Deus Complacente Comigo
Muitas asneiras faço e digo
Mas Deus as vai compreendendo
E complacência comigo vai tendo
Lançando-me seu braço amigo
««»»Procurando corrigir-me me afadigo
Mas o mal sempre o laço me estendendo
Vai de mim frutos colhendo
Ele é um poderoso inimigo
«»»E lá vem sempre Deus paciente ajudar
Possivelmente com austero olhar
Corrigindo o que não sou capaz
««»»E fico intranquilo sem fala
Porque a asneira me deprime, me abala,
E sinceramente, não me apraz
««»» João M. Grazina (Jodro)
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Eis-me a meditar: Li atentamente o comentário que a Georgina (que não tenho a felicidade de conhecer) teceu ao meu anterior poema "Na Natureza Manda Deus", mais concretamente às palavras que acrescentei ao mesmo (gosto mais de liberdades sentimentais do que de liberdades poéticas) , quanto à teoria sobre Deus, evasiva como é evidente e só pode ser isso pois que "Deus é um mistério indecifrável", mas vamos cognominá-lo de BEM, é aqui inspirado e na fé que Nele tenho que concebo, imagino a minha poesia fantasiando, mentindo piedosamente a incentivar as pessoas ao amor, puramente ao amor, sobre o conceito que fazes quanto à autonomia, também ele é algo evasivo, mas, sinceramente, fiquei a simpatizar com a Georgina, és frontal e simples (a simplicidade é cristalina) qualidades que abraço com orgulho e noto pela maneira de te expressares que és culta e sensata, uma raridade neste país de ... loucos! Ainda por aí vão aparecendo alguns ajuizados mas, infelizmente, não chega para equilibrar a balança, onde num prato a sensatez no outro a insensatez que fortemente o prato faz pender para o seu lado.
Juro que gostei do teu comentário, é magnífico saber que alguém me lê e mais ainda quando esse alguém é dotado de evidente cultura.
Com amizade poética
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"Jodro"
2 comentários:
Creio que o nosso poeta já não necessita de incentivos. Ainda assim, deixo este registo como forma de reconhecimento perante a qualidade e a lucidez que transparece neste seu texto.
Estou agradavelmente surpreendido com a versatilidade dos seus argumentos. Força, vá em frente e dê mais visibilidade a esta sua nova faceta.
Manuel Filipe Quintas
Olá de novo, Poeta
Obrigada pela tua atenção. Sempre que me seja possível hei-de voltar à conversa. Entretanto, deixa-me oferecer-te um dos meus poetas preferidos num poema que, tal como o célebre vestido preto da saudosa Ivone Silva, fica bem. E tem a suprema vantagem de ser verdadeiro
Os amigos amei
Despido de ternura
Fatigada;
Uns iam, outros vinham,
A nenhum perguntava
Porque partia,
porque ficava;
Era pouco o que tinha,
Pouco o que dava,
Mas também só queria
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A sede de alegria-
Por mais amarga.
EUGÉNIO DE ANDRADE
ps: sou a mais velha dos cabecinhaspensadoras, podes visitar-nos quando queiras. Afinal, o que somos, somos por dentro, não é? e a escrita é talvez uma das formas de olhar esse dentro que existe. Um abraço
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