segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Experiência para promover discussões

Desta vez, não vamos iniciar nenhum novo tema. Vamos antes fazer aqui uma expeiência. Nos últimos dias, os nossos leitores têm manifestado interesse em debater ou comentar essencialmente dois temas:
  1. a questão de "Vendas Novas dever ou não, em vossa opinião, estar administrativamente enquadrada "no Alentejo" (este tema foi lançado pelo post "O concelho de Vendas Novas e as localidades à sua volta", do João Alturas); e
  2. as recentes decisões da autarquia, a propósito do "estímulo à construção de habitação própria e à criação de condições para a fixação e atracção de jovens para o concelho.”
Sendo assim, vamos "pormover o post do João Alturas" (o qual foi originalmente publicado no dia 4.Janº), que ficará logo aqui por baixo e onde poderão continuar a dinamizar aquela interessante discussão.

Por outro lado, na caixa de comentários deste mesmo post, poderão, se não se importarem, aproveitar para a discussão daquele segundo tema. Aproveito para esclarecer que esse mesmo tema já foi objecto de publicação no blogue "Notas do Mandato".

Boas discussões.

33 comentários:

João Fialho disse...

Antes de se iniciar a discussão do tema, será interessante passarem pelo blogue "Notas do Mandato", para se inteirarem do que está em causa.

Fica em
http://www.notasdomandato.blogspot.com/

Anónimo disse...

Lamentavelmente o post do blogue Notas do Mandato não faz referência ao último parágrafo da notícia publicada no site do Município: “…também ficam isentas das taxas e as famílias carenciadas e os deficientes não pagam na totalidade.”.

Pela minha parte, até que gostaria de entrar na discussão do ponto 2, mas não sem saber o que é tecnicamente “uma família carenciada”. Lamento que esta definição não seja do conhecimento de todos, como é o meu caso, embora as consequências práticas estejam politicamente presentes (porque, eventualmente manipuláveis) em muitos actos do nosso quotidiano.

Enfim, tem a importância que tem.

Anónimo disse...

Desculpe-me o AlentejoDive, mas no blog "Notas de mandato, aparece uma opinião, parcial, dada por um elemento de um partido da oposição á autarquia, logo acho que é de mau tom dar essa referencia como base da discussão! Acho que cada um deve procurar saber o que realmente consta dessas normas e interpretar de sua livre e expontanea vontade! O que o alentejodive dá como exemplo, condiciona os comentários e as opinioes!

Anónimo disse...

Concordo com a opinião expressa pelo anónimo “09 Janeiro, 2007 09:20”.

Anónimo disse...

Já percebemos o espirito aberto dos anónimos anteriores ,ou melhor das duas avestruzes....

Anónimo disse...

São opiniões meu amigo! Pelos vistos o seu espirito não é nada aberto... Será preciso um analista para perceber que a proposta do Alentejodive é tendenciosa???

Anónimo disse...

"Família carenciada" ... faz-me lembrar os cabazes de Natal.
Gostaria de ver publicada a lista de pessoas que beneficiaram do dito cabaz, pois muita gente iria ficar surpreendida. Creio que um exemplo serve:
- Pessoas com pensões baixas, mas com elevado património (casas,terrenos, andares, etc.)receberam cabazes.
Isto sim é Justiça Social, só pergunto a quem me possa responder, o que fazem tantos técnicos de acção social na CMVN??

Anónimo disse...

Fiquei na mesma. De qualquer forma obrigado.

Anónimo disse...

Caro amigo, em resposta ao seu comentário, concordo e acho que tem mais do que razão, mas isso não é um problema local, existe uma formula para definir que é carenciado! Um exemplo para perceber o que digo, eu ferquentei uma faculdade privada (por opção, devido ao curso pretendido) , que os meus pais pagaram com muita dificuldade, pois o ordenado de ambos não é elevado, um dos ordenados era todo para dividir entre mensalidade, alojamento e alimentação, quer para a faculdade e para o estado eu nunca tive necessidade de bolsa poruqe o rendimento per-capita era superior ao que era indicado para os bolseiros, por outro lado havia colegas meus que as maes eram domesticas os pais tinham negocios proprios, viviam nas zonas mais ricas da cidade de lisboa, bons carros, no fundo, eram meninos ricos e recebiam entre estado e faculdade o dobro da mensalidade da escola, e isto acontece por este pais fora ao nivel quer dos cabazes de natal, quer dos subsidios das escoldas, quer das bolsas e de tudo o que se basei no rendimento per-capita!

