente, e o assunto trouxe-me à memória uma história passada há uma boa meia dúzia de meses, e que atesta bem da capacidade de improvisação e de “desenrasca” dos nossos jovens além, naturalmente, de outras grandes e nobres virtudes.
A protagonista desta história é a Ana, nome fictício de uma bela moçoila morena, e a cena começa por se desenrolar na praia do Meco, manhã cedo, terminando ao amanhecer do dia seguinte, em sua casa.
Deambulava a Ana, aos primeiros alvores da manhã de um sábado, depois de um noite ainda não dormida, pelo extenso areal da praia do Meco, quando, ao longe começa a ouvir:
-Pst, pst, menina, estou aqui, pst, estou aqui…
Ana apercebe-me do chamamento, ainda longínquo, e desloca-se na sua direcção; à medida que se aproximava os apelos aumentavam de intensidade e de frequência;
-Pst, pst, menina, estou aqui, menina, pst, estou aqui, aqui…
Até que Ana, já muito perto, dá pela presença de um Búzio, de dimensões, ligeiramente, superiores ao normal, junto à rebentação das fracas ondas que se faziam sentir, apercebendo-se, com enorme espanto, de que os apelos provinham exactamente daquele Búzio.
Incrédula, sem perceber muito bem o que se estava a passar, decide lançar uma pergunta ao Búzio:
-O que estás aqui a fazer? Tu falas? O que se passou contigo?
Então o Búzio, saindo ligeiramente da “concha”, começa a contar a sua história:
- Eu sou um jovem marinheiro, cujo barco naufragou durante uma tempestade, sou um protegido do Deus Neptuno (Deus dos mares) que, na tormenta das ondas e quando eu lutava para me salvar, apareceu e disse-me:
- Vou transformar-te em Búzio, irás dar à costa, num extenso areal, e serás encontrado por uma linda menina morena, que te levará no seu regaço para casa dela.
Deitar-te-á no seu leito e, algumas horas depois, tu voltarás a ser o grande marinheiro que sempre foste!
Esta história foi contada pela Ana, à sua mãe, quando esta, inadvertidamente, entrou no seu quarto e dá com a filha e o namorado deitados na cama…
PS- Curiosamente, ironia das ironias, o namorado da Ana era um jovem e corpulento fuzileiro da marinha…
Cá está um exemplo típico da responsabilidade dos progenitores a que se referia o Sérgio: A MÃE NÃO TINHA NADA QUE ENTRAR NO QUARTO! DEVERIA TER BATIDO À PORTA A PEDIR LICENÇA PARA O FAZER E, OBVIAMENTE, SER-LHE-IA NEGADA!
NATURALMENTE QUE O DESFECHO SERIA OUTRO E A ANA CONTINUARIA A SER, AOS OLHOS DE TODOS, UMA PURA E VIRGEM DONZELA!
Gostei muito deste texto, fiel à nossa realidade.
Beijos e boa semana
O texto do BomdeBola é, de facto, excelente. Como dizem os igleses "right on the spot".
Agora o comentário do sr. anonymous é que não tem pés nem cabeça. É extremamente machista ao dar a entender que uma rapariga, por ter tido relações sexuais, deixa de ser vista como uma "PURA E VIRGEM DONZELA". O início da vida sexual de uma mulher ocorre quando ela se sente preparada (tal como acontece nos homens)... antes ou depois do casamento. Para mim, o problema não é se ela esteve com alguém, mas sim se ela tomou as precauções necessárias.
E, honestamente, causa-me algum desconforto saber que foi a própria mãe que tornou esta história pública...
Ao longo dos últimos anos, as gerações mais novas têm vindo a participar activamente nas famosas acções de voluntariado (Banco Alimentar, etc.). Por que será que raramente se aborda este tema e se repita continuamente nos meios de comunicação os erros cometidos pelos alunos nos testes de História ou de Português? Nós estamos com uma geração verdadeiramente empreendedora ao nível das questões sociais mas que depois derrapa no ensino e nas perspectivas laborais. Pegando na expressão do alentejodive, como é que se pode construir uma "Escola de Empreendedorismo" empresarial para Portugal? Pergunto isto porque, obviamente, ser-se Dr. ou engenheiro já não leva ninguém a lado nenhum... há que descobrir novos caminhos.
