segunda-feira, 11 de junho de 2007

Carinhosamente à Criança

Criança é rebento a crescer
Em pujança a germinar
No seu sublime desenvolver
Começa a Terra a florescer
Inebria seu desabrochar
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Criança é flor perfumada
É florir, é suave primavera,
É uma relíquia sagrada
Jamais deve ser violentada
Pois só inocência encerra
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Criança é um ser pequenino
Coração esperança a brotar
Não é um Jesus menino
Não tem o seu dom divino
Mas tem muito amor p'ra dar
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Criança é uma alma a despertar
P'rá vida com riso e choro
É uma canção d'amor a conjugar
O presente do verbo amar
P'ra todos repetirem em coro
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Criança é ter em sua mente
Sonhos plenos de emoção
Que vai idealizando contente
Mas qu'o destino lhe não consente
E lhe desola o coração
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Criança é alegria a saltar
Pelo campo verdejante
Cor da sua esperança a ansiar
Felicidade p'ra guardar
Em seu coração palpitante
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Criança é como um sino
Quando uma festa apregoa
Segue p'las ruas em desatino
Gesticula, grita sem destino,
Badalando alegria à toa
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Criança é correr sempre em frente
Sem nas ciladas da vida pensar
Porque sua ainda débil mente
Compreensão lhe não consente
E tomba se alguém a não ajudar
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Criança é pura fantasia
Que em meu coração consumo
Junto-me a ela, à sua alegria,
Mas entra em mim forte nostalgia
Porque a velho me resumo
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Criança, quem é que lhe não tem amor!
Quem é que na alma a não tem!
Quem é que lhe guarda rancor,
Quem é! Digam por favor!
Ninguém! Ninguém! Ninguém!

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João M. Grazina (Jodro)

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Medito quão irónico é o "Dia da Criança". Não! O seu dia é o ano, os 365 dias que o constituem, vou mesmo mais além, todos os segundos sem interrupção desde 1 de Janeiro a 31 de Dezembro o Homem deve dedicar pleno d'amor à criança, olhos nela fixos sem descanso, para assim a proteger das desgraças que à sua voltam esvoaçam espreitando sempre prontas a morder-lhe em qualquer instante, especificamente o monstruoso homem pedófilo a lembrar-me o repelente crocodilo camuflado no lamaçal das lagoas,atacando e abocanhando os inocentes animais que ali vão para se dessedentar. Imaginei e escrevi este poema, encantado nas crianças que adoro, olhando-as por aí a chorar, a rir felizes brincando, a reivindicar aos gritos um inocente capricho, enfim, infantilidades, poema que, premeditadamente, em todas as estrofes inicio com a palavra criança como se verdadeira a sorrir carinhosa ao Homem a solicitar-lhe SOLIDARIEDADE.

"Jodro"

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