Anónimo disse...

António Lobo Antunes disse um dia que nós nunca vivemos em democracia. Viver em democracia implicaria um referendar constante das decisões, e isso não acontece.

Eu sempre fui um votante convicto. Com uma única excepção. No anterior referendo à despenalização do aborto não consegui identificar-me com nenhuma das duas opções do boletim de voto. Pela primeira vez, não votei. Desta vez corro o risco de seguir pelo mesmo caminho. Não estou a conseguir superar esta indefinição que teima em colocar na minha cabeça valores e princípios opostos.

Se estiverem na disposição de “falarem” sobre o assunto poderemos iniciar aqui o debate deste tema.

Anónimo disse...

Concordo 100% com o comentador das 09:16 e já agora acrescentava as facilidades que alguns organismos estatais em especial da Administração Local para que " alguns trabalhadores !.." frequentem Universidades para tirarem os seus cursos.A substitui-los não fica ninguem..
Como é? Depende da filiação partidaria!

Anónimo disse...

António Lobo Antunes disse um dia que nós nunca vivemos em democracia. Viver em democracia implicaria um referendar constante das decisões, e isso não acontece.

Eu sempre fui um votante convicto. Com uma única excepção. No anterior referendo à despenalização do aborto não consegui identificar-me com nenhuma das duas opções do boletim de voto. Pela primeira vez, não votei. Desta vez corro o risco de seguir pelo mesmo caminho. Não estou a conseguir superar esta indefinição que teima em colocar na minha cabeça valores e princípios opostos.

Se estiverem na disposição de “falarem” sobre o assunto poderemos iniciar aqui o debate deste tema.

Anónimo disse...

Ainda bem que alguem decidiu abordar o Referendo do dia 11 de Fevereiro.
Eu não sei se o sr AlentejoDive se importa que abordemos este assunto .
Em que País vivemos?
Hoje para espanto meu estava na minha caixa de correio um panfleto com aspecto macabro de cor preta e com os dizeres:
..."DESCUBRA-o que pode acontecer em Portugal no ano em que se comemoram os 90 anos das Aparições de Nossa Senhora em Fátima " e como fundo o rosto da imagem da dita Senhora!
Lá dentro do panfleto :
.........Apelo ao voto no " NAO ";
.........Rezar o terço;
.........Venda do Rosario da Vida;
Emissão de "ACÇÃO FAMILIA--Coimbra.

Como catolico que sou eu nem quero acreditar nisto que recebi e que julgo que mais gente anonima o tera recebido!....
Será possivel este tipo de propaganda? Onde estamos e para onde vamos !
Se Jesus Cristo viesse à Terra o que diria?
Ajudem-me a interpretar este tipo de propaganda por favor!.....

Anónimo disse...

Notícia TVI, de 11 de Janeiro de 2007

“O «sim» venceria o referendo sobre o aborto, se a consulta se realizasse hoje. É o que indica uma sondagem realizada pela Intercampus para a TVI, jornal «O Público» e Rádio Clube. O «sim» vencia com 67% dos votos e o «não» teria apenas 33%.
São os simpatizantes do Partido Comunista (PCP) e do Bloco de Esquerda (BE) quem de forma esmagadora, votam na despenalização.
Na caracterização por partido, o «sim» ganha em todas as frentes. As pessoas que se sentem mais próximas do Partido Socialista (PS) optam claramente pelo «sim», com 64% dos votos. Já para quem habitualmente vota PSD, «sim» e «não» andam próximos. O «sim» recolhe 47% dos votos, o «não» obtém 42%.
No eleitorado do CDS-PP há resultados surpreendentes: ganha o «sim», com 55% das intenções de voto.
No PCP, 71% dos eleitores optam pelo «sim» e 20% das intenções de voto vão para o «não». Por fim, o BE, a percentagem do «sim» bate todos os recordes, juntando 89% dos votos.”

