segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Fecho das Urgências de Vendas Novas - 17

A

realidade com que nos debatemos actualmente, é o provável encerramento do SAP do Centro de Saúde de Vendas Novas e a sua substituição por ... coisa nenhuma. Em relação a isto, o que desejamos? e o que estamos dispostos a aceitar? A resposta é simples: queremos que exista em Vendas Novas um serviço de saúde que possa resolver em tempo útil os casos urgentes que necessariamente irão ocorrer.

Se manterá a forma actual, ou se terá contornos mais alargados, por agora isso não é o mais importante. O que é realmente importante é que exista e que a ele todos possamos recorrer em caso de necessidade. Então e como conseguiremos esse objectivo?

Bem, vejamos primeiro o que se tem passado até aqui, desde que tivemos conhecimento desta proposta de encerramento das urgências. Ao nível institucional e em traços gerais, a nossa autarquia está atenta ao problema e a tentar aquilo que está ao seu alcance. Isso é suficiente? Claramente, parece-me que não. Mas a verdade é que os orgãos autárquicos enquanto tal, pouco mais podem fazer do que já anunciaram que estavam a preparar. Aguardemos pelos resultados.

Ao nível da comunidade e por enquanto, a única iniciativa visível respeita ao "Movimento de Cidadãos Independentes em Defesa do Serviço de Urgências do Centro de Saúde de Vendas Novas". Apesar de algumas críticas que lhe têm sido dirigidas, a verdade é que tem funcionado e está a tratar de encontrar outras iniciativas a favor desta causa. Isso é bom. Por outro lado, ao nível político local, já foram tomadas diversas posições e anunciadas algumas iniciativas, de âmbito estrictamente partidário, umas já levadas a efeito outras ainda não, no sentido da resolução deste problema. Isso também é bom. Parece-me muito pouco, mas é alguma coisa. Aguardemos também pelos resultados.

Posto isto, a sensação que transparece é a de alguma coisa se está a preparar, mas muito está ainda por fazer e tudo continua por alcançar. A continuar assim, dificilmente teremos êxito nas nossas pretensões. Ora, isso, ninguém em Vendas Novas quer que aconteça. O que pode cada um de nós fazer para ajudar nesta causa? Vou tentar deixar aqui uma opinião sobre isso.

Como disse, a minha percepção é a de que já muito está a ser preparado ao nível institucional e na comunidade local. Esperemos que esses esforços acabem por dar os seus frutos. E que o êxito seja total, como desejamos. Apesar disso, na medida em que tenho observado uma certa falta de união em torno desta causa, o que não me parece justificável, penso ter cabimento deixar aqui alguns apontamentos que poderão ser tidos em conta nas estratégias a delinear.

O primeiro é, desde logo, a necessidade de se fazer um esforço sério e responsável no sentido de ultrapassar as divergências políticas, sentar determinadas pessoas com responsabilidade em orgãos, entidades e instituições locais, todos à mesma mesa e em pé de igualdade, e tratar este assunto tendo em vista dois objectivos:
  • delinear estratégias comuns; e
  • congregar esforços conjuntos na abordagem a este problema.
Enquanto não se fizer isso, continuará cada um a trabalhar por seu lado. Todos com muita vontade, mas com fracos laços de união. Não se ter feito isto desde o princípio, foi um erro. Continuar assim, é aumentar o erro.

Depois, há que ter decididamente em conta que esta causa só tem a ganhar com uma maior abrangência ao nível do tecido social, empresarial e, naturalmente, político. Porque uma coisa é participarmos activamente para encontrar a solução dos problemas, outra muito diferente é sermos espectadores passivos das iniciativas que "alguém há-de organizar". É bom participar, mas é pouco. É preciso empenhamento. Para se conseguir isso, há atitudes a evitar e iniciativas a tomar. Julgo que estes aspectos são essenciais.
Mas outros haverá que ter em conta nas estratégias a seguir. A um nível diferente, digamos ... mais operacional, há duas referências que considero extremamente importantes, a par do envolvimento da população, e que deverão igualmente ser tidos em conta na abordagem a esta problemática:
  • as formas de difundir as diversas mensagens a favor desta causa; e
  • os aspectos institucionais e os "diplomáticos"/políticos da questão, mostrando claramente que se privilegiam os canais politico-partidários em detrimento de iniciativas que aprovem o confronto, o qual por vezes é contraproducente