Eu, Zé Nabo, atesto por minha Honra, para todos os fins tidos por convenientes, que a história que contei da Ana é pura ficção!
Acalmem-se, por isso, todas as almas, particularmente aquelas mais agitadas, que rapidamente encontraram alguns “bodes expiatórios”, exemplo a mãe da Ana a qual, no seu (fraco) entendimento, renegou a condição de mãe dado se ter permitido vir para a praça pública e, em alto e bom som, ter contado a toda a vizinhança lá do bairro que a sua filha Ana estava na cama com o namorado e, no imaginário de alguns mais avessos aos “Cotas” dos progenitores, ainda terá dito, que já iam para aí na terceira…
Tudo falso, tudo mentira!
Não há Ana nem namorado, não há cama, de sexo nem na história inventada se falou, e
a única coisa que parece haver, pois claro, é uma mãe da Ana que o não sabe ser!
Abaixo todos os “Cotas”, mães, pais e avós deste país, já!
Os filhos e netos ao poder!
Por vezes dá-me vontade de rir quando leio apreciassões a determinados posts.....
Onde está a genialidade deste texto???? Expliquem-me.....
Isto é um mar de equivocos.... os jovens não são mais q o fruto da sociedade que os rodeia. Também somos animais, e como tal adaptamo-nos aos novos tempos.
O autor começa com algumas banalidades para depois cair em temas q são o "pão nosso de cada dia".
Quando diz:
"Os jovens de hoje são dinâmicos, polivalentes, prezam a liberdade, cultivam a auto-estima e detestam a subserviência. Foram preparados para viver em sociedade, enfrentar desafios e aproveitar as oportunidades. Estão cientes de que a competitividade entre eles cresceu paralelamente com a globalização da economia."
Onde é que se baseia, para adjectivar os jovens desta forma?
São todos assim? Os jovens de outras gerações eram diferentes?
Não me goze!!!!!!
Agora o desemprego, a falta de dinheiro... um é consequência do outro.
Depois vêm falar de ordenados.... que coisa tão feia!
Por fim vêm a ordinarisse.... não havia necessidade. Com um assunto sério a brincar com a beleza das nossas jovens. Não sei quel é a sua idade mas estou a ver que para si a carne fresca é que é boa....
E por aqui me fico
BomDeBola, tenho um pequeno desafio para ti no meu «blog» (não acho grande piada a estas tretas mas achei este interessante).
Um abraço.
Recebi este texto por email de um nosso amigo colaborador do AL. Não o vou identificar porque não lhe pedi autorização para o fazer. Trata-se, no entanto, de uma excelente colaboração que vai certamente enriquecer este tema.
HISTÓRIA DO FUTURO
A escola que temos não exige a muitos jovens qualquer aproveitamento útil ou qualquer respeito da disciplina. Passa o tempo a pôr-lhes pó de talco e a mudar-lhes as fraldas até aos 17 anos.
Entretanto mostra-lhes com toda a solicitude que eles não precisam de aprender nada, enquanto a televisão e outros entretenimentos tratam de submetê-los a um processo contínuo de imbecilização.
Se, na adolescência, se habituam a drogar-se, a roubar, a agredir ou a cometer outros crimes, o sistema trata-os com a benignidade que a brandura dos nossos costumes considera adequadas à sua idade e lava-lhes ternurentamente o rabinho com água de colónia.
Ficam cientes de que podem fazer tudo o que lhes der na real gana na mais gloriosa das impunidades.
Não são enquadrados por autoridade de nenhuma espécie na família, nem na escola, nem na sociedade, e assim atingem a maioridade.
Deixou de haver serviço militar obrigatório, o que também concorre para que cheguem à idade adulta sem qualquer espécie de aprendizagem disciplinada ou de noção cívica.
Vão para a universidade mal sabendo ler e escrever e muitas vezes sem sequer conhecerem as quatro operações. Saem dela sem proveito palpável.
Entretanto, habituam-se a passar a noite em discotecas e noutros proficientes locais de aquisição interdisciplinar do conhecimento, até às cinco ou seis da manhã.
Como não aprenderam nada digno desse nome e não têm referências identitárias, nem capacidade de elaboração intelectual, nem competência profissional, a sua contribuição visível para o progresso do país consiste no suculento gáudio de colocarem Portugal no fim de todas as tabelas.
