quarta-feira, 31 de maio de 2006

Santa Casa da Misericórdia

Parece que afinal, contrariamente à mensagem que vai passando por aí, o movimento associativo está bem vivo na nossa cidade e recomenda-se. Instituições e Associações, apostadas no reforço da sociedade civil, estão cada vez mais dinâmicas e empreendedoras na procura de soluções que minimizem os problemas da nossa sociedade.

Um bom exemplo é a Santa Casa da Misericórdia que decidiu avançar para a construção de uma nova Creche, com recurso a apoios financeiros ainda não totalmente definidos e muito menos materializados.

O texto noticioso que se segue é da autoria do Provedor da Santa Casa, Professor Madeira, como é mais conhecido, que cordialmente acedeu a prestar-nos estes esclarecimentos.



NOVA CRECHE

O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social lançou recentemente o PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais).

Como é do conhecimento público, a nossa Creche e Jardim de Infância funcionam há mais de 30 anos em instalações que não se coadunam com os requisitos convenientes.

Assim, a nossa Misericórdia candidatou-se à construção de uma nova Creche (o PARES não abrange o ensino pré-primário), a erguer no nosso terreno situado na Av. 25 de Abril, tendo como “vizinhos” as 2 escolas, a rodoviária e o futuro mercado municipal.

Os custos previstos para alargar a lotação da Creche (das actuais 15 crianças para 58) rondam os 600 mil euros. O PARES, espera-se, poderá comparticipar com 60%, sendo o restante a suportar pela Santa Casa e Autarquias. A nossa Instituição não dispõe da verba que lhe compete, pelo que irá desenvolver iniciativas para poder dar cumprimento aos compromissos assumidos.

Temos recebido todo o apoio e estímulos do Centro Distrital de Segurança Social de Évora, especialmente do seu Director, Dr. José Oliveira, da sua Adjunta, Dr.ª Nazaré Lança e do Director do Núcleo de Apoio Técnico, Eng.º Gilberto Costelas.

Iniciámos conversações com o Sr. Presidente da Câmara Municipal, de modo a sensibilizarmos a autarquia para tudo ser feito, desde agilizar os procedimentos administrativos, a serem “generosos” na comparticipação a atribuir. Estamos esperançados que tal aconteça.

Contudo ficará ainda a faltar dinheiro. As iniciativas irão surgir: espectáculos, alienação de algum património, pedidos às empresas e à população em geral.

A Santa Casa vai precisar da generosidade de todos, pois a nossa terra e as nossas crianças merecem que lhes sejam prestados serviços de qualidade.


O Provedor


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Nos ares de Vendas Novas


1º Encontro de Voo Virtual






Nos dias 7, 8 e 9 de Novembro de 2005, na Escola EB 2.3 de Vendas Novas, cerca de quinhentos alunos pilotaram o avião. A pilotagem desenvolveu-se num simulador, tendo como objectivo a aterragem no Aeroporto de Lisboa. A actividade esteve a cargo da empresa FlighTires, a qual tem investido bastante no voo virtual no nosso país.


Volta Aérea APAU 2006






No 1º de Maio do corrente ano, pela primeira vez, aterraram em Vendas Novas cinquenta e quatro aeronaves ultraleves. Oriundas de Castelo Branco, pelas 12 horas chegaram as primeiras aeronaves ao Aeródromo da Escola Prática de Artilharia. A Volta esteve a cargo da Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve e foi um êxito. Realizaram-se vários baptismos de voo, bem como algumas actuações acrobáticas. Os vendasnovenses aderiram e gostaram.


3º Encontro Escolar de Aeromodelismo






Cerca de duzentos e quarenta alunos, em representação de três estabelecimentos de ensino, participaram pela 3ª vez no Encontro de Aeromodelismo, no dia 10 de Maio de 2006, no Estádio Municipal de Vendas Novas. O evento esteve inserido nas Jornadas Aeronáuticas 2006 e nas Festas da Cidade de Vendas Novas.

A actividade constou de demonstração de voo eléctrico radiocontrolado e de um torneio de voo livre. No torneio, os modelos participantes foram construídos pelos alunos ao longo do ano lectivo. O objectivo consistia no registo de voo mais extenso realizado por cada modelo. Vários alunos assistiram ao evento e gostaram. Foi uma festa para o aeromodelismo e para a aviação.


Textos da autoria de Mário Nuno Madeira.
Fotos disponibilizadas igualmente por Mário Nuno Madeira.

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segunda-feira, 29 de maio de 2006

As nossas cegonhas já têm filhotes

Cegonhas em Vendas Novas
29.Maio.2006


Se o amigo ou amiga leitor(a) reparar, os ninhos de cegonha em Vendas Novas estão superlotados, por estes dias. Todos eles têm juvenis. Nuns casos dois, noutros casos, a maioria, três pequenos cegonhitos que já começaram a exercitar as suas enormes mas ainda frágeis asas.

Daqui por uns dias irão começar a voar. E o céu de Vendas Novas vai ficar mais animado durante o dia. Já falta pouco. Por enquanto, é vê-los na brincadeira ainda nos ninhos. Agora costuma ser uma boa altura para os fotografar. É só ter algum tempo e paciência, e conseguem-se fotos muito boas.

Esta é uma das maravilhas que temos em Vendas Novas. Que eu não gostaria que passasse despercebido. É que a vida também se faz destas coisas ...