Anónimo disse...

Se me é permitido, sugiro que seja desde já equacionado o agendamento do tema há dias aqui aflorado sobre a participação dos vendasnovenses na guerra colonial.

Seria uma excelente oportunidade para se reviverem episódios e experiências a um distanciamento de mais de 30 anos.

Anónimo disse...

Foi uma boa entrevista, a de Judite de Sousa ao Ricardo. E há uma coisa que o Ricardo diz, a dada altura, e que merece ser sublinhada, louvada e que me parece das coisas mais essenciais a reter sobre o humor e os humoristas: o humorista não é um jornalista, não tendo, por isso qualquer obrigação de imparcialidade. É um verdadeiro ex-libris que responde a esse lugar-comum profundamente irritante que muita gente atira, injustamente, a quem faz humor. No caso dos Gato Fedorento, e porque no programa deles houve aquela espantosa caricatura a Salazar, alguém enviou um e-mail ofendido ao grupo, dizendo que esperava que agora eles gozassem também com Álvaro Cunhal.
É um portentoso disparate pedir a um humorista que seja imparcial e que divida as suas piadas por todos os quadrantes; ele poderá fazer isso, se lhe apetecer, mas não será por passar a sua carreira toda a gozar só com um quadrante que será pior humorista.
Algo está ainda muito atrasado num país, quando se pede a um humorista que tenha o procedimento de um jornalista…

Nuno Markl

Anónimo disse...

Oh Pedro! Por favor pára com isso
Oh Pedro, por favor pára
Oh Pedro, por favor
Oh Pedro!
Oh!!!

Anónimo disse...

O LOUCO DO METRO

O homem entrou no metro mas não começou logo. Esperou que pensassem que era um utente normal. Então lançou, aos gritos: "Mais 20 mil soldados para o Iraque? Vão regressar todos em sacos de plástico. Todos!" Estava a falar com alguém? Não. Gritava para quem quisesse ouvir. "Acabaremos também por ir lá parar!" E continuou, sem baixar o volume, num discurso ininterrupto, como se se dirigisse a uma plateia interessada. E talvez fosse o caso.
O homem tinha a barba por fazer e vestia roupas sujas e rotas. Levou escassos segundos a que os passageiros o classificassem mentalmente como um "louco do metro". Como tantos outros do género, no metro de Lisboa. Entram numa estação, fazem um discurso e saem na seguinte. Ninguém reage, obviamente. Ninguém o interrompe para dizer "desculpe, não concordo inteiramente com esse ponto...". Também ninguém diz: "Cale-se, que me está a incomodar". As pessoas evitam até cruzar o olhar com o dele. Se identificasse um interlocutor, o homem poderia desatar a falar para ele, a fazer-lhe perguntas, ou a insultá-lo, o que seria muito embaraçoso. Ou poderia mesmo desferir-lhe um murro certeiro no nariz, caso lhe ocorresse interpretar o silêncio aflito do transeúnte como prova irrefutável da sua conivência com a política de Bush para o Iraque.
Era um louco do metro e portanto o melhor era não ligar. Falou mais um pouco sobre o Iraque e depois passou para a reforma da administração pública em Portugal, não sem antes se deter brevemente no problema do nuclear do Irão. Podia ser maluco, mas não havia dúvidas de que estava muito bem informado. Mais do que as pessoas normais.
Lembrei-me de entrevistas que ouvi do Gato Fedorento ou dos redactores do Contra-Informação, em que descrevem o seu método de trabalho: sentam-se todas as manhãs a uma mesa, com a imprensa do dia, e estudam as notícias e os temas sobre os quais vão depois construir o discurso humorístico. Será que o maluco do metro faz o mesmo? Começa a manhã com uma pesquisa exaustiva em jornais e revistas, na internet, em livros especializados, sublinhando, tirando notas, para depois elaborar o seu discurso louco do dia?
Tenho pensado muito nesta questão. Porque andam os loucos hoje tão bem informados? Por serem loucos? Ou foi a informação que os enlouqueceu? Uma coisa é certa: a demência não impede um discurso articulado e crítico sobre o mundo. Impedi-lo-á a sanidade?
Será a imposição de limites ao horizonte uma condição para a nossa saúde mental?
Ninguém sobreviveria se soubesse de tudo o que se passa no mundo. Hoje, as informações estão disponíveis em doses capazes de nos destruir. Não é possível compreender a sociedade global sem o recurso a teorias da conspiração, projectos terroristas, filosofias paranóicas. O nosso modelo axiológico apenas está preparado para o universo do indivíduo e do seu reduzido ângulo de visão. Não mais. Em todas as épocas há lendas sobre homens que subiram ao topo de uma montanha e enlouqueceram.
Talvez a ignorância seja, portanto, um recurso dos mais aptos. Fechamo-nos, por instinto de sobrevivência. A liberdade tornou-se um handicap evolutivo. Privilégio dos loucos, que só têm a perder uma audiência muda de curiosidade. "Cambada de estúpidos", rosnou entre dentes o louco do metro antes de se apear na estação seguinte.