Capricham em mostrar que o "bom selvagem" afinal existe e é português.
A sua capacidade mais desenvolvida orienta-se para coisas como o Rock in Rio ou o futebol. Estas são as modalidades de participação colectiva ao seu alcance e não requerem grande esforço (do qual, aliás, estão dispensados com proficiência desde a instrução primária).
Contam com o extremoso apoio dos pais, absolutamente incapazes de se co-responsabilizarem por uma educação decente, mas sempre prontos a gritar aqui-d'el-rei! contra a escola, o Estado, as empresas, o gato do vizinho, seja o que for, em nome dos intangíveis rebentos.
Mas o futuro é risonho e é por tudo o que antecede que podemos compreender o insubstituível papel de duas figuras como José Mourinho e Luiz Felipe Scolari.
Mourinho tem uma imagem de autoridade friamente exercida, de disciplina, de rigor, de exigência, de experiência, de racionalidade, de sentido do risco. Este conjunto de atributos faz ganhar jogos de futebol e forma um bloco duro e cristalino a enredomar a figura do treinador do Chelsea e o seu perfil de condottiere implacável, rápido e vitorioso. Aos portugueses não interessa a dureza do seu trabalho, mas o facto de "ser uma máquina" capaz de apostar e ganhar, como se jogasse à roleta russa.
Scolari tem uma imagem de autoridade, mas temperada pela emoção, de eficácia, mas temperada pelo nacional-porreirismo, de experiência, mas temperada pela capacidade de improviso, de exigência, mas temperada pela compreensão afável, de sentido do risco, mas temperado por um realismo muito terra-a-terra. É uma espécie de tio, de parente próximo que veio do Brasil e nos trata bem nas suas rábulas familiares, embora saiba o que quer nos seus objectivos profissionais.
Ora, depois de uns séculos de vida ligada à terra e de mais uns séculos de vida ligada ao mar, chegou a fase de as novas gerações portuguesas viverem ligadas ao ar, não por via da aviação, claro está, mas porque é no ar mais poluído que trazem e utilizam a cabeça e é dele que colhem a identidade, a comprazer-se entre a irresponsabilidade e o espectáculo.
E por isso mesmo, Mourinho e Scolari são os novos heróis emblemáticos da nacionalidade, os condutores de homens que arrostam com os grandes e terríficos perigos e praticam ou organizam as grandes façanhas do peito ilustre lusitano. São eles quem faz aquilo que se gosta de ver feito, desde que não se tenha de fazê-lo pessoalmente porque dá muito trabalho. Pensam pelo país, resolvem pelo país, actuam pelo país, ganham pelo país.
Daí as explosões de regozijo, as multidões em delírio, as vivências mais profundas, insubordinadas e estridentes, as caras lambuzadas de tinta verde e vermelha dos jovens portugueses. Afinal foi só para o Carnaval que a escola os preparou. Mas não para o dia seguinte.
Vasco Graça Moura
Eu vou ficar à espera dos comentátios de um tal fotogénico que por aí anda para depois me pronunciar...
De uma assentada matarei dois coelhos, como sói dizer-se.
Gostaria de começar esta minha intervenção dizendo que, felizmente, temos na actual geração algumas centenas de milhares de jovens, que nada têm a ver com o que foi dito pelo autor do texto, sendo o seu mérito tanto maior quanto, não obstante estarem inseridos numa sociedade que lhes é madrasta, apresentarem uma educação absolutamente contrastante com o “statu quo”, e uma preparação académica e/ou técnico profissional muito acima da média, com resultados altamente meritórios no mercado de trabalho, quer no país quer no estrangeiro.
Obviamente que isto só é possível, para além do mérito pessoal de cada um dos jovens, também e em grande medida, ao meio que os rodeia, quer no plano familiar e social em que estão inseridos, quer no plano académico envolvendo, naturalmente, os seus professores.
Um aceno de simpatia e admiração a muitos milhares de pais, professores, e alguma parte da sociedade, que não se identifica com este texto em apreciação.
Salvaguardada que está esta magnífica “parcela” da actual geração de jovens, a quem, muito justamente, me curvo e tiro o meu chapéu, passarei a uma breve apreciação, quem sou eu para o fazer, ao artigo do Vasco Graça Moura:
Acho interessantíssimo o estilo literário utilizado, que de uma forma simples e escorreita, lá nos vai caricaturando a sociedade actual, e os nossos jovens, desde, praticamente, o berço até á idade adulta.