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domingo, 28 de maio de 2006

Promessas de escuteiro

Realizou-se hoje de manhã, na Igreja dos Salesianos em Vendas Novas, mais uma cerimónia de "Promessas de Escuteiro" do Agrupamento 34 do Corpo Nacional de Escutas (CNE).

Fizeram a sua promessa vários Lobitos, Exploradores e Pioneiros. Tratando-se de um movimento de Escutismo Católico Português, o CNE rege-se por leis e princípios que terão a sua raíz na fé católica. Daí que muitos dos pais destes escuteiros se sintam razoavelmente confortáveis, digamos assim, e alguns até se revejam neste conjunto de princípios e orientações que o movimento escutista tenta passar às nossas gerações mais jovens. Dito de outra forma, muito do que eles aqui aprendem, poderá ajudá-los pela positiva ao longo da sua vida futura. Na medida em que contribui no bom sentido para a formação da sua personalidade.










O
Agrupamento 34 de Vendas Novas, se calhar a exemplo de todos os restantes, vive da carolice de um grupo abnegado de "Chefes Escutistas" que se revezam e entreajudam para que o movimento escutista subsista em Vendas Novas. Quando vim para Vendas Novas, estava á frente dos escuteiros o "Chefe Teixeira". Uma excelente pessoa, o Sr. Teixeira. Já não estou com ele há bastante tempo....

Hoje, não posso dizer que conheça muito bem todas as pessoas que estão à frente dos vários "bandos" de escuteiros em Vendas Novas. No entanto, conheço-os a todos. De alguns, considero-me amigo. Sei que são pessoas boas, amigas, interessadas, solidár
ias. E que Vendas Novas lhes deve muito, que mais não fosse, pelo que fazem a favor dos nossos jovens.













A minha filha foi escuteira, já lá vão alguns anos, e vi como na altura aquela estrutura funcionava razoavelmente bem. Hoje, é o meu filho, que continua a gostar de ser escuteiro. E vejo que o Agrupamento mudou em alguns aspectos. O que já era bom, manteve-se. O re
sto, melhorou bastante. A ligação à Igreja, parece-me a mim, está mais forte. E a Igreja, tal como os escuteiros, também ficou favorecida com esse facto. Digo eu, que não sou de religiões.

A meu ver, este é um daqueles movimentos que nos enriquece a todos, como comunidade local. Razão pela qual é credora do nosso aplauso e do nosso apoio, dentro do que estiver ao alcance de cada um. Bem hajam.

Clique nas fotos para ver em tamanho maior.

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Vendas Novas, 28.Maio.2006
Vitral na Igreja dos Salesianos

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sexta-feira, 26 de maio de 2006

VENDAS NOVAS na literatura portuguesa

Vendas Novas, é uma cidade nova, é uma urbe muito jovem no panorama nacional e regional. Outras há no nosso distrito muito mais antigas, como Montemor, Arraiolos, Évora, e que por esse motivo e porque estão carregadas de história, são citadas, com muita frequência, em obras literárias, por autores nacionais, e estrangeiros.


Um dos grandes escritores do século XX, José Cardoso Pires, que possivelmente por aqui terá estado no cumprimento do serviço militar, escreveu em 1953/54 um dos romances mais premiados, uma obra no dizer do autor, “de testemunho, uma obra de proveito e exemplo – um romance, no sentido tradicional do termo, destinado unicamente a ilustrar uma legenda, uma moral ou um clima humano, para lá de qualquer imediatismo de tempo e de lugar histórico”.

Toda a acção decorre em Vendas Novas, “Cercal Novo” como nome ficcional.

Foi publicado em 1963 e obteve o prémio Camilo Castelo Branco da Sociedade Portuguesa de Escritores e o prémio dos Suplementos Literários do mesmo ano. Foi considerado na Itália «livro da semana» e está traduzido em Espanha, França, Itália, Roménia, Hungria, Alemanha, e ex-União Soviética:

Proponho aos leitores que, após lerem umas pequenas transcrições do romance, e com as pistas dadas, procurem saber :

Qual o seu título.

«Espalmada em córregos secos, numa terra de barro e areão que encarquilha ao sol; rasgados os campos pela estrada longa de asfalto ou por baforadas ronceiras de comboio – assim, no despontar da charneca, fica Cercal Novo: um clarim, uma igreja abraçada ao quartel, meia dúzia de casas ao correr da estrada, e principalmente um silvo, um delicado traço de fumo a alastrar sobre a planície:
“Uuuuu…”
“Comboio de Évora”, dizem os militares nas casernas.
“Comboio de Évora”, diz-se na cadeia, na enfermaria e na Casa do Soldado. “Comboio de Évora, comboio dos correcços e de quem vai de licença.”
E ao balcão das vendas alguém canta:

Lá vai o comboio, lá vai
Lá vai ele a assobiar… »

« Vêem, entre meia dúzia de árvores em frangalhos, um bando de crianças a contas com um tesouro. Granadas esventradas, montes de cobre torcido, cacos de aço, cacos e mais cacos, e os garotos numa roda viva, gritando e chegando lume a esses pedaços de morte para lhes tirarem os restos de pólvora.
“Pfe”, faz a pólvora.
“Pfe”, fazem também eles, em grande galhofa.
“Pfe, pfe.”
Empurram-se e brincam, acendendo fósforos, e pulam na terra queimada entre labaredas breves. A mulherzinha sentada no chão, assiste a tudo. Cansada, de goelas abertas, procura dar sinal de si. Mói-se e remói-se para que lhe prestem atenção.
“Nelinho.”
Os garotos nem se dignam saber dela. A velha, à parte, estrebucha:
“Tu ouves-me, Nelinho?”
É o mesmo que nada, é perder tempo e saliva. Nelinho e os companheiros só têm olhos para o tesouro que rebuscam com tanto alarido. Andam excitados com o cheiro da pólvora e perderam o medo dos adultos. Aqui e ali, entre os troncos enfarruscados, nascem e morrem continuamente pequenas chamas, luzes de naufrágio ou quase, sopros de alegria: “pfe, pfe.”»