Paulo Moura

Anónimo disse...

Respondendo ao "amigo de 10/01 das 09.16"
respondendo á sua questão, tenho a lhe informar de que lhe dou o devido valor, pois o meu amigo foi mais um que teve a infeliz sorte de ter de pagar os seus estudos.
Penso ter sido essa a leitura que quiz mostrar, e que eu acredito, mas estar a TC ás 09.16 só pode ser empregado do estado, quem sabe da CMVN.
Deixemos de lado os acessórios e vamos aos finalmentes.
O que disse e repito novamente, é o que estão a fazer as técnicas de acção social da CMVN, que aceitam todas as candidaturas para o cabaz de Natal?
Uma coisa é as declarações de rendimentos que se apresentam, outra tem a ver com os valores imobiliários de cada um.
Acha justo que pessoas com elevado património, sejam benefeciárias de cabazes de Natal? Será esta a política que os eleitos por Vendas Novas querem?
Publiquem os nomes dos benefeciários dos cabazes de Natal, penso que os mesmos nada terão a opor se realmente forem dignos de os receber!

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com a sugestão dado pelo anónimo 14JAN19.40h; acho que iríamos ter muitas surpresas se nos fosse dada a conhecer a lista de "pobres" que recebeu cabaz de Natal 2006.
Com a promessa de a voltar a divilgar no Natal de 2007 tenho a certeza que os "indices de pobreza" em Vendas Novas baixavam, para satisfação de todos, assustadoramente.
Experimentem e vejam o resultado, ou melhor, vejam os "pobres" a desaparecerem.

Anónimo disse...

Está o caldo entornado. Salazar entre os 10 Grandes Portugueses!!!

Está tudo a bater mal! Salazar?! O responsável pelo atraso crónico do nosso país, entre os 10 melhores de sempre?! Se Bush e Saddam fossem nossos compatriotas já tínhamos o pódio completo.

Francamente…

Anónimo disse...

Mas o Cunhal também lá está; o que fez de melhor?
De resto, democracia é isto mesmo, cada um vota naquilo que quere!

Anónimo disse...

Realmente o anónimo de 15/01 das 16.52, é o máximo.Que mal lhe fez o Salazar? O meu amigo deveria pedir agora para governo do País não 1 mas 3 (Salazares), um no Norte, outro no Centro, e 1 no Sul. Ou pensa que vive melhor hoje do que vivia naquela época. Dantes tinha segurança, e hoje o que tem? A saúde está na mesma, não melhorou nada, havia ricos e pobres, hoje na mesma. Dantes havia quem se aproveitava do regime para encher os bolsos, e hoje? Quem recebeu os milhões vindos da UE, para melhorar o nosso País? Compraram herdades, jeepes, apartamentos de férias, belos carros, e... o Zé Povinho bate palmas, e cada vez está mais pobre.
Meu amigo, Salazar foi talvez um dos maiores Estadistas de Portugal.
Qual Cunhal, qual Soares, a estes sim devemos agradecer por termos o País que hoje temos.