Por último, aqui no "Atribulações Locais" decidimos tentar ajudar um pouco mais na divulgação deste assunto, de modo a que o maior número possível de pessoas tenham acesso à informação relevante e aos argumentos que consideramos justos, em defesa de um Serviço de Urgências em Vendas Novas. Amanhã colocaremos aqui a nossa singela contribuição tendo em vista esse objectivo.

12 comentários:

Anónimo disse...

Ao Atribulações Locais,

Da mesma forma que o fiz em relação ao MCIVN, faço-o em relação a qualquer iniciativa que possa ajudar a resolver o problema das urgências na Nossa Terra.
Desprendido de qualquer tipo de protagonismo ou pretensões políticas.
O que eu quero e desejo é que a Nossa Terra continue a prestar um serviço publico a quem dele mais precisa.

Ricardo Candeias

João Fialho disse...

Obrigado à Nadir pela sua visita e ela sensibilidade que nos trouxe.

Ao Ricardo Candeias, louvo a sua atitude, que vai no sentido do que já lhe reconhecemos.

Oxalá consigamos, cada um de nós, vendasnovenses, ajudar nesta causa que é de todos. E que, no fim, vejamos que valeu a pena.

Da minha parte, tal como ele, "Desprendido de qualquer tipo de protagonismo ou pretensões políticas".

As minhas saudações ao Ricardo Candeias.

João Fialho disse...

Queria dizer:
Obrigado à Nadir pela sua visita e pela (e não "ela") sensibilidade que nos trouxe.

ALG disse...

Caro Fialho:
Este triste episódio que também me afecta indirectamente, uma vez que não residindo actualmente em VN aí tenho familía, dificilmente será resolvido no campo dos movimentos cívicos ou até mesmo mo campo das "manobras" partidárias, infelizmente.
A questão é bem mais profunda, mas que para o caso concreto de VN, nem sequer interessa.
Já aqui comentei e reforço, agora para que não tenham dúvidas de que o faço com convicção, se eu fosse um Autarca de uma qualquer VN onde este problema se colocasse, o que faria era aproveitar as infra-estruturas existentes e contratava os médicos necessários para manter as urgências a funcionar! seria a expensas do Orçamento Camarário e com isto obtinha os seguintes efeitos:
i- Garantia um serviço de extrema importância para a populaçao;
ii-Teria um impacto em termos de opinião pública, superior a vigílias, marchas lentas, cortes de estrada, etc.
iii- Convidava esses senhores que "estão" ministros, directores disto e daquilo ligados à saúde, e em plena sessão dizia-lhes que afinal VN não precisava da sua "boa-vontade" e da sua competência, para nada!
Era o que eu faria, podes ter a certeza!
Cumprimentos a todos.



P.S.- Nada do que escrevi pretende atingir as posições pessoais ou colectivas que tenho observado emk VN quanto a esta questão, é apenas a minha opinião pessoal sobre esta matéria.

alentejodive disse...

Bem, na verdade, essa será uma das abordagens possíveis a problema agora criado.

De qualquer forma, sê-lo-á sempre numa segunda fase. Ou seja, apenas depois de a proposta agora em evidência se transformar (oxalá que não) numa decisão política final.

O que se está a tentar chamar a atenção, por agora, é para a necessidade de concentrar esforços na tentativa de alterar o sentido daquela proposta. Uma coisa de cada vez, como se costuma dizer.

Amigo Gonçalves, pela minha parte, obrigado pela tua contribuição para esta discussão aqui no blogue.

Saudações amigas.

bomdebola disse...

Decididamente isto não está fácil. Circula pouca informação e a que nos chega nem sempre é a mais credível. A primeira ilação, a óbvia, é que este silêncio leva ao adormecimento e ao consequente desmobilizar de boa parte da população. Por outro lado fomenta a especulação e a intranquilidade nos mais inconformados.

