Relembrar Abril de 1974, em Vendas Novas
O texto e as fotos constantes deste post são da autoria do Coronel José Duarte, um amigo que reside desde há longa data em Vendas Novas. Participou activamente no "25 de Abril de 1974", juntamente com outros camaradas seus, também militares que na altura prestavam serviço na Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas.
O meu sincero agradecimento ao Coronel José Duarte por ter feito o favor de disponibilizar este seu trabalho, para publicação no "Atribulações Locais".
O meu sincero agradecimento ao Coronel José Duarte por ter feito o favor de disponibilizar este seu trabalho, para publicação no "Atribulações Locais".
Relembrar Abril 1974
O acaso fez com que eu tivesse tido a oportunidade de tirar algumas fotos inéditas, a preto e branco, com uma máquina fotográfica já muito usada, mas que apesar da fraca qualidade já estiveram expostas ao público.
As acções militares que as forças da Escola Prática de Artilharia realizaram, constam de documentos oficiais.
1. Antecedentes
Desde a primeira hora ligada ao Movimento das Forças Armadas, a Escola Prática de Artilharia, foi realizando durante o ano de 1973 e os primeiros meses de 1974, especialmente pelos jovens oficiais - capitães, tenentes e alferes - do quadro permanente oriundos da Academia Militar, acções que a seguir se indicam:
De imediato e conforme o combinado previamente fui ao Quartel contactar alguns Oficiais que receberam a Ordem de Operações, procedendo-se em seguida ao seu estudo já no interior do Quartel e iniciando-se depois todas as acções com vista à organização das Forças que participaram nas operações.
De salientar que todos os movimentos preparativos eram já seguidos pela polícia secreta – PIDE/DGS - a partir da reunião realizada em Cascais, a 05 de Março de 1974, e principalmente a partir da intentona de 16 de Março de 1974, pelos militares da unidade das Caldas da Rainha, na sequência da qual foram presos e transferidos da Unidade todos os oficiais que pertenciam ao Movimento. Por esse motivo todos os telefonemas, reuniões e movimentações tinham de ser efectuados com segurança e precaução.
2. Desenrolar das acções
O acaso fez com que eu tivesse tido a oportunidade de tirar algumas fotos inéditas, a preto e branco, com uma máquina fotográfica já muito usada, mas que apesar da fraca qualidade já estiveram expostas ao público.
As acções militares que as forças da Escola Prática de Artilharia realizaram, constam de documentos oficiais.
1. Antecedentes
Desde a primeira hora ligada ao Movimento das Forças Armadas, a Escola Prática de Artilharia, foi realizando durante o ano de 1973 e os primeiros meses de 1974, especialmente pelos jovens oficiais - capitães, tenentes e alferes - do quadro permanente oriundos da Academia Militar, acções que a seguir se indicam:
- Diversos contactos com outros oficiais ligados ao Movimento e à Comissão Coordenadora, através das reuniões convocadas pela referida Comissão, sendo de destacar a que foi efectuada nos arredores de Évora, no Monte Sobral, Alcáçovas, a 09 de Setembro de 1973;
- Realização de reuniões no interior da unidade, com o objectivo de mentalização e identificação, de todos, com as finalidades e os propósitos do Movimento. As reuniões dentro do quartel eram clandestinas pois era do conhecimento do Movimento, que alguns militares não iriam colaborar nem participar nas acções que estavam a ser planeadas e preparadas para derrubar o governo vigente;
- Deter o Comandante e o Segundo Comandante;
- Recrutar os Oficiais e Sargentos Milicianos;
- Organizar e preparar no aspecto táctico, técnico e logístico duas Baterias de Artilharia, uma com o material 8,8 cm e outra com o material 10,5 cm e ainda uma Bateria Motorizada de atiradores, destinadas a actuarem no exterior;
- Montar a defesa imediata (periférica) do Quartel;
- Controlo da localidade de Vendas Novas, incluindo a neutralização das autoridades locais;
De imediato e conforme o combinado previamente fui ao Quartel contactar alguns Oficiais que receberam a Ordem de Operações, procedendo-se em seguida ao seu estudo já no interior do Quartel e iniciando-se depois todas as acções com vista à organização das Forças que participaram nas operações.
De salientar que todos os movimentos preparativos eram já seguidos pela polícia secreta – PIDE/DGS - a partir da reunião realizada em Cascais, a 05 de Março de 1974, e principalmente a partir da intentona de 16 de Março de 1974, pelos militares da unidade das Caldas da Rainha, na sequência da qual foram presos e transferidos da Unidade todos os oficiais que pertenciam ao Movimento. Por esse motivo todos os telefonemas, reuniões e movimentações tinham de ser efectuados com segurança e precaução.
2. Desenrolar das acções
(Quando a página abrir, clique em "Download file", em cima do lado esquerdo)
4 comentários:
Ao Atribulações viva o verdadeiro espirito do 25 de Abril de 1974.
Na foto podem ver-se :
-O Capitão Santos Silva,que na qualidade de Comandante da EPA,discursa para a populaçao e para as tropas em parada;
-Elementos civis que pertenciam ao Movimento Democratico-MDP-:Sr. Barneto e o sr.Caeiro;
-Do jornal de Vendas Novas-o sr. Jerónimo Telha;
-Da Junta de Freguesia-o Sr.João Vale de Gato;
26 de Abril de 1974
Libertação dos presos políticos do Forte de Caxias.
Só na noite de 26 de Abril foi possível vencer os obstáculos levantados pela Junta de Salvação Nacional à libertaçãodos presos políticos acusados de envolvimento em acções armadas contra o regime.
Pelas 18H00 do dia 26 chega a Caxias o major Vargas do MFA com ordens do General Costa Gomes,também da Junta de Salvação Nacional para apressar a libertação.
83 presos saíam em liberdade entre as 23H00 e as 01H10 do dia 27.
Entretanto no Forte de Peniche a ansiedade aumentava.............
27 de Abril de 1974
A pressão popular foi determinante
para a libertação dos presos políticos no Forte de Peniche.
A libertação deu-se a partir das 20H45 !......
Entretanto nas colónias portuguesas ainda morriam soldados portugueses!
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