Anónimo disse...

Aqui ao lado morreram seis pescadores .....e ainda não há culpados!
Será que o Salazar é o culpado?
Quem gastou mais dinheiro em viagens ? Foi o Salazar ou foi o Mario Soares?
Deixemos os mortos em descanso e cuidemos dos vivos.
O Ditador da Madeira não sera pior?Goza com todos e gasta o nosso dinheiro!Viva o Joao Jardim......

Anónimo disse...

http://www.citi.pt/cultura/politica/25_de_abril/salazar.html


António de Oliveira Salazar nasceu em 1889, em Santa Comba Dão, descendente de uma família de pequenos proprietários agrícolas.
A sua educação foi fortemente marcada pelo Catolicismo, chegando mesmo a frequentar um seminário. Mais tarde estudou na Universidade de Coimbra, onde veio a ser docente de Economia Política.
Ainda durante a 1ª República, Salazar iniciou a sua carreira política como deputado católico para o Parlamento Republicano em 1921.
Já em plena Ditadura Militar, Salazar foi nomeado para Ministro das Finanças, cargo que exerceu apenas por quatro dias, devido a não lhe terem sido delegados todos os poderes que exigia. Quando Oscar Carmona chegou a Presidente da República, Salazar regressou à pasta das Finanças, com todas as condições exigidas (supervisionar as despesas de todos os Ministérios do governo).
Apesar da severidade do regime que impôs, publicou em 14 de Maio de 1928 a Reforma Orçamental, contribuindo para que o ano económico de 1928-1929 registasse um saldo positivo, o que lhe granjeou prestígio.
O sucesso obtido na pasta das Finanças tornou-o, em 1932, chefe de governo. Em 1933, com a aprovação da nova Constituição, formou-se o Estado Novo, um regime autoritário semelhante ao fascismo de Benito Mussolini.
As graves perturbações verificadas nos anos 20 e 30 nos países da Europa Ocidental levaram Salazar a adoptar severas medidas repressivas contra os que ousavam discordar da orientação do Estado Novo.
Ao nível das relações internacionais, conseguiu assegurar a neutralidade de Portugal na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial.
O declínio do império salazarista acelerou-se a partir de 1961, a par do surto de emigração e de um crescimento capitalista de díficil controlo. É afastado do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcello Caetano. Acabaria por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.
O seu pensamento encontra-se compilado nos "Discursos e Notas Políticas (1935 - 1967)".

Anónimo disse...

http://www.vidaslusofonas.pt/salazar.htm

ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

Político e estadista: 1889 - 1970

1889: Nasce em Vimieiro, Santa Comba Dão. - 1914: Em Coimbra, conclui o curso de Direito. - 1918: Lente de Ciência Económica. - 1926: Após o golpe de 28 de Maio é convidado para Ministro das Finanças; ao fim de 13 dias renuncia ao cargo. - 1928: É novamente convidado para Ministro das Finanças; nunca mais abandonará o poder. - 1930: Presidente do Conselho de Ministros; cria a União Nacional. - 1933: Faz ratificar a nova Constituição (corporativa); cria a PVDE, polícia política; proíbe as oposições, impõe o partido único, regime totalitário. - 1936: Na Guerra Civil de Espanha apoia Franco; cria a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa; abre as colónias penais do Tarrafal e de Peniche - 1937: Escapa a um atentado dos anarquistas.- 1939: Iniciada a Segunda Guerra Mundial, Salazar conseguirá manter a neutralidade do país. - 1940: Exposição do Mundo Português. - 1943: Cede aos Aliados uma base militar nos Açores. - 1945: A PIDE substitui a PVDE. - 1949: Contra Norton de Matos, Carmona é reeleito Presidente da República; Portugal é admitido como membro da NATO. - 1951: Contra Quintão Meireles, Craveiro Lopes é eleito Presidente da República. - 1958: Contra Humberto Delgado, Américo Tomás é eleito Presidente da República; o Bispo do Porto critica a política salazarista - 1961: 22/01, assalto ao Sta. Maria; 04/02, assalto às prisões de Luanda; 11/03, tentativa de golpe de Botelho Moniz; 21/04, resolução da ONU condenando a política africana de Portugal; 19/12, a União Indiana invade Goa, Damão e Diu; 31/12/61 para 01/01/62, revolta de Beja. - 1963: O PAIGC abre nova frente de batalha na Guiné. - 1964:A FRELIMO inicia a luta pela independência, em Moçambique. - 1965: Crise académica; a PIDE assassina Delgado. - 1966: Salazar inaugura a ponte sobre o Tejo. - 1968: Salazar cai de uma cadeira e fica mentalmente diminuído. - 1970: Morte de Salazar.