«Aí vem o momento desejado: um trovão medonho, abalando os ares.
O bando firma-se num pedaço de céu em que irá passar um ponto negro – o projéctil. Alguns vêem-no, outro inventam-no, mas desta vez, qual não é o espanto deles, sentem-no explodir no ar, desabando uma saraivada de bicadas secas sobre as magras árvores que os abrigam. Tec, tec, tec…Angelina atira-se para o chão, a rajada de fogo morde sem piedade o reduzido chaparral.
“é de balas”, grita uma voz, parece que a do Nelinho.»

«”Granadas de balas, granadas de balas…”
“Janico!”, berra com todas as forças.
O Portela aparece à boca da pedreira. Vem a coxear levemente, sem grandes pressas.
“Aleijei-me”, diz ele.
Aníbal puxa-o por um braço, esforça-se por salvá-lo daquele inferno, fugir para longe. Mas ao dobrar-se sobre a perna do amigo arrepia-se: por baixo do joelho alastra uma mancha escura, pesada. Estende a mão, apalpa-a. Os dedos vêm quentes e molhados: sangue. O Portela tinha levado uma bala.»

O desafio está lançado.
Descubram este grande escritor… e leiam-no.

Mourato Talhinhas
MouTal

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quinta-feira, 25 de maio de 2006

Volta em Alentenjo em Vendas Novas.




Desculpem a qualidade das fotos mas foram tiradas com o telemóvel!

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quarta-feira, 24 de maio de 2006

DIA DOS COMBATENTES




Promovido pelo Núcleo de Vendas Novas, comemora-se o DIA DO COMBATENTE, com o seguinte programa:

Em 26 de Maio

Concerto pela Orquestra Ligeira do Exército (OLE). Centro Social, pelas 21H30. Gratuito para todos os sócios e respectivos familiares.
A capacidade sobrante será aberta à população em geral.

Em 28 de Maio

09H30 – Concentração na Parada D. Pedro V.
10H00 – Missa na Capela Militar.
11H00 – Cerimónia junto ao Monumento dos Combatentes.
12H00 – Cerimónia junto ao Talhão dos Combatentes.
13H00 – Almoço no Centro Social de Vendas Novas.

Mourato Talhinhas
MouTal

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Estádio Municipal de Vendas Novas, Maio de 2006

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segunda-feira, 22 de maio de 2006

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sábado, 20 de maio de 2006

Rumo ao Futuro, Vol I - Vendas Novas, a Caminho da Liberdade


Fui assistir ao lançamento do livro "Rumo ao Futuro, Vol I - Vendas Novas, a Caminho da Liberdade", que decorreu no Auditório Municipal. A cerimónia terminou há pouco, sendo que no momento em que escrevo ainda decorre a sessão final de autógrafos pelo autor - Filipe Jorge Chinita.

Aliás, a este propósito, não resisto a partilhar convosco a dedicatória que o autor fez o favor de inscrever no meu exemplar: "Ao João Fialho "cubano" adoptado por Vendas Novas, alentejano como eu, um estatuto impecável". Bem, só tenho a agradecer e reconhecer a verdade que existe em tal frase, no que respeita ao estatuto ...

Tratou-se de uma cerimónia relativamente breve como é normal nestas coisas, e bastante sóbria como seria de esperar. Estiveram presentes vários representantes do Município de Vendas Novas, além de muitos militares que em Abril de 1974 estavam colocados na EPA, e alguns outros interessados nestas coisas da cultura.

Gostei da apresentação propriamente dita, e ainda mais do enquadramento de evolução histórica, que esteve a cargo de uma senhora historiadora e investigadora da Universidade de Évora - Teresa Fonseca, que disse residir em Montemor-o-Novo e soube presentear a assistência com uma breve mas muito interessante palestra sobre Vendas Novas.

Por outro lado, as considerações a cargo do autor da obra ajudaram a perceber as dificuldades por que terá passado, no seu percurso de investigação e preparação deste 1º volume da obra. Deu-nos ainda uma ideia do seu processo de decisão sobre o que é a estrutura final do livro, essencialmente em termos de relacionamento histórico e cronológico entre a evolução do mundo, do pais e da região, e as suas consequências ao nível local de Vendas Novas.

Tanto quanto me apercebi, esta obra partiu de uma iniciativa da Câmara Municipal de Vendas Novas. Sendo assim, é de saudar esse facto, pelo que ele contém em termos de divulgação e de incremento do nosso conhecimento sobre o que tem sido a evolução de Vendas Novas.