Quanto ao estilo, apenas uma palavra: BRILHANTE!
Quanto ao conteúdo, polémico, já sei, lamento ter de reconhecer que o autor do texto, se não reproduz, fielmente, a sociedade actual, anda muito perto disso:
- O ensino básico e universitário, passando pelo secundário, em que os professores não ensinam, e os cursos, na sua maioria, não servem o mercado de trabalho;
- A justiça que não funciona, ou é demasiado branda;
- Os pais que não educam e acham, até, adequados os comportamentos por mais insubordinados que sejam, dos seus “Meninos”;
- O serviço militar obrigatório que já foi, e que, diga-se o que se quiser, era fonte de grandes virtudes, digo eu;
- A televisão e o que isso representa em termos de “processo contínuo de imbecilização”, no dizer do autor;
Enfim foi tudo aflorado com grande simplicidade, nada de pensamentos filosóficos ou recurso a “frases feitas” de autores de craveira mediana, tudo de forma muito simples e acessível a todas as mentes.
Volto a dizer, estamos na presença de um texto que caricatura, quase na perfeição, a nossa sociedade actual, não esquecendo, o que é muito importante, as ressalvas a que aludi no início da minha intervenção.
O anónimo (mas pouco) autor deste último comentário tem um talento inato para a escrita. Os seus dotes são inquestionáveis mas não consegue eliminar esta permanente azia que o corrói. E daí, este seu mau feitio. Mas de onde é que lhe veio todo esse ódio de estimação?!... Faz-me confusão ver alguém assim, acredite. Que mau exemplo…
O neo-anónimo anterior (sobejamente conhecido apesar do disfarce), está mais preocupado em criticar, azedamente, a minha apreciação ao “post” inicial do que, como era sua obrigação, emitir ele próprio o seu comentário a esse mesmo “post”.
Enfim, a pessoa em questão deverá padecer de um trauma qualquer, ao nível da massa encefálica, trauma, muito provavelmente, incurável o que, apesar de tudo, se lamenta…
O Anónimo das 22.44h não me deu qualquer tipo de procuração para o representar, mas eu faço questão de vir ao debate para dizer duas ou três coisas muito simples, e que têm a ver com os estatutos comportamentais de Anónimo e anónimo:
- O Anónimo das 22.44h, participou no “debate” sobre o tema em discussão (aditamento ao primeiro post), expondo as suas ideias, sempre discutíveis, naturalmente, mas fê-lo de forma correcta e delicada.
Muito provavelmente, a sua rejeição a todo e qualquer espécie de protagonismo, levou-o a manter-se no anonimato, o que até se pode aplaudir;
- O anónimo das 00.43h, eventualmente sofrendo de insónias ou, pior do que isso, de qualquer outra “maleita” mais grave que lhe tira o sono, e eu estou mais inclinado para esta segunda hipótese, aparece meio cambaleante, falando em coisas patéticas e perfeitamente descontextualizadas, como “azia que o corrói” , em “ódio de estimação”, "mau feitio", o que não dá, minimamente, para perceber;
Muito provavelmente, a sua opção, cobarde, em manter o anonimato tem a ver com a ousadia, inqualificável, de proferir todos os impropérios que lhe vêm à cabeça, já demente, e em seguida enfiar o “saco preto” do anonimato pela cabeça abaixo! (digo bem, cabeça)
Para terminar, estou em crer que o Sr. Anónimo das 22.44h dispensará todos os elogios, eivados de cinismo e de hipocrisia, que lhe dirige em relação à capacidade literária.
Há para aqui um anónimo com muito mau feitio e muito infeliz. Na falta de argumentação para o tema em debate espera que o tal fotogénico (diz ele) se apresente para então "argumentar".
Você é mesmo... reles.
O fotogénico, mas pouco, era tu, não percebeste? (como eu ainda te dou o benefício da dúvida, não lembra ao careca…)
E o teu comentário onde está?
Tu, pelos vistos, não fazes néria, é só papaias, mas mostrar, cá pra fora, o que pensas, será que pensas(?), uma ova!...
De críticos como tu, estamos nós fartos, oh meu!!!
"O fotogénico, mas pouco, era tu, não percebeste? (como eu ainda te dou o benefício da dúvida, não lembra ao careca…)
E o teu comentário onde está?