Anónimo disse...

http://www.rtp.pt/gdesport/?article=710&visual=3&topic=1

António Oliveira Salazar 1889 - 1970

Dirigiu, de forma ditatorial, os destinos do País durante quatro décadas. Foi ministro das Finanças, presidente do Conselho de Ministros, fundador e chefe do partido União Nacional. Afastou todos os que tentaram destituí-lo do cargo. Instituiu a censura e a polícia política. Criou dois movimentos paramilitares: a Legião e a Mocidade Portuguesas. Mas equilibrou as finanças públicas, criou as condições para o desenvolvimento económico, mesmo que controlado, e conseguiu que Portugal não fosse envolvido na II Guerra Mundial. Manteve a separação entre o Estado e da Igreja. Figura controversa, marcou sem dúvida a história do País.
“Sei muito bem o que quero e para onde vou”, disse António de Oliveira de Salazar na tomada de posse da pasta das Finanças, em 1928. E durante quase 40 anos assim foi. “Em rigor, foi o primeiro-ministro de um rei absolutista”, diz Marcelo Rebelo de Sousa. “Primeiro-ministro, a que uns chamarão déspota esclarecido e outros iluminado. Governou em nome do povo, substituindo-se a ele e invocando a Nação.”

Salazar nasceu no dia 28 de Abril de 1889. Para os pais, um casal de agricultores de Santa Comba Dão, era a resposta às suas preces. Maria do Resgate, de 44 anos, dera à luz quatro filhas e já quase perdera as esperanças de deixar no mundo um filho varão. Tratado quase como um milagre, teve direito a aulas particulares até à entrada no seminário diocesano de Viseu, em 1900. A sua inteligência e vontade de aprender deram frutos: obteve a equivalência do liceu com 19 valores e decidiu-se pelo curso de Direito, em Coimbra. Na cidade dos estudantes fez uma das suas poucas amizades, que manteve ao longo da vida - o padre Manuel Cerejeira, futuro cardeal. “São duas pessoas muito curiosas do seu tempo”, lembra a historiadora Irene Pimentel. “Salazar e Cerejeira foram marcados pelo catolicismo e pela política católica, a chamada democracia cristã.”

Durante este período, Salazar liga-se à ala católica, anti-republicana. Faz parte do Centro Académico da Democracia Cristã e escreve artigos de opinião em jornais ligados à Igreja. É, assim, com naturalidade, que concorre por Guimarães como deputado ao Parlamento. Demora-se no cargo apenas três dias. Desiste e regressa a Coimbra.

Salazar regressa à sede do poder em 1926. A crise económica, entretanto instalada, e a instabilidade política da I República tinham levado ao golpe militar de 28 de Maio. Professor de Coimbra, muito considerado, recebe a pasta das Finanças. Desta vez, demora-se mais tempo no cargo: 13 dias. Por não ver satisfeitas as condições que impusera como indispensáveis, demite-se. Sabe que, mais cedo ou mais tarde, precisarão dele.