Porque este é um desafio sério demais, também eu gostaria de ver sobrepor o interesse da comunidade às divergências e rivalidades políticas, comprovadamente inábeis e inconsequentes. Como diz e muito bem o nosso amigo João Fialho, a população gostaria de ver “determinadas pessoas com responsabilidade em órgãos, entidades e instituições locais, todos à mesma mesa e em pé de igualdade, e tratar este assunto”. Como vamos convencê-los isso já não sei. Aparentemente todos desejam o mesmo, falam a mesma língua, e dizem-se empenhados e disponíveis. Então, alguém que dê o primeiro passo e tenha a coragem de promover a unidade.

Manuel Filipe Quintas

bomdebola disse...

Está um pouco na génese de cada um de nós descurarmos a atenção dos que nos estão mais próximos e também daqueles em quem mais confiamos. Há quem defenda que esta é uma prática mais ou menos generalizada nos dias de hoje, envolvendo as mais díspares vertentes da amizade. Eu concordo e pretendo justificá-lo neste breve descarrilar do assunto que está a prender a atenção de todos nós. O meu amigo João Fialho não foge a esta regra e se a minha leitura não peca por imodéstia, só tenho que lhe agradecer por ele já ter interiorizado essa mesma convicção.

Quem está por fora pode parecer-lhe estranho que o JF agradeça sucessivamente as opiniões de outros comentadores e dispense esse tratamento comigo. Eu sei que não o faz por mal e isso basta-me. Já quanto aos nossos leitores poderá acontecer que entendam este silêncio doutra forma mais conjecturável e é isso que eu pretendo evitar com este apontamento.

Um bom resto de Carnaval e agora vamos à nossa luta: serviço de urgências em Vendas Novas.

Manuel Filipe Quintas

alentejodive disse...

Manuel Filipe, então?

Você começou este blogue comigo e tem sido desde o princípio uma das "almas" deste espaço. Tem sido e continua a ser, espero sinceramente que por muito tempo ....

Nós, os colaboradores, tentamos contribuir à nossa maneira neste projecto. Não ficaria bem, a meu ver, habituarmos os leitores a tratamentos deferenciais entre nós, aqui nas caixas de comentários.

Mas a atenção e o agradecimento que devo aos colaboradores, estão sempre presentes. Ainda que não o faça transparecer amiúde aqui neste espaço. Se calhar é um erro meu, não?

Você já sabe disso ... e os leitores também.

bomdebola disse...

Pelos vistos não fui suficientemente claro. Só quis dizer o que disse, nada mais. Por isso, não vou alimentar especulações sem qualquer fundamento, muito menos as de terceiros que por esta altura já começam a sentir-se baralhados.

Um abraço.

Manuel Filipe Quintas

Anónimo disse...

Num dos meus recentes encontros em que foi debatido o assunto do encerramento do SAP, alguém com conhecimento de causa, exprimiu o seu desabafo reconhecendo que o Sr. Ministro Correia de Campos é um “indivíduo de humores”, teimoso que nem a nossa “Euribor”, aquela taxa que “se digo desce, ela sobe…”. Razão tinha aquele popular do norte que ontem, num tom meio incrédulo, meio exaltado, exclamava: “o ministro é “camurra”, os Senhores desculpem o termo mas o ministro é “camurra”.

Anónimo disse...

"Casmurro"= teimoso...cabeçudo..triste...
...sorumbático.

Julgo que era isto que o anónimo das 09:40 pretendia dizer.

Anónimo disse...

Não. Eu quis dizer "camurra". Foi exactamente este o termo que o tal Senhor empregou. Curiosamente por mais de uma vez, de forma a não deixar dúvidas. Achei piada ao termo (incorrecto) e apenas com o intuito de desanuviar o clima deixei aqui esse apontamento. Mas lá que ele (o ministro) é tudo isso que o caro anónimo adjectivou, e o popular quis dizer, não tenho quaisquer dúvidas.