Sobre a obra em si mesma, como compreenderão ainda não tive tempo de a ler. No entanto, posso adiantar alguns aspectos. A concepção gráfica parece-me excelente. O mesmo se passa ao nível da fotografia, que inclui ainda diversos exemplares já muito antigos. A ilustração apresenta muita qualidade. A encadernação é também muito a propósito, bem conseguida. O preço é para todas as bolsas. Por todas estas razões, parece-me que esta 1ª tiragem (1500 exemplares) vai ter que ser reposta em breve.

Deixei para o fim um aspecto que me parece menos conseguido. Nada de grave, é apenas uma opinião. A capa do livro é ocupada na totalidade por um Retrato da Princesa D. Maria Bárbara (séc XVIII) existente no Museu Nacional dos Coches. Percebo a razão, pela sua ligação à "Princesa passou por cá" e ao episódio da construção do Palácio Real para que D. João V aqui pudesse pernoitar na sua viagem ao Caia, onde levou a Princesa, então noiva de D. Fernando VI de Espanha .... Percebo a razão, como disse, mas num livro sobre Vendas Novas ... eu escolheria uma foto diferente, de Vendas Novas.

Deste modo, mesmo tendo em atenção que me falta aferir sobre a substãncia do que ali está escrito, posso desde já dar os parabéns ao autor. Bem assim como dar os parabéns à Câmara Municipal de Vendas Novas, por esta iniciativa (da próxima vez, não se importavam de fazer uma melhor divulgação do evento?). Também estão de parabéns todos os que de algum modo contribuíram para esta obra. Vendas Novas ficou a ganhar.

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quarta-feira, 17 de maio de 2006

Tasquinhas e Artesanato

Outro dia dizia-me o meu vizinho Gafaniz; Esta é a festa de que eu gosto mais em Vendas Novas.
Todos na mesma sala, o patrão e o empregado, o engenheiro e o operário, o lavrador e o camponês.
Assim é que eu gosto, não há ricos nem pobres, e quem não tem dinheiro para marisco e vinho verde come torresmos e bebe uma imperial.
Eu sou da opinião do meu vizinho, e ainda digo mais, se não tiver mesa disponível vá dando uma volta pelas casinhas do artesanato porque não perde o seu tempo, há de tudo e muito por onde escolher.
Vejam, com os olhos e com os dedos, conversem com os artesãos, têm sempre uma história para contar, uma técnica para ensinar, e geralmente coisas lindas para o lar.
Por acaso rimou, mas não foi de propósito.

Vejam se descobrem a casinha da minha amiga Rita Duarte, é essa moça da fotografia e tem sempre coisas bonitas para vos vender, e olhem que não é careira, garanto que os produtos que ela vende em Lisboa são um bocadinho mais caros, aqui para o pessoal da terra sempre faz um preço mais em conta.

E já agora uma sugestão, porque não fazer um destes festivais em cada uma das estações do ano?
Este seria o da Primavera, depois o do Verão, e por aí a fora.
Pois, pois, a logística é que é difícil e tudo dá muito trabalho não é?
Pois é, mas isto só lá vai com trabalho e muita boa vontade.
Mas fica a sugestão.
E você, amigo leitor que passou por aqui?
Não é cá da terra?
Pois venha até Vendas Novas, nos dias 19, 20 e 21, é já para a semana.
E também tem música, os ADIAFA, que cantam aquela das “meninas da ribêra do Sado” os Seara Nova e Nostalgia do Fado.
Acredite que vai “valer a pena, porque a alma não é pequena”.

Mourato Talhinhas
MouTal

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segunda-feira, 15 de maio de 2006

Gen. Humberto Delgado em Vendas Novas


Comemora-se hoje o centenário do nascimento do General Humberto da Silva Delgado com o lançamento de um selo dos CTT com o seu retrato; o lançamento do livro intitulado “Humberto Delgado e a Aviação Civil” ; e a exposição “Humberto Delgado e a Liberdade dos Céus”.

O ”General sem medo” quando candidato a Presidente da República no dia 14 de Maio de 1958 quando lhe perguntaram o que faria a Salazar se fosse eleito presidente, e respondeu “obviamente demito-o”, passou de um General candidato, a grande esperança da democracia em Portugal.
O seu assassínio pela PIDE em 1965, ordenado por Salazar, tornou-o um herói nacional.

Humberto Delgado entrou para a Escola do Exército em 1922 onde tirou o curso de Artilharia, e foi colocado na E.P.A. de Vendas Novas no final do curso.
Era Alferes em Vendas Novas, quando no dia 2 de Fevereiro de 1926 a Escola foi tomada pelos Sargentos com a ajuda e colaboração de civis vindos de Lisboa, e daqui partiram para Almada donde queriam bombardear Lisboa e fazer uma revolução, curiosamente nesse levantamento militar parece que o único ferido, acabou por ser o Alferes Delgado.

É essa história que vos vou contar.

Na madrugada de 2 de Fevereiro de 1926 os 2º Sargentos de Artilharia da E.P.A. amotinaram-se sob o comando do 2º Sarg. Sebastião Pauleta. Prenderam os oficiais que pernoitavam na Escola, formaram bateria e marcharam com destino a Almada donde se propunham bombardear Lisboa.
Esta tentativa de golpe de Estado destinava-se a entregar o poder à Esquerda Radical, numa repetição do movimento de Outubro de 1925, e que tal como ele foi um fracasso.
Por ordem do Ministro da Marinha o Maj. Crespo Júnior e as tropas por si comandadas dominaram o golpe e procederam à prisão dos cabecilhas que ficaram a aguardar transferência para os Açores.