Menos de dois anos depois, o convite é repetido. Exige em contrapartida o controlo sobre as despesas e receitas de todos os ministérios. Entre 1928 e 1929 consegue um superavit nas finanças públicas. Aquele que se afirmava como um não-político, iniciava uma carreira meteórica. “Salazar tinha aquela concepção de que há uma elite política, que é a do regime, que está toda reunida num partido único, a União Nacional, e Salazar, que é um ditador. Depois, há todas as outras pessoas, que deviam deixar-se governar. Evidentemente, é a tal história: manda quem pode, obedece quem deve. E, para isso, não se faz política”, diz Irene Pimentel.

Em 1930, como alternativa à ditadura militar, imposta em 1926, e às sucessivas revoltas da oposição democrática, Salazar funda o partido União Nacional. Prepara-se para tomar o poder. Este seria o denominador comum de todos quantos quisessem servir a pátria. “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”, dizia.

Político exímio, o ministro das Finanças da ditadura militar consegue afastar os sucessivos presidentes do conselho de ministros militares nomeados. Acaba por assumir o governo do País em Abril de 1932.

No ano seguinte, faz ratificar uma nova Constituição, apesar de uma abstenção de 40% (considerados votos a favor). O seu poder pessoal passa a assentar em bases sólidas. Cria a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), mais tarde Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), uma polícia política. Proíbe as oposições e impõe, com o partido único, um regime totalitário. Chama a si o despacho directo dos pelouros sensíveis, onde se inclui a propaganda e a censura. “Só para dar alguns exemplos, não havia suicídios em Portugal, porque a censura censurava os suicídios. Não havia conflitos sociais, porque a censura censurava os conflitos. Enfim, ele tentou criar a imagem de uma sociedade perfeita”, continua Irene Pimentel.

A vontade de mudança surge com o fim da II Guerra Mundial, em 1945 e 1949, com a criação do Movimento de Unidade Democrática (MUD), mas sobretudo em 1958, nas eleições presidenciais. O general Humberto Delgado - que fora seu activo colaborador - congrega à sua volta a oposição e provoca uma onda anti-salazarista. O chefe do Conselho de Ministros defende-se, reforçando a acção repressiva. Altera a Constituição e torna a eleição presidencial dependente de um colégio eleitoral da confiança do regime.

Com a perda da Índia Portuguesa, em 1962, e o início da guerra em África, no ano anterior, Salazar já não tem a mesma confiança no povo português. Em conversa com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Nogueira, desculpa-se: “Se em lugar de governarmos este país, governássemos outro, conseguia-se mais. Neste, a gente puxa mas, como não dá, temos a tendência para nos nivelarmos à massa.”

“O essencial do seu pensamento é este”, explica Marcelo Rebelo de Sousa: “A ideia do equilíbrio económico-financeiro e da autoridade que deve controlar a liberdade. A ideia de um Portugal projectado no mundo através de um império, e não integrado na Europa. A ideia de um país que vivesse de forma comedida, sem excessos de riqueza, luxo ou ambição. Portanto, governou Portugal à sua medida.”

Em 1968 a guerra em África matava os mesmos homens - e os seus filhos - que Salazar dizia ter salvado do conflito da II Guerra Mundial. A opinião pública já não o favorecia. Mas permaneceu no cargo. Até cair de uma cadeira. O que parecia não ter deixado mazelas transformou-se num hematoma craniano. Operado com urgência, volta a sofrer um acidente cardiovascular. É declarado incapaz e acaba exonerado do cargo. No entanto, morre sem o saber. Corria o ano de 1970. “Não conheço nenhum outro caso de uma ditadura e de um ditador em torno do qual, depois de ter saído formalmente do poder, se tenha construído uma ficção como a que se construiu em torno do Dr. Salazar. Construiu-se a ficção de que ele continuava a ser o primeiro-ministro”, lembra João Soares.

