segunda-feira, 20 de novembro de 2006

A poesia de "Jodro" no Atribulações Locais

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DETURPANDO O GENUÍNO AMOR

O amor já não é amor mas só sexo
Este, pérfido a delirar
No Homem que teima em adulterar,
O genuíno amor, insensato, sem nexo

O amor passou nele a pequeno anexo
Onde sua sexualidade vai dejectar
Os excrementos, restos do seu saciar,
Que expele nauseabundo, complexo

O sublime amor não cabe em sua mente
Individualmente indiferente
P'los outros, sem se preocupar,

Porque só lhe interessa o seu viver
O amor é só em sexo a converter
Para quê perturbar o seu bem estar ?

João M. Grazina ( Jodro )

5 comentários:

bomdebola disse...

Caro poeta

Será que o sexo, sem nexo, insensato, nauseabundo, complexo… pode adulterar o genuíno amor?

Provavelmente sim. A dúvida atormenta-me, vou ter de consultar um sexólogo. Talvez o Júlio Machado Vaz já tenha publicado alguma coisa sobre o assunto.

Gostei do poema e isso é o mais importante.

Anónimo disse...

Tive o privilégio de conhecer o poeta Jodro no dia do lançamento do seu livro "Poesia Campo em Flor". Já li todos os seus poemas e relei-os sempre que me apetece.
João M. Grazina é uma pessoa de fino trato, afectuoso, de uma grande sensibilidade, só podia ser Poeta!
Sobre este poema eu acrescento que o amor é lindo, é perfume, é céu, é mar! "Só" sexo.....é nada!

Anónimo disse...

Depois, há aquela verdade
nua e crua
que refulge do sol pela manhã
e escorre de cada raio, mesmo pálido, de lua,
que vibra e lateja,
vigorosa no meu sangue.
Uma verdade que acorda no meu corpo
em madrugadas de insónia
e desatino
quando me sinto extenuado
e quase exangue.
E abre sulcos de desejos,
quando me lanço das fragas
em sonhos de Ícaro sobrevivente
direito aos teus braços abraços
e aos teus beijos

E a verdade é a do amor ardente
que consome as minhas veias e vagueia
pelo meu corpo,
semeando
esta paixão tremenda,
ingente

Anónimo disse...

Se poeta sou
Sei a quem o devo
Ao povo a quem dou
Os versos que escrevo
Da sua vida rude
Colhi a poesia
Tentei quando pude
Dar-lhe melodia

Anónimo disse...

O ANÓNIMO PERNICIOSO E O SENSATO

Um anónimo a mal dizer é um cobarde
Que só pelas costas ataca alguém
De atacar de frente se abstem
Porque a cobardia o persuade

Porque tem o estigma da falsidade
Marcado no corpo donde mal provem
Que com fartura em si contem
E pernicioso semeia p’la Humanidade

Mas há também o anónimo a bem dizer
Que sensato analisa ao ler
O que outrem escreve com intenção boa

E que comenta com justeza
O que achou bem ou não com delicadeza
Criticar zombando, na verdade destoa!