O movimento revoltoso da madrugada de 2 de Fevereiro foi consequência da instabilidade política que o país atravessava, e muito particularmente da insatisfação dos militares.
Recorda-se que nos dias 17, 18 e 19 de Janeiro do mesmo ano, decorrera na Universidade de Coimbra o congresso dos Mutilados Portugueses da Grande Guerra sob a presidência do Reitor Prof. Dr. Henrique de Vilhena.
Os congressistas fizeram ouvir as suas queixas e criticaram fortemente a Administração Pública, por, passados oito anos desde o final da Grande Guerra (1914/18), não serem pagas as pensões a tempo e horas, nem serem tidos em consideração os sacrifícios que esses militares fizeram para com a Pátria. Os congressistas mostraram ainda o seu descontentamento para com os políticos por considerarem que na sua maioria degradavam os princípios da autoridade do Estado.
No final do congresso foi descerrada uma lápide de homenagem aos estudantes mortos em África e na Flandres.
Recorda-se ainda que na véspera deste golpe os Monárquicos e muitos Republicanos conservadores encheram a igreja de S. Domingos em Lisboa numa cerimónia evocativa da morte do rei D. Carlos e do príncipe D. Luís Filipe assassinados no Terreiro do Paço.

Os Sargentos da Escola foram aliciados por dois membros do Partido Radical, o jornalista João Augusto da Silva Martins Júnior, director do semanário “O Libertador” e pelo Dr. Lacerda de Almeida, ex-Ministro da Instrução.
O movimento revoltoso contou ainda com o apoio de alguns populares que controlaram os acessos à vila e às casas dos oficiais que moravam no Polígono e na parada das colónias (hoje Bernardo Faria).
O Comandante da E.P.A., Coronel Reis Fisher só conseguiu entrar no quartel após a saída dos revoltosos, não o podendo fazer antes por ter sido impedido pelos populares armados que cercaram a sua casa.

Tudo começou cerca das duas horas da madrugada.
Os 2º Sargentos Sebastião Pauleta, Monteiro, Espadinha e Figueiredo Amaral, em conluio com alguns civis e o apoio da maioria dos sarg. da Escola, apoderaram-se do aquartelamento e montaram cerco às casas dos oficiais por forma a impedir a sua reacção e oposição ao movimento revolucionário.
Seguidamente acordaram as praças e formaram a bateria que seguiu de comboio até ao Barreiro indo ocupar posição em Almada virados para Lisboa.

O Tenente Trindade, oficial de dia à Escola, foi acordado cerca das três horas da madrugada, pelo cabo da guarda. Ao aperceber-se que algo de anormal se passava no interior do aquartelamento e vendo civis armados na área da "casa da guarda", saiu do gabinete pela porta que dá para a parada exterior. Foi de imediato assaltado por um civil armado que o tentou prender, lutaram corpo a corpo e o Tem. Trindade conseguiu desarmar o assaltante.
Não sabendo concretamente o que se passava tentou dar a volta ao quartel para ir entrar pelo portão da "parada das colónias". Ao passar frente à secretaria foi alvejado por tiros vindos da "porta de armas", reagiu fazendo fogo com a arma que tinha apreendido. Após esgotar as munições e vendo-se desarmado e impotente de entrar no "quartel" dirigiu-se para casa do seu cunhado, Sr, Risques, que morava frente ao quartel afim de lhe pedir uma arma. Dado o tiroteio constante ficou acoitado em casa do seu cunhado e só regressou ao quartel após a saída dos revoltosos e o levantamento do cerco.

Pelas três e um quarto da madrugada os oficiais que dormiam nos quartos das instalações do edifício principal, foram acordados e presos por civis armados que penetraram nos mesmos, eram os Alferes Nascimento, Fontes, Costa, Castelão e Humberto Delgado.

Ao ser levado para a prisão e quando passava frente à bateria que se encontrava formada para sair, o Alf. Delgado tentou ainda falar com as praças na tentativa de os demover de aderirem à revolução. Por esse motivo foi alvejado a tiro e recolheu ferido à prisão do quartel. Não foi de imediato socorrido pois o Capitão Médico Enes Ferreira estava em diligência em Lisboa.

Os oficiais que habitavam com as suas famílias no bairro da Parada das Colónias só se aperceberam do que se passava pouco depois das quatro da madrugada ao acordarem com o barulho do tiroteio. Não conseguiram voltar para o quartel pois sempre que pretendiam sair de casa eram alvejados do exterior pelos civis que tinham montado guarda às suas casas, quer pela frente e que dão para a Parada das Colónias, quer pelos quintais da retaguarda. Também só conseguiram voltar ao quartel após a saída dos revoltosos.

As tropas revoltosas arrombaram as portas dos depósitos de material de guerra e de forragens donde levaram o seguinte material:

Pão alvo 150 Kg
Bacalhau 146 Kg.
Toucinho 150 Kg.
Grão de munição 720 rações
Fava 1122 Kg.
Aveia 240 Kg.

Fontes consultadas:
História de Portugal….Dr. Borges Coelho
Relatório da ocorrência…Cor Reis Fisher

Mourato Talhinhas
MouTal

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domingo, 14 de maio de 2006

Vendas Novas
Edifício da Câmara Municipal e Capela Real, a partir do jardim da EPA.