Com a sua morte, morre um regime que viveu da sua imagem. Mais de 40 anos passados, a polémica ainda está instalada: foi o salvador da pátria ou um ditador? “Como os fenómenos culturais são lentos a mudar, há uma certa inércia que fica na cabeça das pessoas. Essa inércia diz o seguinte: foi um tempo em que não havia democracia, nem liberdade, mas havia estabilidade, autoridade e um viver modestamente, mas em equilíbrio económico e financeiro”, explica Marcelo Rebelo de Sousa. “E essa ideia que ficou tem o seu lastro que, de quando em vez, vem ao de cima, porque 40 anos são muito na história de um povo.”

Anónimo disse...

No tempo das ditaduras se o Salazar tivesse instituido um Regime Democratico era preso e levado para o Tarrafal.

Anónimo disse...

A memória nunca se apagará apesar dos “esquecimentos” dos que nasceram depois de 1974.

Salazar foi muito pior do que todas as personalidades controversas do nosso tempo. Não vejo qualquer diferença entre o regime ditatorial e aterrorizador de Saddam e o que foi protagonizado pelo Estado Novo. Como seria Portugal nos dias de hoje se tivesse à frente dos seus destinos nesse tempo um Sá Carneiro, um José Sócrates ou um Cavaco Silva?

Portugal foi uma ilha demasiado tempo. Regredimos 50 anos enquanto que a Europa avançava em todos os capítulos e direcções. Ainda hoje estamos a pagar bem caro o atraso económico desse tempo.

Anónimo disse...

Sobre Salazar eu tenho uma inequívoca certeza: Se "ele" não tivesse nascido hoje seríamos um país bem melhor e bem mais desenvolvido. Ponto final.

Anónimo disse...

Não se esqueçam dos militares e da igreja que controlava o Sistema.
O Salazar era uma pedra do tabuleiro.
Reparem na nossa hitória dos Decobrimentos .
O sitema repressivo estava embarcado nas naus:
- Indígena que não se ajoelhasse perante a CRUZ era logo morto e crucificado;
_Indígena que não desse os seus haveres ao dono da nau era fuzilado;

Anónimo disse...

!!! Os militares controlavam “o sistema” no consulado de Salazar??? Essa é completamente nova para mim!!! Nem a própria igreja controlava nada. Digamos que era tolerada, que o obscurantismo, o medo, o analfabetismo, e outras formas de vendar os olhos davam muito jeito a um poder podre, sem visão e sem outra forma de sobrevivência que não fosse reinar ditatorialmente.

Salazar apenas teve uma única virtude. Tal como Cunhal foi dos poucos líderes políticos que nunca usou o poder em seu benefício próprio.

Anónimo disse...

D.Afonso Henriques, Álvaro Cunhal, António de Oliveira Salazar, Aristides de Sousa Mendes, Fernando Pessoa, Infante D.Henrique, D.João II, Luís Vaz de Camões, Marquês de Pombal e Vasco da Gama.
3 políticos (um fascista, um comunista e um construtor), 2 reis (D. Afonso Henriques e D. João II), 2 poetas (Camões e Pessoa), 2 navegadores (Infante D. Henrique e Vasco da Gama) e 1 diplomata (Aristides de Sousa Mendes) fazem a lista que vai a votação do já polémico programa de televisão da RTP.
A defender cada um dos finalistas temos personagens actuais que mostram o porquê da escolha, ou melhor, mostram o que o programa entendeu ser o melhor.
Não faço ideia de quem seja o defensor de Camões, apenas tendo sido professor catedrático numa universidade em Inglaterra provavelmente lhe tenha dado o direito. Ver Paulo Portas a defender um rei como D. João II é apenas o sintoma de esconder o desejo que o ex-director de jornal tinha por defender Salazar e colocar Odete Santos a defender Cunhal tem a simbologia de associar o Homem ao Partido, excluindo a vertente cultural e social da pessoa.
Um concurso feito à medida da polémica, com uma apresentadora no seu melhor, ou seja, parcial.
Condimentos não faltam, apenas falta conhecer o vencedor, quiçá antecipado pela nossa falta de talento intelectual, de que será Salazar...