Tu, pelos vistos, não fazes néria, é só papaias, mas mostrar, cá pra fora, o que pensas, será que pensas(?), uma ova!...
De críticos como tu, estamos nós fartos, oh meu!!!"
Definitivamente, você não passa de um triste, de um pobre coitado que não sabe como ocupar o seu tempo livre.
Faça-nos um favor e aprenda a articular melhor os seus textos porque, de tão básicos que são, custa a acreditar que você tenha a idade que vem no seu BI.
O Vasco Graça Moura pode ser um grande escritor, mas isso não implica que seja o senhor da razão.
De facto, o ensino em Portugal vai de mal a pior. Mas alguma vez esteve bem? Todos os anos são divulgadas as "asneiras" escritas nos testes, como se fossem alguma novidade. Infelizmente, não me recordo de um único ano em que se tenha dito que o ensino em Portugal fosse um sucesso. Antigamente, decorava-se tudo e não havia aluno que não soubesse os nomes de todos os rios de Portugal... mas também é verdade que apenas uma minoria chegava às universidades e às escolas técnicas. Portugal nunca foi reconhecido como um país desenvolvido e essa ideia da juventude colocar "Portugal no fim de todas as tabelas" é a forma mais reles de se descartar de um problema que sempre existiu. Afinal de contas, fomos nós (os "adultos") que conquistámos meio mundo e que perdemos tudo por não termos sabido capitalizar (como os espanhóis, por exemplo) ou desenvolver as nossas próprias industrias (como os ingleses). Também fomos nós (as "empresas") que recebemos fundos da antiga CEE e que, em vez de utilizarmos esse dinheiro na formação dos jovens, dos agricultores e empregados fabris, esbanjámos em viagens, carros de luxo, moradias e falsos cursos subsidiados. Fomos nós (os "ignorantes") que em vez de apoiarmos a cultura, preferimos deixar os nossos artistas mais reconhecidos internacionalemnte abandonarem o nosso país. Somos nós (os "políticos") que mentimos, que faltamos quase todos os dias ao Parlamento, que viajamos de férias com o dinheiro público, que usamos o "bendito" saco azul para proveito pessoal. Resumindo, ao longo dos séculos, temos sido um manto de virtudes, repleto de bons exemplos para a "nossa" juventude.
Portugal só vai melhorar quando o ensino for, de facto, direccionado para as nossas reais necessidades (serviços, turismo, etc.). Gostava que as escolas tivessem mais poder e autonomia no ensino, que os professores não vivessem no constante "medo" de serem agredidos pelos alunos, que não fossem obrigados a irem dar aulas para longe da sua área de residência. Mas não vejo que isto mude a médio (ou até a longo) prazo.
Vasco Graça Moura afirma igualmente que "eles não precisam de aprender nada, enquanto a televisão e outros entretenimentos tratam de submetê-los a um processo contínuo de imbecilização.". Os jovens portugueses vêem exactamente os mesmos programas televisivos que os dos outros países, por isso não vejo o que isto tenha a ver com o insucesso escolar no nosso país.
"Se, na adolescência, se habituam a drogar-se, a roubar, a agredir ou a cometer outros crimes, o sistema trata-os com a benignidade que a brandura dos nossos costumes considera adequadas à sua idade e lava-lhes ternurentamente o rabinho com água de colónia."
Aqui o nosso amigo Vasco diz uma grande verdade... ainda há pouco tempo um adulto (e juíz, por sinal), ao ler a sentença, disse aos menores que agrediram, violaram e deixaram morrer um transsexual no Porto que o que tinham feito tinha sido uma BRINCADEIRA DE MAU GOSTO. Esta é a visão que a nossa sociedade tem no que respeita à educação de jovens delinquentes.
"Deixou de haver serviço militar obrigatório, o que também concorre para que cheguem à idade adulta sem qualquer espécie de aprendizagem disciplinada ou de noção cívica.". Há tantos países na Europa "civilizada" em que o serviço militar não é obrigatório e não é por isso que os jovens deixam de ser menos responsáveis. Ao contrário de um certo "anonymous", eu aqui culpo directamente os encarregados de educação que preferem ver a novela e a bola em vez de verem o que é que os seus filhos andam a fazer.