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sábado, 13 de maio de 2006

Grupo de peregrinos de Vendas Novas
Santuário de Fátima, 12 de Maio de 2006

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quinta-feira, 11 de maio de 2006

Nota de esclarecimento

Este blogue tem sido "acusado" de ser essencialmente político.

Não é esse, de forma alguma, o seu principal objectivo. Desde o primeiro dia que se pretende tornar este espaço um local de encontro de opiniões e de ideias, mas também de divulgação de Vendas Novas, a cidade, o concelho, as suas gentes. A todos os níveis, não só em relação a política.

Passados que são quase dois meses de existência, resolveram os colaboradores fazer um ponto de situação sobre as questões prementes da sua existência e do que se pretende venha a ser o percurso vindouro deste blogue. Não quero, portanto, antecipar-me em nada ao que irá ser decidido.

No entanto, há uma questão que quero deixar bem clara, e que está relacionada com o tal cariz político. Como desde o primeiro dia se pretendeu que este espaço fosse o mais abrangente possível, efectuei convites, pessoalmente, a três pessoas ligadas cada uma a um dos três partidos representados em Vendas Novas, para que pudessem colaborar directamente neste blogue. À data desses convites, logo poucos dias depois do seu início, ainda não tinham sido publicados posts de carácter político.

Do lado do PCP, aguardo a resposta há mais de um mês. Do lado do PS, a mesma coisa. Do lado do PSD, obtive resposta e teremos desenvolvimentos em breve. Nos três casos, as pessoas contactadas por mim, pessoalmente, têm acesso privilegiado aos respectivos orgãos partidários locais.

João Fialho
("alentejodive")

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quarta-feira, 10 de maio de 2006

Há défice democrático em Vendas Novas?


De vez em quando, somos confrontados com a expressão: “há um défice democrático em Vendas Novas!”.

Isto acontece, normalmente, em final dos ciclos eleitorais ou em função de uma ou outra decisão mais gravosa para as aspirações dos partidos de oposição. Bem como ao redor da mais recente polémica em termos políticos aqui na terra: a questão da “Junta de Freguesia”. No entanto, do que me apercebo, essa afirmação costuma ficar-se por aí, sem argumentação ou justificação adicionais nem qualquer tipo de aprofundamento. O que, desde logo, lhe retira o eventual interesse na sua discussão.

Mas afinal, há ou não défice democrático em Vendas Novas? Eu devo dizer desde já a minha opinião: penso que sim! Tal como penso que existe no país em geral, e em algumas instituições em particular. Não falo da Madeira, porque não vem agora ao caso.

Vamos por partes. Tenho a convicção de que, em termos formais e administrativos, tanto a nossa autarquia como, em princípio, todas as outras, não deixam de cumprir as diversas regras estabelecidas pelo Estado de Direito. Era só o que faltava que não cumprissem. Nem é isso que está em causa. No entanto, também em minha opinião, o exercício da democracia não deve ser vista apenas como o cumprimento de regras formais, bem como não será apenas a mera escolha dos nossos representantes nas instituições deliberativas e de poder executivo. Ela é também um valor moral a preservar, que deve por isso ser merecedora dos nossos esforços no sentido do seu aprofundamento.

Ora, nesse particular, em minha opinião o maior risco advém, porventura, do facto de se julgar que o mero cumprimento de regras estabelecidas (formais, administrativas, etc.), sem cuidar de outros aspectos essenciais, tais como a imprescindível transparência a todos os níveis ou o incremento da participação das comunidades nas decisões de interesse colectivo, será suficiente para a defesa da democracia. Isto aplica-se a todos os detentores de cargos públicos e a todas as instituições, não especialmente ao caso de Vendas Novas que, neste caso não terá, a meu ver e tanto quanto sei, quaisquer especificidades próprias.

Este conceito de défice democrático é geralmente utilizado para fazer valer a ideia de que algumas instituições do poder político parecem inacessíveis aos cidadãos em geral, em face dos inúmeros entraves que, na prática, lhes são colocados. Mas também é, por vezes, utilizado para definir a dificuldade no acesso a informação relevante e decisiva para a tomada de posição nas diversas votações dos órgãos autárquicos, por parte dos membros eleitos pelas oposições, como é, aqui sim, também o caso específico de Vendas Novas.

Na verdade, nos vinte e muitos anos que resido em Vendas Novas, nunca deixei de ouvir insatisfações nesse sentido. Ora, será isto, a verificar-se, como parece ser efectivamente o caso (vide “
Notas do Mandato”), suficiente para que desde logo se defenda a existência de um défice democrático em Vendas Novas? Em minha opinião, sim, sem qualquer dúvida! E não será de agora, pois tais práticas não são de hoje, como o confirmam alguns dos anteriores eleitos pelos partidos de oposição local.

Algumas vozes locais defendem, em alternativa, que existe em Vendas Novas é um “défice de oposição”. Bem, sobre isso, já me pronunciei num texto anterior neste mesmo espaço ("Não é fácil ser oposição em Vendas Novas!?"), pelo que não cabe agora aqui essa discussão, embora a considere deveras actual e pertinente.

Em resumo, quero realçar o facto de considerar que tem existido, e ainda persiste, um “défice democrático em Vendas Novas”, na perspectiva que referi. E que ele se revela através daquilo a que me parecem ser alguns constrangimentos e limitações, que contribuem para esvaziar o papel substantivo das alternativas políticas locais.

A minha intenção ao abordar este tema não é o de fazer uma crítica política directa aos nossos responsáveis autárquicos, pois esse papel não me cabe nem a mim nem a este blogue em particular, mas sim às verdadeiras oposições políticas nos órgãos respectivos. Mas gostaria que vissem, isso sim, uma contribuição para que se pense seriamente sobre estes assuntos no sentido de serem eventualmente alterados, pois alguns destes procedimentos são, a meu ver, bastante errados e acabam por não beneficiar a aproximação dos políticos à comunidade. Antes pelo contrário.

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domingo, 7 de maio de 2006

Aproximar as pontas

A sequência lógica do que temos observado nos últimos meses, leva-nos a concluir que a nossa blogosfera, ou parte dela, continua ausente ou pouco participativa.

Ainda assim, não será de todo despropositado imaginar, que actualmente este é, entre todos, o blogue de Vendas Novas mais visitado. Mas para atingir o nível que os seus colaboradores ambicionam, falta-lhe ainda o exercício regular de um contraditório credível e factual.

Nesta linha, sou de opinião que o blogue deveria estar aberto apenas a comentadores registados, com o seu nick perfeitamente identificado. Esta seria uma forma de induzir os utilizadores a evitarem comentários menos apropriados, e a abolir os usurpadores de identidades confundíveis.

Definitivamente, este não pode, nem deve ser um espaço elitista; não pode, nem deve ser usado (só) como oposição à maioria política local; assim como não pode, nem deve ser propriedade de um grupo socialmente definido, ou de uma só classe social.

Há que aproximar as pontas. Dar condições e incentivar todos os que voluntariamente se afastaram, para que voltem, e aqui, neste espaço, sem constrangimentos, exprimam livremente as suas ideias.

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sexta-feira, 5 de maio de 2006

Não é fácil ser oposição em Vendas Novas !?

O Partido Comunista Português (PCP) tem mantido uma completa hegemonia política em Vendas Novas. O que acontece desde a Revolução dos Cravos.

Este facto teve a sua origem em razões essencialmente históricas, uma vez que a nível nacional foi a voz e o rosto mais visíveis das lutas contra a opressão a que o país esteve sujeito durante décadas. E aquele que, na sequência e no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, melhor soube aproveitar as oportunidades para influenciar o andamento da construção das instituições democráticas. O que durou pelo menos até Novembro de 1975.

Mesmo após essa data, também ela decisiva para a instauração da democracia em Portugal, o PCP manteve uma larga influência em sectores da população que, por uma ou outra razão, estiveram mais receptivos ao tipo de mensagem veiculada através da organização que o partido já tinha conseguido estabelecer. O que aconteceu de forma mais significativa em algumas zonas do país, como foi o caso de Vendas Novas.

Logo desde as primeiras eleições autárquicas locais, e independentemente do perfil dos seus candidatos, o PCP tem ganho em todas as vezes, sempre com maioria absoluta em número de eleitos. Com a única excepção das eleições autárquicas de 2005, nas quais não conseguiu por muito pouco a maioria absoluta para a "Freguesia de Vendas Novas".

O PCP, tendo ao seu serviço um ou outro dirigente com verdadeiro perfil político, complementado pelo facto de ter criado e conseguido manter uma estrutura organizativa que lhe tem permitido não só o acesso privilegiado, como um certo tipo de controlo sobre a informação relevante para a vida e os destinos do concelho, tem mantido uma clara supremacia política ao nível local. E assim continuará algum tempo mais.

Esta hegemonia do PCP em Vendas Novas diz muito sobre a respectiva organização. E sobre a forma como tem conduzido os destinos da autarquia. Mas não só. Diz-nos, se quisermos ler o que aqui se tem passado nestes últimos trinta anos, também muito sobre o que tem sido a oposição em Vendas Novas. Oposição, na acepção do papel que tem sido desempenhado pelos principais partidos políticos concorrentes ao nível local, o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD).

O PS e o PSD, com estatuto de continuada oposição, sempre manifestaram diversos tipos de dificuldades no que respeita à sua implantação local. O que estará relacionado, em minha opinião, com a sua relativamente fraca capacidade de mobilização e com a manifesta insuficiência em incrementar os laços ou relações de maior proximidade com a comunidade.

Nas estruturas partidárias da oposição local, tanto quanto julgo saber, não tem sido famosa a evolução das respectivas militâncias em termos quantitativos. Embora os casos devam ser tratados de forma diversa uma vez que, de há três ou quatro anos a esta parte, se notam indícios de que o PSD esteja mais activo no que respeita à tentativa (e, pelos vistos, com relativo sucesso) de cativar mais jovens para a área da política. Trata-se de um trabalho de base que só poderá ter consequências a médio prazo, mas que se torna essencial para o futuro da política local. Tais indícios não se têm verificado no caso do PS, excepto nas proximidades de alguns períodos eleitorais.

As citadas dificuldades de implantação parecem ser bastante aumentadas pelo facto de, em virtude de os partidos da oposição não terem acesso durante tanto tempo às estruturas locais de decisão, estarem igualmente afastados das consequências positivas ligadas à criação ou manutenção de determinados laços de cumplicidade (uns e outros, no bom sentido), entre decisores e destinatários das políticas autárquicas.