"Entretanto, habituam-se a passar a noite em discotecas e noutros proficientes locais de aquisição interdisciplinar do conhecimento, até às cinco ou seis da manhã." E quem é que os deixa sair? Quem é que lhes passa as chaves do carro para as mãos? Quem é que lhes dá o dinheiro para os copos?
"Capricham em mostrar que o "bom selvagem" afinal existe e é português." - Aqui, o Vasquinho já devia ter bebido demais numa das discotecas da moda e confundiu os portugueses com os ingleses ou com os alemães.
Já agora, o Vasco Graça Moura tem filhos?...
Voltaste? Já te dávamos como morto! (em termos de intervenção neste blog, evidentemente)
A mãe da Ana continua à tua procura e quer dar-te uma coça!
Ela ainda não se esqueceu do que andaste para aí a dizer da mulher…
Olha a Ana e o namorado, o marinheiro lembras-te, também te querem apanhar!
Um dia mostro-te o meu BI, vás ter uma surpresa, garanto-te!
Alguém, daqui, sabe dissertar sobre "conflito de gerações" para acabarmos de vez com o "no meu tempo é que era bom" e que esta geração é a "geração rasca"?
É que eu já estou a ficar baralhado.
“Geração Rasca”, de certeza que não é, agora de “Geração à Rasca” tem alguma dificuldade em deixar de ser o que, deve aqui ser afirmado, está longe de ser uma situação, totalmente, da sua responsabilidade!
Várias foram as correntes de opinião já manifestadas sobre este tema, muito foi dito, mas muito mais estará ainda por dizer; não é um assunto pacífico nem consensual, bem pelo contrário, é um assunto polémico e susceptível de ser visto e analisado segundo ópticas, absolutamente, diversas pelo que, muito dificilmente, se poderá chegar a uma verdadeira conclusão.
Proponho que se deixem os jovens e a sociedade na qual estão inseridos em paz e sossego e que seja avançado um novo tema para debate.
Basta de Morangos, Floribelas, pais, filhos, avós e netos, professores, justiça, estado, etc…
Todos terão a sua quota de responsabilidade na situação actual!
Todos não seremos de mais para ajudar a encontrar o rumo certo para que daqui a uns anos, e sem que ninguém perca a sua própria identidade, nada de comparações estéreis entre diferentes gerações, não se pode comparar o que não é comparável, possamos todos dizer que a nossa sociedade está melhor!
Bem hajam os jovens e os seus progenitores, afinal a razão da sua existência!
Lido no http://jornalrosadosventos.blogspot.com/ da autoria de Marco Molha:
Assim vamos nós...
É sabido que a juventude é o futuro da sociedade mas para que esse futuro seja risonho há que apostar nos jovens. E apostar nos jovens é trabalhar em seu benefício, mas também é valorizar o que essa juventude já faz pela sociedade. Já que a Câmara insiste em esquecer-se dos jovens do concelho, então que haja alguém que se lembre deles. Para isso, é necessário haver dinâmica e força de vontade, características demonstradas pela Juventude Socialista em Vendas Novas nas diversas actividades em que se envolveu e promoveu desde a sua criação. É um exemplo a seguir, quer pelos jovens do concelho quer pelos órgãos autárquicos, que teimam em deixar a juventude para segundo plano.
Parece que os jovens foram mesmos esquecidos nas comemorações do 25 de Abril. Quer-me parecer que a média de idades das pessoas que assistiram aos concertos nestas festas era no mínimo 50 anos. Fazer alguma coisa pelos jovens de Vendas Novas? Para quê? Parece que o vereador com o pelouro da juventude se esqueceu de nós! Um dia os jovens de hoje também se vão esquecer dele...
32 anos após o 25 de Abril parece que ainda existem pessoas que não sabem o que é a Liberdade. Não sabem que a liberdade de expressão é um direito que nos assiste. Que o diga o Sr. Vice-presidente da Câmara, que recentemente expulsou do “bar do partido” uma pessoa, argumentando que, não estando de acordo com a política da CDU, não era bem-vindo naquele local. Convido então os responsáveis da CDU a fazer uma análise às pessoas que frequentam a sua sede à Sexta-feira e ao Sábado à noite. Será que são todos da CDU? Não são, mas apenas uma pessoa foi expulsa. Sabem porquê? É membro da direcção deste jornal...
Marco Molha
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