Além disso, acresce o facto de cada um daqueles partidos ao nível local se debaterem (ainda hoje, ao que julgo saber) com alguma dificuldade em conseguirem sensibilizar de forma mais eficaz e com consequências práticas, as respectivas estruturas nacionais para a necessidade de existirem apostas mais fortes em Vendas Novas. O que tanto poderia ser visto ao nível da logística, especialmente em períodos eleitorais, como do apoio em acções de formação autárquica, estas últimas praticamente inexistentes no caso de Vendas Novas. Que me esclareçam, se estiver enganado, mas penso que não.

Ainda quanto à relativamente fraca capacidade de mobilização, é manifesto que ambas as estruturas locais (do PS e do PSD) teriam necessidade, qualquer que fosse a sua estratégia de implantação local, em cativar um maior número de pessoas para as acções a desenvolver. E o facto é que existe em Vendas Novas uma larga franja de população normalmente informada sobre as questões mais prementes da nossa vivência como comunidade mas que, ainda assim, se mantém afastada de tudo o que é política activa local. E terão, a meu ver, as suas razões para assim se manterem. Válidas ou não, isso é no mínimo discutível.

Uns, porque simplesmente a política não lhes interessa. Muitos, porque não querem ou receiam ver beliscados os seus interesses imediatos, pessoais, corporativos ou até laborais. Outros ainda, porque têm receios os mais diversos em tomar posição publicamente. Alguns, porque têm coisas mais importantes com que se preocupar. Os restantes, porque não estão suficientemente informados nem se preocupam em vir a estar. Os últimos, porque não se julgam capazes de assumir opiniões divergentes de forma sustentada. Os ainda não mencionados, porque a malta é jovem e isso da política é uma chatice. Seja qual for a razão, há demasiadas pessoas há muito tempo afastadas da política local. E temo que assim continue.

Esta reduzida implantação social dos partidos da oposição acaba, em minha opinião, por não ser nada benéfica para Vendas Novas. Desde logo, porque a ausência de uma oposição (mais) forte pode conduzir a que os destinos do nosso concelho sejam, ou continuem a ser, decididos de forma algo casuística. Ou com base em projectos pouco ou nada discutidos, ou cuja prioridade possa não ser a desejável. Ou seja, a existência de uma oposição social e política mais forte poderia levar, em meu entender, a que as decisões se baseassem em informação tendencialmente mais aprofundada. O que poderia beneficiar, não só o concelho, como o próprio agente decisor.

Chegará a altura, digo eu, de se porem de parte eventuais preconceitos ideológicos, que tanto mal fizeram e continuam a fazer ao desenvolvimento de uma discussão séria sobre o que realmente desejamos para o nosso futuro como comunidade. E que tem sido, a meu ver, uma das razões principais para que tanta gente com reconhecido valor e muito para dar à comunidade, continue a preferir afastar-se da vida política local.

A continuar como até aqui, a cidade e o concelho vão continuar a evoluir, sem dúvida. Mas vão também continuar, infelizmente, a existir não uma mas duas Vendas Novas. Lamentavelmente afastadas entre si, através de uma espécie de “muro ideológico”, que muitos insistem em perpetuar. E com o qual, aparentemente, de uma ou doutra maneira todos perdemos.

Por último, uma breve nota de carácter pessoal, para evitar determinados tipos de leituras sobre as opiniões aqui formuladas. Os que me conhecem, sabem que não tenho ligações e nem quero vir a ter, a nenhum dos partidos políticos em Vendas Novas, com excepção de laços de conhecimento pessoal ou de amizade com colaboradores em alguns desses partidos.

João Fialho
("alentejodive")

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... em Vendas Novas, à tardinha....

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quarta-feira, 3 de maio de 2006

A “outra” porta do Alentejo


No nosso concelho muito se tem falado das últimas obras públicas. É a estação rodoviária que não abre, é o posto de turismo sem turistas, é o mercado municipal e é a remodelação da principal entrada de Vendas Novas. Enfim, qual destas a menos mediática.

Ainda que, de necessidade duvidosa, as obras ano após ano lá vão surgindo. Numa cadência quase matemática, de 4 em 4 anos.

A par disto, obras de primeira necessidade vão sendo deixadas para trás. Falo-vos da “outra porta do Alentejo”. A "porta" que CMVN descaradamente ignora. Falo-vos da entrada do concelho de Vendas Novas pela Landeira, a mesma que vêem na imagem.

Não tem sido por falta de avisos, ou ainda mais grave, por desconhecimento da situação que a dita requalificação ( palavra tão em voga pelas nossas bandas) não se inicia.

Pelo contrário, já perdi a conta ao número de vezes que interpelei a Junta de Freguesia da Landeira e também o Sr. Pres. José Figueira acerca do estado da entrada, e principalmente, do perigo que esta constitui para as centenas de pessoas que aqui passam diariamente.

Não será demais referir que passam diariamente nesta estrada centenas de veículos entre os quais algumas dezenas de autocarros, alguns deles escolares.

A revolta ainda é maior quando se vê desnecessariamente, ou não, gastar-se tanto dinheiro em arranjos paisagísticos numa outra “porta do Alentejo” ao passo que nesta é negligenciada a segurança dos munícipes.

A verdade é que a “porta do Alentejo” mais parece a “porta do cavalo” mas só até passar-se o limite do nosso concelho. Daí para a frente a música é outra com se vê na foto mais abaixo.














O que diria a princesa se passasse por aqui?
Uma coisa digo-vos eu… Gestão participada, desta? Não obrigado, chega!

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